beijos de tequila | RENHYUCK

capítulo único

Ah, a vida universitária... Como descrevê-la? Talvez como um longo período de constante desespero e raiva. É, é uma boa definição. Enquanto ainda estava no ensino médio, Renjun sempre ouvira que a faculdade seria a melhor época da sua vida, mas quando enfim chegou lá ele passou a acreditar que aquelas pessoas eram doidas. Para ele, a faculdade era o verdadeiro inferno na terra. Talvez tivesse a ver com seu curso, afinal história não era tão fácil quanto as pessoas achavam que era, mas o garoto que costumava ser bem calmo em situações desesperadoras sentia vontade de explodir sua sala com seus colegas dentro, e todo dia era uma vontade diferente de trancar o curso, sem contar que ele nunca tivera tantas crises de ansiedade antes.

Mas como tudo na vida, a faculdade também tinha seu lado bom. Renjun conheceu pessoas incríveis desde que chegou, amigos que levaria para a vida toda, se tudo desse certo. Também tinham as atléticas. Apenas olhando para o jovem chinês não é possível notar, mas o garoto adora praticar esportes, principalmente a natação, sua grande paixão, e entrar na faculdade proporcionou ao Huang uma grande oportunidade de voltar a praticar a modalidade e competir em nome de seu curso. E tinha as festas. As famosas festas universitárias eram como uma luz brilhante no fim do túnel para estudantes tristes e frustrasdos com suas notas, e naquela noite seria a calourada da medicina, e como é de se esperar de um dos cursos mais visados, boa parte do corpo estudantil do campus estaria lá. Renjun definitivamente não perderia aquela festa.

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O relógio marcava quase meia-noite quando Renjun e seus amigos, Mark e Hendery, saíram do dormitório onde moravam e chamaram um uber para levá-los ao local da festa, que seria numa república no centro da cidade, já que a universidade não permitia festas no campus. A corrida durou pouco menos de quinze minutos, e logo que chegaram encontraram alguns conhecidos na entrada. Os três garotos se juntaram aos demais para dar início à noite.

Enquanto isso, do outro lado da história, temos Lee Donghyuck: estudante de serviço social, presidente da altética do curso e número um na lista dos mais festeiros da universidade. Seus amigos — Lucas, da educação física, e Chenle, um calouro de letras —, por outro lado, não eram tão adeptos à multidões de jovens bêbados e inconsequentes tanto quanto ele, mas como qualquer outro estudante que estava sempre na boca do povo, eles também não perderiam aquela noite, então se juntaram ao amigo para o primeiro shot da noite.

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Renjun perdera a conta de quantos copos havia virado, mas ele não se importava, era início de semestre, as aulas ainda não haviam começado e aquele era o momento perfeito para o chinês encher a cara sem ter que pensar em suas responsabilidades. Donghyuck pensava o mesmo, ele era conhecido como o maior cachaceiro de seu curso e defendia seu título arduamente sempre que tinha oportunidade. A diferença entre eles? Apenas a nacionalidade, porque em todo o resto eles eram extremamente parecidos, o que levava qualquer pessoa que conhecia ambos os garotos a estranhar o fato de os mesmos não se conhecerem pessoalmente. Quer dizer, eles sabiam quem era um ao outro, já se viram incontáveis vezes pelo campus, mas nunca pararam para conversar ou algo do tipo. Mas aquela situação estava prestes a mudar.

Ambos os garotos resolveram ir atrás de mais alguns shots e foi assim que finalmente se conheceram. As bebidas ficavam no bar improvisado na cozinha da república. O balcão da ilha estava completamente tomado por garrafas de variadas bebidas, desde vodca e whisky até a favorita dos dois jovens universitários: tequila.

Renjun e Donghyuck vinham de caminhos opostos, distraídos, em direção a última garrafa de tequila que restara depois de apenas três horas de festa. Só notaram a presença um do outro quando, ao mesmo tempo, colocaram as mãos no corpo da garrafa transparente.