NA VARANDA DE SEU QUARTO Inglaterra observava de pé o sol nascente tingir de vermelho o horizonte e converter as nuvens esparsas em algodão-doce cor cereja. Ao longe, sobre o centro da cidade, nuvens escuras se formavam. Uma tempestade se aproximava, o que fez Inglaterra se lembrar de tempos agradáveis: as pancadas de chuva iluminadas pelo sol que sempre aconteciam em dias tranquilos, e a risada sonora de seus pequenos filhos ao ver as nuvens chegarem. O aguaceiro vinha rápido, e as crianças continuavam sorrindo e se divertindo, enquanto as gotas de água rolavam pelos seus rostos e pregavam as roupas contra os corpos. Todos os adultos corriam em busca de abrigo, com jaquetas ou jornais sobre a cabeça, mas as crianças e Inglaterra dançavam e chutavam poças enquanto a chuva caía. Ao mesmo tempo, um céu azul luminoso, pouco além das nuvens carregadas, lançava raios de sol e iluminava os pingos como diamantes se precipitando do firmamento. E tão rápido quanto a tempestade surgia ela desaparecia, deixando árvores gotejantes e poças na rua que refletiram o céu azul. Era um fenômeno estranho, do qual Inglaterra começou a amar. Pelo fato de acontecer todo ano, no outono, tornou-se uma marca especial em sua vida, que dizia que muitos pequenos britânicos, zelavam por ele todos os dias. Pelo menos, era assim nessa época
Inglaterra respirou fundo e voltou a dentro de seu quarto.
- Talvez eu devesse voltar a visitar aqueles hospitais e orfanatos, as crianças ficavam tão feliz quando eu ia vê-las – Inglaterra falou ao seu próprio reflexo no espelho – Eu só preciso arranjar um tempinho extra... – Disse indo até seu armário e pegando um casaco
Inglaterra estava cansado a ponto de precisar se esforçar para manter os olhos abertos. Na noite anterior havia tido tantos pesadelos formados por péssimas lembranças, que as 00:30 já tinha desistido de dormir
Já pronto para descer e tomar uma xícara de chá, ouviu algo arranhar sua porta
- London? É você? – Perguntou olhando quem seria pelo olho mágico – Ah, pode entrar – Abriu a porta deixando seu grande leão entrar no quarto – Como está? – Acariciou a juba de London – Eu, já vou indo, okay? Até mais tarde – Disse logo antes de deixar o quarto com a porta entreaberta
Descendo as escadas a primeira coisa que chamou sua atenção na sala foi França — andando de um lado para o outro com uma expressão de horror no rosto
França parecia totalmente devastado e preocupado, sua respiração estava ofegante, e seus passos cada vez mais pesados
- França? – Inglaterra se aproximou
França parou, arregalou os olhos como um louco, e disse com a voz séria
- Inglaterra! Precisamos dar um jeito em Alemanha! De imediato! – Disse se aproximando
- O que aconteceu? – Uma enorme preocupação tomou conta de Inglaterra
- Polônia! Alemanha invadiu terras polonesas, e Polônia não está em casa! Alemanha abriu fogo contra Polônia! – Disse França trêmulo de nervoso
Um peso enorme pareceu subir as costas de Inglaterra no momento. Sentiu sua preocupação ficar ainda maior que a de França, e tudo em que conseguiu pensar: foi em impedir que mais caos se espalhasse
- Vamos pedir com muita educação e de forma pacífica, a retirada de Alemanha! – Disse soltando um longo suspiro – Vamos ligar para o escritório dele
França correu até o telefone mais próximo, e Inglaterra logo atrás.
Fizeram uma ligação. Sem retorno
Mais uma. Sem retorno
E mais uma.
- Alemanha falando – Finalmente o telefone foi atendido
- Alemanha! Tire seus soldados do território polonês! Agora! – França gritou no telefone
- Bom dia para você também França, como vai? – Alemanha debochou
- Estou ótimo! Mas aposto que Polônia não! Então, eu quero seus soldados FORA de território polonês em uma hora!
Alemanha riu – Ou?
- "Ou" Eu e Inglaterra destruímos o resto que sobrou do seu território de merda! – França pareceu ferver a ódio
- Você está muito estressado não acha? Passa o telefone pra Inglaterra, ele sempre foi mais paciente que você
França jogou o telefone no chão e se afastou transparecendo raiva
- Alemanha? – Inglaterra pegou o telefone
- Olá Inglaterra! – Alemanha parecia calmo, com a voz mais suave que o normal – Qual é o problema?
- Deixe Polônia em paz! Eu só vou dar um aviso – Inglaterra mandeu um tom de voz neutro
- Nossa! Vocês não tem o mínimo de respeito comigo? Cadê o "por favor"? – A risada de Alemanha estava claramente froxa
- Isso não é brincadeira Alemanha! Não vamos começar mais guerras!
- Relaxa Inglaterra! Polônia está ótimo – Pareceu que o telefone se afastou do ouvido de Alemanha – Não é mesmo Polônia?
Por um momento foi possível ouvir baixos gemidos de dor
- Viu? Polônia e eu somos bons amigos – Alemanha voltou a rir
- Alemanha! Não queremos ter que machucar você! Por favor, deixe Polônia em paz! – Inglaterra implorou uma última vez
Segundos depois dessa frase, Inglaterra pode ouvir o telefone desligar
Inglaterra realmente não queria uma guerra. Mas se Alemanha não colaborasse para paz, seria impossível mande-la
Inglaterra estava tão nervoso que sentiu seu sangue esquentar de ansiedade.
- E então? – França perguntou
- Vamos dar meia hora – Inglaterra respondeu pacientemente
- Eu juro que eu jogaria uma bomba nuclear em Alemanha, sem pestanejar! – França disse com ódio
***
MENOS DE MEIA HORA DEPOIS Inglaterra estava em seu quarto andando de uma lado ao outro. De certa forma, sentia-se culpado pelos ocorridos daquela manhã.
Mas, antes que a sua mente se aprofundase no assunto, ouviu alguém bater na porta.
Sem nem mesmo olhar pelo olho mágico — como de costume — abriu rapidamente a porta."E o inferno começa!" Dizia o bilhete colando no rosto de Polônia, que estava sangrando, amarrado, cheio de feridas, hematomas, e inconsciente em frente ao quarto de Inglaterra
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CASA DOS PAÍSES - 1939
Ficção HistóricaA história será dividida em partes das quais cada uma vou mostrar o ponto de vista principal de cada um dos países Se trata da Segunda Guerra Mundial Onde eu vou apresentar uma ficção de acordo com estudos, relatos, minha imaginação e ponto de vis...