Capítulo 3

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SILÊNCIO

Era tudo o que se ouvia na casa dos Cooper's, um silêncio incomodo mas ao mesmo tempo confortável na noite escura. Para Luke Cooper essa era a pior parte do seu dia, porque era nessa hora que tudo vinha em sua mente, não só o desaparecimento de Alissa, não mesmo, o motivo de suas noites muito mal dormidas vieram antes disso, mas convenhamos que o sumiço da amiga apenas contribuiu.

A vida de Luke sempre foi em partes solitária, ele sempre foi o menino quieto, pessimista e que ficava sempre em seu canto - não que tenha mudado muita coisa hoje em dia -, essas características sempre lhe causavam " problemas ". Garotos sempre implicavam com ele, garotas sempre se afastando e adultos sempre achando que era apenas exagero de adolescente, mas ele sabia que não era só isso.

Ele se sentia estranho, como se algo tivesse mudado dentro dele, ele sentia que não tinha ninguém, mas foi ai que ela apareceu. Alissa o entendia, ela era uma ótima amiga para ele, mesmo se mostrando uma garota extremamente difícil a mesma o ajudava, fazia com que ele sentisse vontade de sair, se divertir e junto com o resto do grupo ele teve dias incríveis.

E isso não causava apenas felicidade para o garoto mas também para a mãe dele, Mayra Cooper, uma das poucas pessoas que não tinha nenhum motivo par sumir com Alissa. Já a irmã, Hanna, tinha lá seus motivos, que creio eu, ainda não estarem prontos para serem expostos.

Mas além de Alissa, Luke era muito próximo de outra pessoa, Addison, esse era o nome de alguém que sempre perturbava as suas noites, principalmente agora que está sozinho e as lembranças do passado vem para lhe fazer uma pequena visita, desde o sumiço da melhor amiga- porque sim Alissa era sua melhor amiga e o menino não tinha medo de falar isso- e o afastamento do grupo Luke ficou sozinho de novo.

Mas voltando para o silêncio da noite, pois são esses momentos que devemos nos preocupar, nessas horas Luke parava e pensava: " o que eu estou fazendo? " ou " porque eu ainda estou tentando? ". Na cabeça dele ele não era importante, e por que seria?, os amigos se afastaram, a melhor amiga sumiu e o pai deixou a família a seis meses sem motivo aparente.

Ele estava sozinho, sozinho e perdido, o garoto não sabia para onde ir ou o que iria fazer. As vezes ele queria desistir, mas ele não podia, pois não estava em seu sangue. As noites em claro deixavam rastros em seu lindo rosto, ele tinha olheiras muito grandes, tão grandes que se crescerem ele poderia ser confundido com um panda, mas ninguém percebia que essas olheiras eram causadas por algo maior a culpa, para os outros ele era mais um dos vários adolescentes que deixava as suas noites se sono para jogar online.
Agora se questionem: porque ele sente culpa? E principalmente porque ele sente isso?
Bom, ele se culpa pelo sumiço de Alissa - porque de acordo com ele, se ele tivesse sido um pouco mais rápido teria conseguido impedir o sumisso da amiga - ele também se culpa pela saída do pai, além de fatores que antecederam.
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" Mais um dia mais uma luta " esse é o mantra de Luke, todo dia que acordava ou simplesmente quando o sol nascia - já que tinha noites que ele nem fechava os olhos - ele dizia isso para ele mesmo e as vezes para os outros.

Ele se levantou, fez suas higienes, se trocou e antes de descer para tomar o seu café da manhã se olhou no espelho, repetiu o seu mantra e colocou um sorriso aparentemente verdadeiro,mas que no fundo guarda tanta dor que chega até ser um pouco desesperador se alguém soubesse a verdade.

Descendo as escadas e entrando na cozinha ele vê as duas mulheres da sua vida, as duas coisas que atualmente não fazem ele querer desistir.

- Olha ele aí! - disse a irmã animada - Bom dia bela adormecida.

- Muito bem obrigado - respondeu quase no mesmo tom de voz que ela.

- Bom dia querido.

- Bom dia mãe - desejou a mulher que sempre tinha um sorriso no rosto, mesmo na situação em que ela está com o marido.

- Chega de mimimi, vamos logo coisa se não vamos chegar atrasados - Diz a irmã sem nem mesmo deixar ele encostar no seu café da manhã.

Ao chegar na escola Hanna foi atrás das suas amigas deixando o garoto sozinho, não que isso fosse uma novidade, então o mesmo foi andando calmamente pelos corredores com os próprios pensamentos em direção ao seu armário.

Ao fechar o mesmo Luke encontra alguém, que a muito tempo não conversa, o observando.

- Oi Sophie, bom dia - Diz animado pela primeira vez no dia.

- Oi Luke - Diz a loira envergonhada - como vai?

- Indo... e você?

- Bem bem - Diz Sophie nervosa - bom eu vou para a aula agora.

- Tem aula do que agora? - pergunta Luke.

- Gramática - responde a garota com uma leve dúvida na voz.

- Posso te acompanhar? - ele nem sabe porque fez essa pergunta, talvez porque esteja sentido falta de falar e ficar com alguém sem ser a sua irmã ou saudade da amiga com quem teve conversas que nem Alissa sabia, e vendo o leve brilho no olhar da garota ele percebeu que não tinha volta.

- Só se você quiser - fala com uma leve animação na voz. E foi ai que ele também percebeu: ela também sente a falta dos antigos amigos.

- Vamos - diz sorrindo e acompanhando a garota.

E foi nesse curto caminho entre o armário e a sala que ele sentiu como se tudo o que aconteceu não passa-se de um sonho muito distante.

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