A semana seguinte foi um tanto um quanto angustiante.
Depois daquele dia, quando Anne deixou a em casa, Beth chorou até seus olhos ficarem vermelhos e o rosto inchado e depois comeu meio pote de sorvete vegano de chocolate de uma vez. E quando sua mãe chegou em casa naquela tarde ela chorou mais ainda, porque, bem, era sua mãezinha ali, viva e respirando – com a ajuda de aparelhos de oxigênio, mas ainda sim viva. Ela a abraçou tanto e disse que já estava quase conseguindo o dinheiro para a outra dose do remédio, e sua mãe sorriu e a agradeceu, e depois disso elas comeram e tomaram mais sorvete, assistindo how i met your mother, porque foi a primeira série que viram juntas e sorrindo a cada segundo. Em seguida Ellie a levou até a cama e a colocou para dormir, dando um beijo em sua testa e retornando ao seu quarto. Ela não dormiu aquela noite, entretanto, como havia sido na madrugada passada.
E então se passou sábado e domingo, e ela só saiu de casa na segunda feira quando precisou comprar absorventes, e estava totalmente decidida a faltar no colégio aquele dia, mas Katy foi até sua casa a tirar da cama e dizer que achava que ela tinha morrido e que ela não podia sumir por dois dias seguidos assim. Ellie explicou que queria ficar com sua mãe, mas ela não sossegou até beth tomar banho para ir, Katy não saiu do quarto enquanto ela trocava de roupa mas estava ok, eram amigas certo? E antes de sair Ellie deu um abraço bem apertado em sua mãe, porque ela nunca saberia quando seria a última vez que iria o fazer.
Ela chegou na escola alguns minutos depois que o sinal indicando o começo do horário tinha batido, e se sentou em uma das últimas cadeiras quando entrou em sua sala de aula com uma carranca no rosto, e escutava as pessoas sussurando por onde ela passava mas definitivamente não ligava para isso.
Ela achava que tinha dormido até o dia seguinte, mas acordou na quarta aula com Katy a balançando e com todos da sala olhando diretamente para ela, inclusive o professor e uma mulher parada na porta com uma lista nas mãos.
"O que houve?" Ela pergunta, levantando o olhar.
"Ellizabeth Foster, você foi sorteada para a excursão de Las Vegas." E Ellie sorri. Sorteada, claro. O quão influente Anne era no colégio, afinal?
Ela assinou o papel e voltou para seu lugar, virando para o lado, tentando dormir novamente quando Katy a cutucou.
"Eu nem acredito que você vai também, isso é muita sorte de nós duas, certo?" Katy disse, empolgada.
"Oh, sorte, claro, com toda certeza." ellie bocejou, e tratou de recolher o único caderno que estava sobre a sua mesa quando o sinal tocou. "Depois terei de agradecer a minha francesa por essa nossa sorte." Ela foi irônica, e até revirou os olhos pois detestava ficar dizendo o que era óbvio. Ellie odiava quando Katy dizia coisas idiotas desse tipo, porque ela já havia gastado muito tempo de sua vida explicando para ela sobre como os alunos que tem bolsa eram tratados como lixo naquele lugar, mas bom, Katy afinal era só mais uma riquinha que o pai mimava e pagava o colégio sem deixar a garota ao menos ver o valor enorme da mensalidade, então ela não esperava que ela entendesse realmente o seu ponto. De todo jeito, isso a incomodava.
Antes que Ellie pudesse sair da classe, sua professora de física chamou pela garota. Demorou certa de um minuto para ela receber sua prova com um 8 escrito com uma caneta colorida e a professora a parabenizar. Ela agradeceu, e então Katy tambem deu parabéns para ela porque - ah, era óbvio que ela estava bem atrás dela. Ellie sorriu forçado e saiu da sala, e assim que virou o corredor amassou o papel em suas mãos e o afundou dentro da mochila.
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Atelophobia.
Teen Fictionatelophobia.: o medo de não ser bom o bastante. . onde Ellizabeth acabou de se mudar para o colégio e encontrou Anne Catherine, a garota aparentemente perfeita.