07- A bênção meu pai

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Fui obrigado pelas três mulheres que mais me amam a descansar um pouco, sim a Maze me ama também. Tive a prova no dia que ela tocou nas vestes celestiais do meu pai mesmo sabendo que aquilo poderia matá-la.
Depois que fui expulso do céu e cheguei ao inferno mesmo não suportando aquela ideia tive que tomar posse do meu trono, era isso ou ser mais um num mundo totalmente diferente, estava  lá desesperado e sufocado pois sabia que nunca mais veria a Angel quando Maze vem e se coloca à disposição.
- Venho reparando meu senhor, anda sem rumo, sem paz no seu olhar e isso só tem uma resposta.
- E que resposta seria, demônio?!
- Meu nome é Maze. E a resposta é que você deixou alguém lá.
- Como ousa? Não lhe dei permissão para ler minha mente!
Fui violento e quase sufoquei Maze com minhas próprias mãos  mas, ela apenas sorriu para mim e olhando no fundo dos meus olhos disse:
- Não há necessidade. Basta olhar seu desespero, é igual de pecadores que mesmo após a morte não conseguem deixar os seus pra trás!
- Eu não estou morto! Não sou pecador e muito menos sou igual a quem quer que seja!
- Isso tá claro como água pra mim. Quando quiser dividir é só me chamar pois, agora vou torturar o H.
- Sério isso?! Ele ainda está aqui?
- Ele nunca vai sair daqui, sabe como são os psicopatas, eles sempre tem razão e mesmo sabendo o quão errado é o que fazem não se arrependem.
- O que você vai fazer com ele?
- Já se sentiu sem ar, sem espaço e sua vida se esvaindo aos poucos de você? É isso mesmo que vou fazer com ele, fazê-lo sentir o que fez com milhões.
- Me lembre de nunca me tornar seu inimigo Maze.
- Agora sabe meu nome, é um avanço.
Eu sabia quem era o homem, uma das dores mais profundas de meu pai, todos humanos tem a chance de evoluir com as passagens mas H na sua última foi tão cruel, tão devastador que ele nunca mais vai voltar e se possível um dia cessará seu castigo mas, pelo que via isso nunca acabaria.
Certo dia no meu desespero resolvo usar a veste rasgada de meu pai para voltar a Cidade de Prata mas quando me cubro com ela sinto como se meu corpo fosse se transformar inteiro em chamas e jogo para longe. Eu nunca poderia me disfarçar dele, alguém naquele mar de ressentimentos e dor tinha que  poder tocar e vestir aquilo e buscar minha filha para mim . Observei todos desde homens e mulheres e até crianças mas essas eram as piores, crianças e psicopatas que na Terra foram piores do que eu podia imaginar até que me lembrei de Maze, ela era destemida e além de ser uma mulher linda e sexy sendo capaz até de me dominar nas artes do amor era alguém também celestial.
Maze era também produto da criação e eu ia usar aquilo a meu favor.
- Preciso que use algo diferente hoje.
- Está querendo novas fantasias meu senhor!
- Não Maze! Quero que use isto e vá buscar minha filha.
- Você quer que eu toque nas vestes de Deus? Você tá muito maluco!
- Não me ofenda Maze! Posso jogar você no poço das lágrimas a hora que eu quiser!
- Sempre soube que me usava para esquecer Laura mas, me ameaçar de sofrimento eterno? Nunca imaginei.
- Eu sou o demônio, Maze! Sou mal.
- Não venha com essa! Era só me pedi com educação, sabe que te amo.
- Ora, ora Mazekeen você ama o status  de ser uma rainha!
Ela me olhou como se fogo fossem surgir dos seus olhos e se cobriu com o manto de Emanuel e enquanto caminhava pelos corredores do castelo mais e mais demônios se desesperavam e fugiam da sua visão.  Eu realmente imaginei que teria minha filha de volta, só não contava com tantos erros na execusão.
- Será se posso falar com a Maze um minuto à sós.
- O que foi Lúcifer? Quer pedir perdão pelos seus pecados?
- Não Maze! Só quero lhe agradecer .
- Eu não fiz por você, fiz pela garota. Seu olhar é como o meu quando me lembro do meu pai. Grande e inútil Adão, além de ser o primeiro da sua espécie não tem nada mais pra oferecer .
- Você nunca o perdoou por ter ido embora sem você não é.
- Você eu sei que não abandonou sua filha, sei que podem se resolver .
- Não é sobre isso. Eu nunca te agradeci sobre a vez que foi à Cidade de Prata.
- Não se agradece amor Luci.
- Maze...
- Eu sei. Sei quem é dona do seu amor e seu também que nunca vai deixar de amá-la . Vocês foram feitos um pro outro.
- Novamente meu pai tentando me manipular! Não posso acreditar, isso não é real.
- Luci pare de se torturar. Você precisa se permitir ser feliz.
Clhoe e Angel entram no quarto com uma bandeja cheia de frutas.
- Se não soubessem quem são diria que teríamos uma noite de amor e fantasias .
- Ai Lúcifer! Nós só imaginamos que você estivesse com fome .
- De fato, estou com fome e principalmente fome de amor Clhoe.
- Ei! Tem mais gente aqui. Vamos Angel! Isso aqui tá ficando insuportávelo.
Deixamos os dois sozinhos na suíte e vejo Angel na sacada observando as estrelas.
- Quase não conseguimos.
- Não pense mais nisso, seu pai é forte e aguentou o suficiente até você chegar.
- Amenadiel ia deixar que ele se dissecasse de vez. Será possível Emanuel ter ordenado aquilo?
- Lá no fundo você sabe a resposta.
- É eu sei. Emanuel nunca interferiria dessa forma na vida de alguém nem mesmo na do meu pai.
- Então pronto! Pare de se torturar. Eu vou pra casa.
- Maze,obrigada.
- Pelo que? Conheço seu pai, ele faria o mesmo por mim. Se isso fosse lhe dar alguma vantagem claro mas, faria.
- Você é importante Maze.
- Olhando pra esses seus olhos azuis  como as águas do oceano eu não consigo duvidar.
Maze era alguém especial e eu sabia que ela amava meu pai mas, de uma maneira diferente se algum dia chegou a amar como uma mulher ama um homem,nunca saberei mas ela amava tanto que foi capaz de arriscar sua vida quando enfrentou Amenadiel daquele jeito no hospital.
Deito na espreguiçadeira em frente à varanda e em poucos minutos pego no sono quando levo um susto com alguém ou alguma coisa em cima de mim.
- Ei! Mas o que?!
Clhoe e Lúcifer estavam quase sem roupas e se beijavam quando sem querer sentaram em cima de mim.
- Vocês estão malucos?! Eu estou aqui! Inclusive eu estava dormindo.
- Mas por que você estaria dormindo aqui? O que você tá fazendo aqui garota! Vamos Clhoe, vamos terminar o que começamos.
- Lúcifer não fale assim com a sua filha! Converse direito e até amante.
Vejo Clhoe sair,bater a porta da cobertura e com isso eu me sobressalto.
- Me desculpe se estraguei sua noite! Não podia imaginar que vocês iriam esquecer de mim na sala e praticar sexo pela casa toda.
- Angel não estávamos praticando sexo pela casa toda, começamos no quarto e vimos pra cá possivelmente iríamos até a cozinha mas, no banheiro é impossível, eu tenho um certo receio pois da última vez...
- Chega! Eu não quero saber das suas aventuras sexuais.
- Por que nunca experimentou?
- Lúcifer !
- É sério! Um dos prazeres carnais mais apetitosos, comparado à comer uma torta cremosa de morango. Isso eu sei que você já esperimentou.
- Lúcifer é sério.
- Olha eu só acho que você devia observar direito o homem certo, homem não, ou a mulher certa pois elas sabem como deixar outra mulher mais louca.
- Eu vou embora não tem condição.
- Você gosta dos dois?! Minha filha isso é perfeitamente normal. Apesar de pessoas conservadoras e cabeças de minhocas dizerem que isso é coisa do diabo. Bem que eu desejaria ter feito isso mas, ambos sabemos que sexualidade não tem nada de demoníaca; é totalmente divina.
- Lúcifer anjos não tem sexo!
- Quem te falou isso?! Alguém da Idade Média? Você está vermelha. Minha filha eu e sua mãe eramos muito mais que anjos e você é fruto desse amor minha menina.
- Onde ela está?!
- Eu não sei.
- Mentira! Você veio para Terra para tentar reencontrá-la. Sei disso.
- Sua mãe sumiu Angel provavelmente já se tornou outra coisa nessa jornada de evolução dela.
- Eu não acredito em você.
  Não consigo me conter e saio voando pela sacada do apartamento. Tudo o que eu mais queria era minha mãe de volta... Se é que ela existe. Vou subindo numa velocidade que nem reparo até que vejo na minha frente Amenadiel e mais 4 anjos voando próximos fazendo um círculo em volta de mim, obviamente como ele não conseguiu sozinho trouxe os amigos.
- Mais que droga Amenadiel! Eu já disse que não vou voltar com você!
- Eu preciso que volte querida. Sua presença foi solicitada.
- Que eu saiba você pode mandar uma intimação, um memorando!
- Angel não me force a isso..
- Forçar a que Amenadiel? A ser um escroto? Um filho da mãe que não entende a minha necessidade de ficar aqui ?
- Você já falou com seu pai. Já sabe a versão dele, mais um período próxima à ele não sabemos o que a influência dele pode causar.
- É incrível como vocês não tem fé na criação que me deram.
- Eu não queria fazer isso à força.   Nunca pensei que veria alguém se recusar a ir para o céu. Peguem ela.
Foi um fuzuê! Cada um tentava de uma forma diferente segurar Angel e fazer com que ela fosse imobilizada mas como todos sabem, anjos não são nada fracos e ela estava extremamente irritada até que algo que eles não esperavam aconteceu! Angel incendiou todo seu corpo e suas asas antes brancas se tornaram afiadas e a cada batida que ela fazia rajadas de fogo saim e isso chamou atenção de Lúcifer que já estava de olho quando ela saiu pela janela.
Amenadiel se descuidou e foi atingido e caindo violentamente na areia da praia, acho que agora a presa seria ele já que os outros fugiram como ratos.
- O que aconteceu aqui?
- Não sei! Isso deve ser herança sua!Não faço ideia como saíram chamas das minhas asas!
- Olha só garota eu nunca cuspi fogo apesar das pessoas insistirem nessa ideia ridícula.
- É mais fácil dizer tá bom filha isso é normal na família, mas não! Você consegue me deixar cada vez mais confusa sobre quem eu sou.
- Não há confusão. Você é minha filha, mais forte e pior do que você pode imaginar! ( Entendem a referência?) Forte como uma gladiadora e invensível como eu nunca poderia esperar.
- Você tá achando legal eu pegar fogo?!
- Sensacional a sensação não acha?
- É sim... Eu nunca sentir tanto poder.
Lúcifer me abraça e sinto todo meu corpo se acalmar e passo meus braços em volta da sua cintura e sinto que todo meu mundo estava girando direito agora, nunca mais eu queria ficar longe dele.
- O que vamos fazer com o Amenadiel Pai?
- O que?
- O que vamos fazer com...
- Não a outra parte.
- Pai?
- É . Parece um monte de anjos cantando durante a aurora.
- Meu Deus!
- Nunca imaginei que ouviria você falar isso.
- Você é meu pai, então, como te chamaria ? Chandler de Friends? A bênção meu pai? Ou a bênção Chandler?
- Adoro quando você usa piadas pra fugir de um assunto sério. Prefiro ser chamado de Ross com minhas 25 ex namoradas.
- Engraçadinho.
Amenadiel era um dos anjos mais fortes e não iria ficar ali desacordado o resto da noite e foi dito e feito, ele começa a gemer esparramado pelo chão e Lúcifer resolve o problema dando uma pancada na sua cabeça com um pedaço de madeira que ele achou não sei onde.
- Tá maluco? Tá querendo causar um traumatismo craniano?!
- Não seria má ideia, além de chatear o pai nós nos levaríamos dele por um longo tempo. O que acha?! Eu seguro a cabeça e você dá a pancada.
- Não!
- Te incomoda bater nele por ter vivido esses longos anos juntos? Pode acreditar, Amenadiel não é essa flor que ele tenta aparentar. Vamos você segura a cabeça e eu dou a pancada.
- Eu já disse que não! Ninguém vai causar nenhum dano cerebral nele aqui!
E nessa de dá ou não dá uma pancada, chega uma viatura de patrulha e aborda os dois.
- Mãos na cabeça. O que está acontecendo?
- Esse senhor quis obrigar a minha filha ir com ele e eu me vi obrigado à dar- lhe um sussega leão. Um leão não aliás, desmaiado assim mais parece um ramister daqueles que os humanos usam dentro de uma bola pra se distrairem.
- Não entendo o que você está falando, vão ter que me acompanhar.
- Claro policial! Vamos às averiguações. É um prazer conhecê-lo, sou consultor da polícia aliás. Pelo que vejo não somos da mesma academia mas talves conheça minha colega, se chama detetive Decker.
- Quando chegarmos terá direito à sua ligação. Me acompanhem .
- Sério que eu tô sendo presa?! Presa junto com você?!
- Não é mais paizinho? Bom saber como você se comporta na hora do aperto.
- Lúcifer estamos sendo presos por agredir uma pessoa! Meu Deus eu já fui acusada de matar uma pessoa e agora agressão!
- Um momento sou eu que estou sendo acusado.
- Isso não importa! Meu Deus se o Amenadiel acordar dentro da delegacia não vai prestar.
- Ele não se atreveria, não na frente das pessoas!
- Ele mudou muito...
- Querido policial, Oi?!
Vejo o policial se aproximar e a mágica acontece.
- Me diga policial, o que você mais deseja?
- Sempre quis ser dançarino de uma boate, daqueles que tiram o uniforme  no final mas, nunca tive coragem!
- Mas você falou com a pessoa certa policial! Eu vou realizar seu desejo e claro cobrarei meu favor assim que necessitar.
- É verdade?! Você vai me ajudar?!
- Realizo desejos meu jovem.
Quando me vejo estou dentro da Lux com o mais novo dançarino da boate se apresentando no maior gás na minha frente. Assim que a apresentação está chegando no fim Lúcifer me puxa pra cobertura.
- Não creio que seja apropriado você presenciar aquela apresentação cheia de promiscuidade.
- Me poupe você trabalha com isso! O que mais tenho que fazer?! Pedir a bênção? Para ir dormir?
- Seria interessante.
- O que? Sério isso?
- Vamos lá! Você consegue.
- A bênção meu pai .
- Os humanos dirião: Que Deus lhe abençoe mas não acredito que o pai abencoaria nossa relação.
- Engraçadinho. Me deixa sozinha.
- Sério que você vai fechar a porta na minha cara?! É a minha suíte.
- Tchau pai.
Meus lábios tinham um sorriso desenhado que eu nunca tinha produzido, sim eu estava me dando bem com ele e sim parece que minha vida fazia sentido agora. Enquanto vivia na Cidade de Prata sentia um vazio no peito que julgava ser pelo fato de nunca ter visitado à Terra e muito menos me tornado um anjo da guarda de alguém. Algo fantástico, surpreendente e raro, raro pois se tornar um anjo da guarda não era nada simples, todos humanos tem o seu? Tem mas, com a conexão que eu senti ao me conectar com a menina Trixie? De jeito nenhum.
Como ela estaria agora? Eu estava sendo uma péssima anjo da guarda mas aparentemente ela não estava mais correndo perigo, cair e ter uma fratura exposta? Não. Se afogar? Não. Ser assaltada? Também não e muito menos estar no meio de um tiroteio.
Pensar faz me conectar com ela e tudo o que ela estava vendo e sentindo eu também via e sentia agora. Trixie estava em casa espiando pela janela sua mãe e meu pai no Jardim conversando, pelo visto ele me colocava pra dormir ( desculpe eu tô sorrindo agora) e ia para farra? Ia atrás da namoradinha?
Aparentemente Trixie amava ver os dois próximos e no momento que os dois iam se beijar imaginei que ela iria sair da janela mas aquela menina era uma curiosa. Isso tinha que ser discutido.
- Você não devia espiar sua mãe.
- O que? Como você entrou aqui na minha casa?
- Ora não importa mas, você é curiosa hein! Não se deve espiar os adultos. Ei! Larga essa frigideira! Qual é?! Acha que eu vim roubar você ou qualquer coisa parecida?! Se esqueceu quem te livrou da morte esses dias?
- Você me falou que eu estava delirando.
- No final dessa conversa com certeza vou fazer de novo.
- Você não vai usar um neuralizador em mim! Eu não vou deixar.
- Oh baixinha aqui é a vida real, não estamos num filme dos homens de preto e o Will Smith não vai entrar por aquela porta com um neuralizador.
- O que você quer ? Quando a minha mãe entrar ela não vai gostar de ver você aqui, ela disse uma vez que você roubou o dinheiro do Lúcifer.
- Sua mãe usou um termo muito forte.
- Você pegou emprestado sem falar . A única vez que eu fiz isso na vida, minha mãe me deixou de castigo um mês.
- Legal ter mãe.
- Você não tem?
- Tá me olhando como se tivesse nascido de uma chocadeira. Eu tenho mãe ue! Só não faço ideia de quando ela vem .
- Sinto muito . Eu tenho uma coisa que deixa próxima dela mesmo que nós estivermos separadas e distantes.
- Interessante. O que é? Um celular? Vocês humanos e suas tecnologias...
- Não é  nada disso... É um colar que era da minha mãe quando bebê . Olha que linda uma meia lua e o Sol.
Assim que toco no colar sinto um arrepio estranho e reconheço o símbolo, aquilo com certeza era um símbolo da Cidade de Prata.  Será possível que a Clhoe Decker fosse a minha mãe?! Eu me reconhecia às vezes nela no modo de olhar, no caminhar e também no senso de justiça que ela tinha mas,aquilo não era prova, não era possível! Meu pai estava mentindo pra mim? Ela sabia sobre ela? Não sei se minha vontade tão profunda de conhecer minha mãe estava me fazendo ver coisas mas, aquele colar era o símbolo da casa de fogo e se não me engano minha mãe fazia parte dela.
Parada ali com aquele colar na mão não percebo a Clhoe entrando na casa e meu corpo inteiro se paralisa. Estava ali na minha frente, tudo o que eu sempre quis, uma família. No entanto para mim, meu pai estava tentando de alguma forma impedir que eu descobrisse.
- Angel, não vimos você entrar.
- Vocês estavam muito concentrados e não me viram passar.

Angel a filha de Lúcifer Morningstar { Em Processo de Criação}Onde histórias criam vida. Descubra agora