Já havia se passado uma semana nessa mesma rotina...acorda às 6, compra seu café expresso de sempre, vai a escola, perde a paciência com os alunos, compra outro café, e retorna para casa, o que faz quando chega? O mesmo de sempre, fica deitado na cama vendo o teto do apartamento até ficar com fome( por volta das 22hrs) e então vai ao armário da cozinha e busca um salgadinho tamanho família e retorna para a cama, come e somente quando termina este ritual decide tomar banho e ir dormir( por volta das 23hrs). Mas hoje, por um acaso, não seguiu este ritual como de costume, após a aula, já em casa, percebeu que não havia mais salgadinho para o suposto jantar, o que, agora, poderia ser uma oportunidade de alimentação saudável, não aconteceu, decidiu que iria comprar mais em plena 22:37, saiu então para o posto de gasolina 24hrs mais próximo de carro.
Chegando na loja de conveniências, foi lentamente a sessão de salgadinhos onde lá ficou parado olhando para o sabor de queijo e o de presunto ( insignificante escolha, nós sabemos), correria não está sendo sua prioridade ultimamente. Após alguns minutos começou a sentir-se observado, como numa gaiola, olhou para os lados e não havia ninguém mas conseguia sentir alguém por perto, então pegou logo o sabor queijo, e foi andando lenta e disfarçadamente até ouvir uma voz ligeiramente conhecida.
—Não sabia que você saía de noite, principalmente uma hora dessas.
Virou se para trás e estava aquela mesma aluna da escola, ficou um pouco desconcertado por estar sendo observado, porém continuou.
—Eu que o diga, está tarde para uma garota como você. Falou dando passinhos para trás, em lentidão.
—Eu sei me virar sozinha, obrigada pela preocupação. A garota deu uma risadinha sútil.
—Não me preocupei, mas...O que estava fazendo? Me observando? Disse John parando e cruzando os braços.
—É interessante observar o ser humano indeciso entre qual sabor de salgadinho vai levar. Sorriu sarcasticamente a garota.
—Eu...eu não estava indeciso do sabor, estava pensando se ia levar outra coisa. Gaguejou ligeiramente John.
—Aham...As opções que você tem do lado dos salgadinhos são absorventes e cartões postais, acho que é pouco provável você estar indeciso entre esses dois.
—Okay, espertinha, você venceu essa... John respirou fundo.
—Obrigada, obrigada, eu sei que sou boa. A garota disse pegando também um salgadinho.
—Mas me diga, o que faz aqui?
—Fui para a casa de uma amiga fazer um trabalho, mas perdi o último ônibus.
—A sua amiga não lhe quer mais na casa dela? Perguntou John.
—Nao é isso...é complicado, moro perto daqui mas não tão perto, minha mãe não vai deixar dormir na casa dela, mas se eu falar que perdi o ônibus ela me mata. Falou a garota se escorando na máquina de refrigerante.
—Eu posso te levar, estou de carro.
—Seria minha salvação. E agradeceu lego após a garota.
Entraram no carro e partiram com a garota guiando John, o momento estava calmo até que se surgiu sutilmente uma dúvida, 'Qual o nome dela?', será que ela já o disse e ele que não lembra? Constrangimento esse que tomou conta dele a um ponto que começou a ficar um tanto inquieto, as mãos quase que deslizava do volante, o olhar virando ligeiramente para ela, parecia que aquela casa não chegava, não entendia a razão de estar assim, era a segunda vez que ela o deixava abalado, com uma aparência tão meiga, a cada olhada para ela se via seu cabelo castanho claro voando graciosamente, uma pele clara, um jeito que normalmente não chamaria atenção dele, mas algo em sua personalidade mexia com ele,uma coisa rara devo assumir.
Quando chegou na rua da garota, ela o alertou e disse o número da casa, e enfim encontrou.
— Obrigada, você realmente salvou minha vida. Disse a garota ainda dentro do carro.
—Disponha, estou aqui para ajudar, mas... Disse John
—Mas o que?
— Eu ainda não sei seu nome.
—Eu sei... —,Deu uma leve risada, saiu do carro, fechou a porta e disse na janela—, Sofie... Sofie Bennet, por favor não esqueça.
— Boa noite, Sofie. Acenou com a cabeça.
Nesse exato momento John viu um reflexo angelical no rosto da garota, não é querendo parecer antiquado, mas John havia passado por tanta coisa que já havia perdido a esperança nas pessoas, sempre teve consigo o pensamento que todos são iguais, e por incrível que possa parecer, com ela foi diferente... Ele conseguiu ver potencial nela, coisa que era muito rara de acontecer... Mas aconteceu, e o que se mostrou improvável estava prestes a se tornar possível, só que havia ainda um único problema, o problema que daqui a algum tempo poderei falar melhor, mas que agora posso citar como 'Insegura'.
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Reflexos
RomanceJá parou pra pensar que o seu passado sempre interfere no seu presente? Sendo ele bom ou ruim ele sempre vai afetar de alguma forma. Na vida de John Clark isso não é diferente, um homem que sempre teve uma vida dolorosa agora vai ter que se acost...