Capítulo 2

33 1 1
                                    

Não há progresso se não houver riscos, precisamos avançar e resolver esse mistério.

Danganronpa.
.....

-Obrigada por finalmente aceitar Maki- ele se coloca de pé e começa a dar voltas na sala enquanto fala comigo - para sua missão de reconhecimento você irá receber um objeto e digamos que não encontrará ninguém com o mesmo objeto que você, tudo que deve fazer é seguir o que o seu objeto lhe mandar fazer se conseguir concluir pequenos testes durante sua jornada será aprovada e encontrará o portão da ressurreição.

-Ouvindo seu discurso posso esperar encontrar outros espíritos nessa minha missão?

-Sim.

End anda até a mesa com os papéis e escreve algo em uma das fichas: 

-Pode esperar um momento, em alguns minutos eu volto.

Fico sentada estática como se algo me prendesse na cadeira, parece que End demora muito para voltar e quando finalmente retorna traz consigo uma pequena caixa, ele senta novamente na cadeira que está na minha frente :

-Este é seu objeto.

Eu pego a caixa tiro a tampa e olho o que tem dentro, há  somente uma bússola, ela irá  me indicar o caminho até o portão da ressurreição?

- Só devo seguir pra onde ela indica ? - pergunto realmente confusa.

- Não, está é a bússola da morte só irá funcionar quando alguém próximo a você morrer.

-Está me dizendo que vou ter que matar alguém?

Ele se encosta na cadeira dando um suspiro como se afirmando que eu não achava que iria ser tão simples.

-Se for necessário, espero que esteja disposta.

Estranho, mas se somos espíritos como vou matar outro espírito? Ou a gente vai para está missão na forma humana normal? End me olha e levanta as sobrancelhas percebendo que estou prestes a perguntar algo:

- Como eu vou matar alguém?

- No decorrer da missão espero que não precise descobrir isso, no meio da missão você encontrará outros espíritos, outras pessoas que morreram e estão tentando cumprir suas missões também, para conseguir a ressurreição, se você encontrar outra pessoa você pode ir contra ela ou se aliar a ela, elas podem te falar ou lhe mostrar o próprio objeto isso vai depender muito do seu diálogo com as outras pessoas. 

Parece complexo demais, e se esta bússola só vai apontar a direção quando alguém morrer, não vou poder me aliar a ninguém pois não vão confiar em mim de jeito algum, podem até ficar ao meu lado mas com o constante medo que eu os mate enquanto estamos dormindo, confiar em alguém também não parece uma boa opção, ainda mais que eu não terei certeza de que tipo de missão eles vão ter. End ficou um bom tempo me deixando pensar até finalmente quebrar nosso silêncio:

-Preparada?

Não sei como dizer que não a ele, eu não quero matar ninguém, nem mentir, mas no fim acho que será minha única opção, como é minha personalidade em vida? Como eu era? O que eu fazia? Como eu morri? São tantas perguntas que quando eu achar a resposta não vou saber distinguir o falso do verdadeiro.

- Não! - End da uma risada abafada.

- Eu sei que o desconhecido pode dar muito medo Maki- ele se levantou e colocou a mão no meu ombro direito - mas você precisa se arriscar.

- Eu não tenho motivo pra voltar.

- Você irá achar, e quando descobrir vai saber exatamente o que fazer.- e surge de novo aquele sorriso em seu rosto.- Vamos aos preparativos finais- ele coloca a mão no bolso e tira um papel dobrado e um relógio e me entrega- isso é seu mapa - aponta para o papel- e isso um relógio pra você salvar seu progresso, você tem sua base de descanso com tudo necessário, quando for avançando vai encontrar  portais de arquivo pra salvar seu progresso e ir pra base de descanso- interrompo ele.

- então é como um jogo?

- Digamos que sim, enquanto se é um ser humano possui diversas limitações, Como sede, fome e sono.

- entendi, como já estamos mortos, se alguém me matar o que vai acontecer?

- Você perde todo seu progresso e começa do início, sem a perca das memórias claro! O resto você vai descobrir, por favor explore tudo que conseguir e não se esqueça de salvar  tudo, você só saberá que está indo no caminho certo por causa da sua bússola.

-Entendi! - Solto um suspiro e fecho os olhos, nem comecei e já me sinto derrotada.

Ele vai até a porta  e começo a seguir ele, saímos da sala cinza e  andamos por algum tempo em um corredor, até uma grande porta azul, ele para na porta e me olha:

- Sobrou alguma pergunta?

- Não!

- Então a gente se vê no final de sua jornada.- e me mostra mais uma vez seu sorriso antes de abrir a porta.

- Achei que aqui seria um adeus...- ele não parece estar me ouvindo abre a porta e uma quantidade imensa de uma luz azul ofusca minha visão por meros segundos estou em um lugar totalmente diferente, onde está o End? E que lugar é esse? Tem um papel de parece bonito, azul bem claro e um som suave como aqueles de caixinhas de música está tocando fraca ao fundo, não sei dizer de qual direção vem, começo a andar e tudo começa a ficar um pouco mais nítido, tem uma cama a minha direita parece tão macia, em cima dela tem um cobertor marrom e um travesseiro branco tudo bem organizado, na esquerda tem uma mesa com apenas uma cadeira, ao lado dela uma pia  pequena e um armário, o piso é meio amarelo com formas estranhas, a lâmpada pisca alguma s vezes e talvez não seja ela e sim eu derrotada pelo cansaço, ando até a cama, me sento e percebo uma porta ao lado da cama, vou até lá e dou uma espiada, tem um pia com duas portinhas e uma gaveta, um espelho médio acima, na direita um vaso sanitário e no final um chuveiro, não ter uma janela nesse cubículo me deixa muito desconfortável.

Quanto tempo passei naquela sala? e como vou sair daqui? Por que não tem janelas? Ando até a mesa e deixo o relógio, o mapa e a bússola repousando sobre ela, vou até a cama me deito e pode ser apenas o cansaço falando alto mas é a coisa mais macia a qual me lembro de me encostar nesta vida.

Mirai Onde histórias criam vida. Descubra agora