Capítulo 12

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Meu telefone toca e vejo o nome do meu irmão na tela. Ainda no elevador atendo e a voz de Danilo parece tensa e ofegante.

— Mana atenção no que irei falar, mas não fique aflita.

— An? O que aconteceu, Dani? – fico preocupada.

— Mamãe está no hospital, acabamos de trazê-la pra cá. Se conseguir vir, aqui nós conversamos melhor.

— O QUE?! Minha mãe no hospital? Diz o que aconteceu com ela? To indo pra ai agora!

Aperto o botão desesperada como se isso fizesse o elevador descer mais rápido. Passo na minha sala para pegar minha mochila e nem percebo que apesar da hora Carol não havia chegado. Desço correndo as escadas e aviso a secretária do térreo sobre minha saída repentina.

— Preciso me ausentar, minha mãe foi hospitalizada, depois de resolver as coisas lá talvez eu volte. Avisa a Carol quando ela chegar, por favor.

Entro no carro, dou ré e saio rapidamente do estacionamento. Dirijo-me ao portão enorme na entrada da empresa e o porteiro aciona para abrir. Chego o mais rápido que consigo no hospital Central de Brasília e subo as escadas correndo para encontrar com meu irmão no quarto andar. Ele e meu pai estão sentados, ao me ver meu irmão vem correndo e me abraça. Por algum motivo Érica, sua esposa não esta presente, mas nem pergunto o por que. Meu pai está com a cabeça abaixada, mas com aquele ar de inabalável no rosto. Isso me irritou.

— Cadê minha mãe? O que houve com ela? – pergunto desesperada.

— Mamãe passou mal, estava com fadiga e há muito tempo evitando se alimentar. – meu irmão começa a explicar, mas minha cabeça luta para conseguir acreditar.

— Mas como assim? Tomamos café toda manhã, e minha mãe está sempre sorridente, eu nunca notei nada de diferente. A alimentação dela é excelente – nesse momento as lágrimas começam a deslizar pelo meu rosto, e meu pai continua sentado com a cabeça baixa. — Vai direto ao ponto Danilo, o que há com ela?

— Devido os sintomas e uma série de exames, os médicos constataram que mamãe esta com câncer de pulmão. E pelo tempo já avançara um pouco, agora estamos aguardando os resultados do último exame e o parecer final do médico. – Danilo me abraça. As palavras cai em mim como concreto. Minha mãe estava sofrendo todo esse tempo e eu não percebi nada, tão preocupada com minhas coisas, meu ego, que não observei as dores de uma das pessoas que mais se importa comigo na vida. Minha mãe. Fiquei sem chão.

O médico veio e chamou meu pai para conversar, depois de vinte minutos ele retornou com uma papelada na mão.

— O doutor falou que tem um procedimento, não sei pronunciar o nome, e o câncer dela está em um estágio já avançado, mas que com a quimioterapia e talvez cirurgia consiga reverter o quadro. Aqui o papel com os detalhes. – ele entrega o papel na mão de Danilo.

— O plano dela cobre, pai? – Danilo pergunta.

— Não. – noto o cansaço no rosto de meu pai. A igreja para administrar, tantas pessoas para cuidar, e agora quem mais necessita de cuidados é sua própria esposa.

— Eu pago tudo! Pode submeta-la ao que for necessário. Eu pago!

— Eu te ajudo, mana. Não tenho muito, mas consegui fazer uma poupança para o bebê e podemos usar.

— Para o bebê? Não entendi. – fico surpresa em meio às lágrimas que escorrem do meu rosto.

— A Érica está grávida, vamos ter um filho ou filha. E esse foi um dos principais motivos de retornarmos ao Brasil. – Danilo consegue soltar um sorriso rápido. – Eu falei pra mamãe esses dias, e ela ficou muito feliz.

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