Um Amor Sob As Estrelas [ REESCREVENDO ]

02 •| Envolvente brilho da cortina de estrelas

" Que a luz de vocês brilhe diante das pessoas "

— Mateus 5:16 — 

 
   Eu já acordei sabendo que hoje, dia que eu mais esperava, iria ter a famosa chuva de estrelas e, como meu pai já tinha me falado muito desse momento, quero apreciar as estrelas com o meu máximo. Ele sempre me dizia que é nas estrelas que encontramos sorrisos.
   Nunca soube ao certo o que isso significava, mas sempre tinha fé de que era algo lindamente puro e bom.

— 'Tá com a cabeça nas nuvens hoje Bela ? — Justin perguntou, bagunçando levemente o meu cabelo.

— Com a cabeça nas estrelas, você quer dizer — Melissa se apoia na mesa, não conseguindo manter sua própria animação, assim como eu — Não vi ninguém mais animada com isso do que a Bebela.
  Meus amigos já sabiam que esse era um dos dias que eu poderia me recordar do meu pai, que também amava esses " pequenos momentos de proeza da natureza que Deus criou ", assim como ele dizia. Com essas palavras, exatamente.
Por mais que eu fique eufórica e feliz, sinto saudades do meu pai. Ele faleceu em um acidente de carro há três anos atrás e, por mais que eu goste de olhar para estrelas por hobby, sempre sinto uma pontinha de saudade fisgar o meu peito.

— Fiquei sabendo que o professor de ciências passou um projeto hoje que tem a ver com astronômia —Jus batucou a mesa, continuando à explicar — Acho que é um telescópio ou coisa parecida. Só sei que é inspirado nessa chuva de estrelas.

— Que incrível — Disse eu, não conseguindo achar palavras para descrever a felicidade que eu sinto.
Começamos uma conversa sobre isso antes do intervalo terminar. A ansiedade só se acalmou ao ver o sol sumiu do céu em meio a tarde. Eu sentia uma mistura estranha dentro de mim, como se eu estivesse dando piruetas e o meu ser, plenamente vivo. Tomei um banho ao chegar a hora e só pela janela, posso ver o céu incrivelmente lindo.
  
    Meus amigos não puderam ver a chuva de estrelas comigo, então eu esqueço o local que marcamos e ando pelo caminho de pedras no fundo da minha casa. A noite está fria , mas em compensação as estrelas estão magnificamente belas .

— Uau... — As estrelas brilham tanto que deixam o céu com uma cortina cintilante , é muito bonito. A pequena floresta é densa e fechada, que chegava a ser um pouco claustrofóbica, mas ainda assim, no final da faixa há uma vista de tirar o fôlego.

   Um vento fresco balança os galhos da árvore e sorri ao lembrar que meu pai amava passar o tempo aqui. Eu entendo ele muito bem, porque esse lugar é realmente muito bonito. Com os olhos fechados, respiro fundo, mas de repente sinto um sensação esquisita.
    
     Olhei em volta, desnorteada, tendo a sensação de estar sendo observada. Fiquei em pé em um pulo, agarrando o vestido caso precise correr.

— QUEM ESTÁ AÍ ?! — A essa altura, eu poderia ter um treco apenas com essa impressão, mas não. Quase caí para trás quando uma voz rouca diz próximo de mim :

— Belo telescópio — Eu estremeci, tanto com o susto quanto com a sua voz. Saltei rapidamente, olhando para o garoto que, praticamente, brotou do meu lado. Também vi seus olhos azuis piscarem na minha direção, claramente rindo com o susto que tomei.

— Meu Deus... — Pus a mão no peito, respirando fundo — Eu conheço você ? — Ele riu baixo, mas balançou a cabeça. Os seus cabelos loiros estavam bagunçados sobre a testa - e nem ouso dizer do seu sorriso aberto e longo.

— Me desculpa pelo susto — Disse o garoto enquanto sua boca se repuxava mais uma vez em um sorriso estranhamente perfeito — Vim aqui aqui ver a chuva de estrelas. Minha avó disse que é um lugar bom para ver.
 
— Você me assustou — Sussurro baixo me sentando na pedra grande e ajeitando o vestido, sujo de terra.

— Bom, não era a intenção — Colocou as mãos na jaqueta preta e se encostou em uma árvore perto — Mas a noite está linda — Comentou indiferente. Mordi os lábios tentando esconder um risinho.

— Então... — Começou como se não quisesse nada — Você vem sempre aqui?
   Imagino que seja audível o murmuro baixo que eu dei, porque ele me olha de lado e ergue uma sobrancelha de maneira confusa e divertida ao reprimir a risada.

— De todas as cantadas que já me fizeram, essa com certeza sempre será à pior — Reviro os olhos por alguns segundos, não conseguindo segurar a risada alta que ecoa.

— Isso de longe foi uma cantada — Também riu, mas logo se aproximou — Só não costumo achar garotas essa hora sozinhas no meio do nada enquanto olha para as estrelas.

— Não sou como todas as garotas — Fiz um biquinho engraçado, dando de ombros — Mas meu pai amava ver as estrelas aqui comigo — Admiti para ele.
 
  Desde quando eu conto minha vida para estranhos ?

— E ele acertou bem na escolha do lugar — Balançou a cabeça — E da companhia também.
   Paro por um segundo e o encaro, olhando para ele que permanece com um sorriso convencido no rosto. Ele usa uma calça escura e uma camisa branca por baixo da sua jaqueta de couro. É claro que mais se parece com um anjo com seus cabelos claros e desajeitados propositalmente, mas não deixo de ver também os seus olhos azuis penetrantes que dão um ar angelical e, ao mesmo tempo, rebelde e...

— Porque 'tá me olhando assim ? — Seus olhos vagaram pelo meu rosto, como se a resposta fosse óbvia demais. Viro o rosto, ansiando escapar do seu olhar penetrante.

— Eu ainda não te conheço — Disparei rápido, tropeçando nas palavras — A chance de você ser um serial killer é de 86% — Seu sorriso fraco dessa vez era de zombaria e seus olhos se fecharam ao rir.

— A mesma probabilidade que eu tenho de ser um, você também tem — O clima ficou mais leve com a sua fala — Johnny. E não sou um serial killer.
   Fui obrigada à rir.
  Estendi minha mão para um cumprimento e aperto sua mão com firmeza, se assustando com a corrente elétrica que é trocadas através das nossas mãos.
 
— Isabela. E eu também não sou uma serial killer — Johnny riu em um tom enigmático.

— Só uma amante das estrelas. Estou certo ? — Olhamos juntos para o céu, mas pude ver o sorriso em seus lábios rosados.

— Não está errado.

— Eu curto as estrelas. Me identifico com elas — Admitiu rindo, não escondendo a vontade de olhar para aquela grande cortina cintilante sobre as nossas cabeças — Mas como diz o Augustus Waters. Os meus pensamentos são como estrelas que eu não consigo arrumar em constelações.

✨ E se mesmo depois do teu encanto, eu ainda deixarei a estrela brilhando só para ti meu bem. Vote!!! ✨

° Capítulo dedicado à Sorvetinha_Literaria e Chaud3, minhas betas incríveis que me ajudaram nessa jornada desta obra 💖