O silêncio mútuo dentro do apartamento, apenas o vento batendo nas janelas, minha garganta está seca e minhas mãos frias, ele fica me olhando mas não diz nada. O que me deixa extremamente anciosa.
Ele dá dois passos pra trás, e fica me olhando.- Se troca, vou pedir um Uber pra você.
Droga, a sensação de ir ao inferno em questão de segundos é arrepilante, travo completamente sem conseguir dizer nada. Não doeu como quando ouvi o que Paulo disse, mas dói, eu queria muito um sim, uma tentativa. Eu queria muito Alex.
- Tá certo. - viro e saiu em pedaços pro quarto.
Eu não consigo pensar nas minhas ações, quando eu sair daqui eu não poderei contar pra ninguém porque ninguém sabe. Eu tô muito sozinha. Muiito. Me visto e saiu indo em direção a sala, ele está com o celular na mão e me olha como se quisesse se desculpar, mas não ver motivos pra isso. Ele fica todo desconcertado com minha presença, cruzo os braços olhando prós lados querendo não fazer drama e pensando em uma forma de sair sem ser tão magoada.
- O seu Uber chega daqui a quinze minutos, corola preto HUX-1207. - Ele fala, talvez pra quebrar o gelo entre nós, ou porque realmente seja necessário ser dito.
- Ah , é. Obrigado. - me saiu monótona, e estúpida. Muito estúpida, fico olhando pra ele que está altamente incomodado em me ver na sua frente ainda. É meu amigo, eu também estou. Mas de uma certa forma você foi especial, bom eu fui uma otária em fazer sexo com você e depois me apaixonar mesmo já sabendo que isso ia acontecer. - Olha, eu sabia que não ia da certo, e eu sei que a causa de eu ter falado sobre tudo que falei, foi porque eu tô chateada. Você não tem culpa, mas meus nervos não entendem. Talvez nem seja sentimento mesmo, só seja a necessidade de um ombro amigo agora. - ele me olha nos olhos, e seu semblante é neutro, sem expressão.
- Olha, eu sei. Faz todo sentido, mas concordamos em não ter cobranças, em não ser sério.
- Sim, não tô pedindo pra que mude de opinião não. Só não quero sair daqui como se eu fosse uma estranha.
- Mas você não é. - ele dá um sorriso de canto, um sorriso simples, eu sinto meu miocárdio apertar forte, meu coração tá batendo com tanta força que é como se o sangue não pulsasse, não saísse por linhas veias, mas escorresse. É esse sorriso que vou levar de lembrança. É dele que eu vou lembrar. Obviamente.
- É. - dou um simples sorriso, tento me concertar por dentro e passo por ele, indo em direção a porta, é como se eu não podesse nem sentir minhas pernas. Minhas mãos estão extremamente frias, meus pés também, sinto minha panturrilha formigar e percebo ele andar atrás de mim, destranco a porta e abro devagar olhando pra parede do corredor , saiu e me viro olhando pra ele. Provavelmente pela última vez. - Eu vou indo nessa.
- Tchau. - sinto que ele quer dizer alguma coisa, mas ele para. Tudo bem, não temos o que dizer. Aceno com a cabeça e saiu indo em direção ao elevador.
Em pensar que já entrei aqui cantando imagine dragons, e saiu hoje com as mãos atadas. Sem chão, literalmente sem chão. Chego a recepção do prédio e saiu no portão, tem um corola parado em frente verifico a placa pra ver se é o que ele me falou e sim HUX.
Entro no carro e olho pro motorista, que parece ter uns cinquentão.- É, Alex? - ele me pergunta olhando pelo retrovisor
- Isso.
Fico em silêncio, e não consigo pensar em nada e nem dizer o que estou sentindo neste momento. Só sei que quero chegar em casa e esquecer de tudo isso. meu corpo arrepia ao lembrar dos toques de Alex em meu corpo, seus lábios macios.. eu tenho que esquecer isso pro meu próprio bem. Fecho meus olhos , e tudo que consigo ver é o sorriso de canto que ele me deu antes que eu saísse, lembro da sua cara ao ouvir minhas cobranças sobre compras no supermercado, a facilidade que tivemos pra que ele me desse um tempo pra falar o que estava havendo entre eu e o Paulo, a forma como eu achava que podia contar com ele para os momentos que estava tudo fora do lugar, eu deveria ter cumprido o que eu disse e só proucurado ele quando tava precisando, sem sentimentos mas algo que depois que eu saísse da frente dele esquecesse dele, mas eu acabei me apegando muito a toda beleza dele, eu deveria ter parado quando vi que ele era amigo da minha mãe, droga! minha mãe. Como vou olhar pra ela, com quem vou conversar? O Paulo , pelo amor de Deus nunca mais vai olhar na minha cara. Eu...
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centro da cidade
RomanceDoar-se a algo desconhecido como o amor pode ser difícil. Conhecer o amor nos braços de quem não pode ser seu, doloroso. Amar quem não consegue lhe escolher? Crueldade. Viage nesta história, que é real. Sim! Real. Uma história de paixão, amantes...