001 | I Bet You Look Good on the Dancefloor.

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Anne estava com os olhos vidrados em Ellie, quando ela fechou os mesmo, pois tudo o que queria sentir no momento eram as mãos da garota segurando firme na sua cintura.

Ela sentiu Ellie descer para o seu pescoço com seus lábios quentes, que eram como chamas contra a pele gelada de Anne, e suas mãos do exploravam mais e mais o corpo uma da outra e isso era maravilhosa e-céus, tão errado, matar a última aula para ficar no armário do zelador assim, e talvez ser pegas fosse um problema se elas ligassem para isso.

A pele de Anne arrepiou ao sentir a língua de Ellie passear por ela, e Ellie por sua vez fazia todos os movimentos com maestria, porque era como se estivesse tocando em uma rainha, e ela levou suas mãos para os cabelos negros da garota, os enroscando lá.

Estava tudo bom e perfeito, bom demais para ser verdade, porque coisas boas simplesmente não aconteciam com Ellie, e quando aconteciam vinham cobertas de coisas ruins-e Anne era boa, oh, realmente boa no que fazia, e é claro que o sinal indicando o fim da aula tinha que estragar tudo.

As duas garotas se afastaram pelo susto, e elas sorriram uma para a outra antes de começar a ajeitar suas roupas no corpo, as quais-infelizmente, não foram retiradas.

"Amanhã, no mesmo horário, Mon chéri?" Anne perguntou, e Ellie sabia que era como uma ordem, mas ela não poderia cumprir.

"Amanhã é... sábado." E aquela foi a hora em que a ficha das duas caiu. Haviam se passado uma semana inteira desde que elas estavam fazendo aquilo. Era tempo.

Ellizabeth Foster havia chegado em Whitney High School a exatos 5 dias, graças a sua tia que trabalhava na limpeza e conseguiu a bolsa no colégio de seu primo, e ela teve que mentir um pouco-não contou que Ellie estava sem estudar a um mês depois de ter uma discussão enorme com o diretor de seu outro colégio, foi expulsa, porque para a garota era demais eles sequer deixarem ela fumar ou dormir durante as aulas, e então saiu feliz. Ela não queria ir para o colégio dos ricos até então, mas sua mãe pediu por favor, e ela nunca pedia quase nada, e então Ellie atendeu porque não sabia por quanto tempo mais sua mãe ficaria com ela e queria a agradar, pelo menos uma vez.

De primeiro momento ela não tinha gostado de Whitney. Tudo parecia lembrar seu antigo colégio, o time de futebol, os grupinhos no refeitório e na sala de aula e os professores exigentes. Ela achou que ia surtar, até que, de segundo momento, ela reparou em uma certa garota com sotaque francês de cabelos negros, corpo magro, pele branca e lábios carnudos que pareciam ter sido esculpida por deuses, e começou a se animar.

Logo no primeiro dia ela perguntou para Troy-o seu único colega, primo e traficante nas horas vagas sobre ela, e ela descobriu que eles eram na verdade muito amigos, seu nome era Anne Catherine Lacroix, e que Anne viveu na França até seus doze, e então veio para Los Angeles, e ela não sabia falar o inglês fluente e seu sotaque era muito marcado, mas este só era mais um dos seus charmes. Sobre a sexualidade ele não soube afirmar nada, mas disse que já tinha a visto com garotas. E com garotos também, mas Ellie não queria saber dessa parte.

Sinal verde, certo? Errado. Foi difícil, e muito, conseguir algo com Anne, porque por alguma razão que ironicamente ninguém saberia explicar, ela era tratada como um rainha naquele lugar. Ela nem mesmo sabe como teve chances com a garota de olhos azuis, porque ela não era aquilo tudo e nem metade daquilo tudo e definitivamente não merecia aquilo tudo e não saberia lidar, por isso Anne e ela ficaram apenas nos beijos escondidos dentro do armário ou no banheiro, sem conversar ou algo a mais, e elas não sabiam nada uma da outra e nem eram realmente próximas ou íntimas, por isso Ellie estranhou quando a mesma soltou as seguintes palavras:

"Vai ter essa festa amanhã. Eu quero que você vá." E então ela destrancou a porta e saiu, não dando tempo de Ellie dizer, questionar ou negar nada. E ela sabia que não deveria, Anne disse, e se Anne Catherine disse ela disse e então assim seriam as coisas.

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