Capítulo 3

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Hello peoples!
Eu sei que demorei, okaaay??
Mas eu avisei no capítulo anterior que eu tava com uma dificuldade pra escrever a fic, mas acho que agora ta fluindo. Me desculpem, mas eu to me esforçando pra escrever.
Até lá embaixo!

Qualquer erro avisem!
Boa leitura!







POV Brunna (Point Of View – Ponto de vista)


Entrei em casa sentindo o cheiro da comida de minha mãe e o barulho de conversas na cozinha.

Fui logo tirando meus saltos, sentido meus pés relaxarem sem o aperto e solto um suspiro de alívio. Deixe eles no canto ao lado da porta e fui até o sofá onde me sentei de vez fechando os olhos.

- Mamã!! – ouvi a voz rouquinha e fina de Calleb, acompanhada do som de passos apressados, se aproximando. Abri os olhos e logo um corpinho se jogou em cima de mim.

- Oi meu amor. – arrumei ele no meu colo, sentando-o de lado e espalhei vários beijos pelo seu rosto, fazendo ele rir. – Olha só como ele está cheiroso. – falei e comecei a cheirar seu pescoço causando cócegas nele e o fazendo gargalhar gostosamente.

Meu peito se aqueceu ouvindo aquele som gostoso, que eu tanto amava.

- Para, mamã! – pediu ele ofegante e tentando não rir mais e eu parei rindo também.

- Como foi seu dia hoje? – perguntei arrumando seu pijama do Dragon Ball Z, nunca vi criança mais louca que ele por esse desenho.

- Eu fui ao parque com o vovô! – ele disse empolgado e começou a contar o quanto ele brincou.

Falou dos lanches que meu pai comprou para ele e eu o alertei não era para ele ficar comendo muita besteira durante a semana, conversaria com meu pai sobre isso depois. Ele também contou de sua nova amiga, Sara, que ele brincava sempre que a encontrava no parque.

Depois de ouvir todo o seu relato, dei mais alguns beijos em seu rosto, ouvindo suas reclamações por suja-lo de batom, o coloquei no chão e fomos até a cozinha para falar com meus pais. Fui direto dar um abraço no meu pai, já que era raro encontra-lo em casa esse horários durante a semana, ele sempre estava na delegacia e só chegava bem tarde.

- Boa noite, meus amores! – desejei e fui até a Mia, que estava passando um café, dando um beijo em sua testa e em seguida até meu pai que cozinhava algo, um ao lado do outro.

- Boa noite, filha. – eles responderam juntos. Calleb correu para fora da cozinha novamente dizendo que iria assistir televisão.

- Como foi no seu primeiro dia, Bru? – meu pai perguntou se virando para mim, depois de desligar o fogo.

- Foi muito bom, pai. Consegui fazer tudo perfeitamente, o cara que ficou responsável pelo meu contrato me ajudou bastante, me tirou várias dúvidas antes de começar. Fora minha chefe que é uma pessoa muito gentil também, acreditem. – falei me encostando no balcão ao lado de meu pai.

- Realmente difícil acreditar, esse povo rico é sempre bem esnobe na maioria das vezes. – Mia falou, terminando de passar o café e se virou para mim.

Também fiquei surpresa com a forma que Ludmilla me tratou durante todo dia, sempre muito gentil e atenciosa, apesar de alguns olhares dela que eu peguei algumas vezes. Preferi ignorar isso, pois ela me parecia ser bem profissional.

- Sim, é assim mesmo, mas que bom que foi bem, filha. Tenho certeza que você evoluirá bastante com o tempo. – papai falou e eu sorri feliz. Era muito bom receber todo esse apoio deles, me deixava muito feliz, era essencial para mim.

- Com certeza, pai. – concordei.

Avisei que iria tomar banho e a Mia pediu para que não demorasse pois já iria servir o jantar. Quando passei pela sala pude ver meu filho deitado no sofá todo largado enquanto assistia bem concentrado o desenho que eu já imaginava. Dragon Ball Z. Eu achava um tanto violento para sua idade, mas papai apenas disse para conversar com ele para que não reproduzisse nada que visse no desenho.

Subi para o meu quarto e fui diretamente para o banheiro, tirei minha roupa e fui para debaixo do chuveiro. E meu corpo relaxou quando a água morna caiu sobre meu corpo. Eu nunca imaginei que passar o dia todo sentada fosse me cansar tanto, apesar de andar pra lá e pra cá várias vezes para Ludmilla, não imaginei que fosse tão cansativo. Meus pés estavam doloridos por não estarem acostumados com todo o aperto do salto durante tanto tempo e eu sentia minhas costas reclamarem por ter passado tanto tempo sentada, apesar da cadeira ser bem confortável.

Não consegui evitar pensar na discussão da minha chefe com o que parecia ser sua namorada. Havia ficado chocada com as coisas que ouviu, percebi que o relacionamento delas não está nada bem, e que a namorada de Ludmilla não parecia bater bem da cabeça. Senti  uma vontade imensa de bater naquela mulher quando a mesma me tratou grosseiramente ao chegar na empresa repentinamente, fora o olhar que recebi na hora que a mesma foi embora.
Mas eu acho melhor eu ficar calada mesmo, melhor que dar ibope a maluco e acabar perdendo meu emprego.

Lembrei também dos olhares de Ludmilla, a forma como peguei ela me olhando algumas vezes fez meu corpo se arrepiar estranhamente, e era difícil não retribuir os olhares. Não queria começar a pensar certas coisas, mas estava difícil evitar.

Porra, Brunna, primeiro dia e você já tá imaginando coisa, achando que sua chefe está interessada em você. Menos, querida, bem menos! – pensei e não aguentei não rir do meu próprio pensamento.
- Não deve ser nada, é apenas coisa da minha cabeça. – digo baixinho para mim mesma e desligo o chuveiro.

Depois de colocar meu pijama, desci para a cozinha e meus pais estavam se sentando à mesa. Calleb estava sentado, provavelmente esperando que alguém o servisse.

- Hmm! – murmurei ao sentir o cheiro delicioso da comida. – Amo quando vocês dois se juntam para cozinhar. O cheiro está maravilhoso.

- Eu não fiz tanta coisa assim hoje, sua mãe só me deixou fazer o tempero do frango. – papai reclamou enquanto observava mia pegar seu prato para servi-lo.

Sentei ao lado do meu homenzinho e peguei seu prato, colocando a quantidade certinha para ele, que logo que eu coloquei prato em sua frente começou a comer como se estivesse passado o dia sem comer.
Algo que eu não tinha que me preocupar com o meu filho é isso, comida. Ele comia de tudo, tinha algumas coisas que não apreciava muito, mas eram pouquíssimas.

Jantamos entre conversas e risadas. Depois que terminamos, papai me ajudou a lavar os pratos, enquanto mia leva Calleb para escovar os dentes.

Quando terminei, deixei papai assistindo televisão e subi para ir até o quarto do meu filho para colocá-lo para dormir.

Da porta pude ouvir suas risadas e da mia dentro do quarto. Entrei e observei os dois brindando sobre a cama. Era incrível como ele não parecia ser ligado nos 220w todos os dias, não cansava nunca.

- Cheguei pra colocar esse menino elétrico pra dormir. – falei me aproximando deles e minha mãe parou de brincar com ele, lhe dando um beijo na testa e um “boa noite” antes de sair do quarto.

- Mamã, não estou com sono. – ele falou se encostando em seu travesseiro, mas em seguida ele bocejou, acabando indo contra ao que tinha acabado de dizer.

Ele estava com sono, mas lutaria contra ele o quanto conseguisse.

- Está sim, olha o bocão que você abriu aí agora. – falei enquanto cobria seu corpo e em seguida sentei ao seu lado. – Vou fazer carinho em seu cabelo até que pegue no sono, tá bom?

- Tudo bem, mas eu vou demorar muitão pra dormir. – falou convicto e segurei para não rir.

- Ah, é?

- É. – bocejou novamente.

Beijei sua testa e comecei a fazer carinho em seus fios loiros.

O amor que eu tinha por esse garoto era inexplicável. Apesar de ter chegado para mim num momento não muito favorável, foi a melhor coisa que aconteceu pra mim na minha vida.

Poucos minutos depois ele estava ressonando baixinho. Deixei um beijo em sua testa e sai bem devagar do quarto, fechando a porta da mesma forma.

Fui para meu quarto, escovei meus dentes e me joguei na cama. Estava muito cansada, não demorei muito para pegar no sono.


[...]


No dia seguinte, cheguei um pouco mais cedo na empresa já que Renato falou que era melhor chegar mais cedo que a Ludmilla para que eu pudesse me organizar melhor e com mais calma.

Sentei em minha mesa e liguei o computador. Procurei a agenda na gaveta e logo folheei olhando os compromissos que eu havia passado da outra agenda.

Depois de organizar tudo, comecei a analisar os e-mails que havia recebido. Pelo jeito minha chefe teria um dia extremante cheio.

Um tempo depois, de longe ouvi o som dos passos firmes se aproximando no corredor. Olhei para entrada da corredor e a avistei caminhando na minha direção, enquanto olhava algo em seu celular. Ludmilla estava tão maravilhosa quanto ontem. Usava uma camisa social vermelho vinho, o paletó estava dobrado sobre seu antebraço que segurava o celular, a calça era preta e hoje ela havia optado por um sapato social que brilhava de tão bem engraxado. Seu cabelo estava liso e repartido no meio.
Ela exalava poder a cada passo que dava. Que mulher incrível, meus amigos. – não pude evitar pensar.

Levantei rapidamente quando ela passou pela minha mesa e à acompanhei até a porta.

- Bom dia, srta. Gonçalves. – voz rouca disse baixo, quando ela tirou os olhos do celular para abrir a porta.

- Bom dia, srta. Oliveira. – falei entrando com ela e indo até a sua mesa.

- Oque temos para hoje? – deixou sua maleta sobre a mesa, o paletó nas costas da cadeira e sentou na mesma, finalmente olhando para mim.

- A srta está com a agenda bem cheia hoje. – pontuei e abri o caderno em minha mão.

Passei toda a sua agenda do dia para ela e a todo momento eu sentia seus olhos sobre mim. Eu não sabia se me sentia envergonhada ou se gostava daquilo. Sempre chamei muita atenção, e as vezes me incomodava por que os homens conseguiam ser bem nojentos e desnecessários na maioria das vezes. No entanto, com Ludmilla eu estava começando a gostar de tê-la me olhando daquela forma. Uma mulher poderosa como ela prestando tanta atenção em mim era novidade.
Okay, Brunna, controle-se. Além de ser sua chefe e a conhecer à apenas um dia, ela tinha uma namorada insuportavelmente surtada. Você não quer esses problemas para si.

- Eu vou imprimir alguns relatórios que foram enviados por e-mail e trazer para que você revise. – falei ao terminar de passar tudo para ela, essa que pareceu despertar de algum transe, pois piscou algumas vezes e pigarreou.

- Certo. – disse em um tom rouco e olhou em meus olhos, e sentir o ar se esvair do meu peito com o quão intenso seu olhar estava. – Me traga uma xícara de chá de camomila também, porfavor.

Assenti e dei as costas para me retirar. Mordi o lábio inferior ao fechar a porta atrás de mim. Ontem ela até que estava disfarçando, ou pelo menos tentando, mas hoje ela estava sem pudor algum.

Estava me segurando para não devolver na mesma proporção. Se bem que não seria ruim provocá-la um pouco.

Ri com esse meu pensamento e neguei com a cabeça. Estava em meu local de trabalho não poderia flertar ali, muito menos com a minga chefe!

Já na minha mesa, coloquei os relatórios para imprimir e fui providenciar o chá para Ludmilla.

Quando voltei para sua sala, depois de muito lutar para abrir a porta por estar cheia de papéis em uma mão e uma xícara na outra, encontrei Renato sentado em uma das cadeiras na frente da mesa de Ludmilla, e eles dois riam de algo.

Me aproximei e quando Renatinho percebeu minha presença, levantou rapidamente para me ajudar, pegando os papéis de minha mão.

- Obrigada. – agradeci com um sorriso e fui até Ludmilla, depositando a xícara em sobre a mesa em sua frente.

- Por nada, Brunna. – Renato falou e eu me virei para ele. – Tudo bem com você?

- Sim, e com você? – devolvi a pergunta educadamente.

- Estou bem também. – respondeu e eu assenti sorrindo-lhe.

- Srta. Oliveira, só para lembrar mais uma vez, sua reunião com o departamento financeiro é em trinta minutos. – falei e observei ela beber um pouco do seu chá, em seguida meneou a cabeça.

- Certo, srta. Gonçalves. Gostaria que me esperasse aqui na sala para que eu possa falar com você após o término da reunião. – falou colocando novamente a xícara e o pires sobre a mesa.

Não entendi bem aquilo de esperar ela aqui, mas resolvi não questionar nada.

- Tudo bem. Com licença.

- Toda. – ela respondeu e eu me segurei para não rir daquilo ao sair.


[...]

Ludmilla voltou um pouco irritada da reunião, mas não parecia ter sido a reunião a causa de todo seu estresse. Ela entrou na sala falando ao telefone e seu tom era bem elevado, diminuiu um pouco ao me ver sentada em frente a sua mesa. Ela continuou a ligação andando de um lado para o outro, com as sobrancelhas enrugadas e a mão livre apertada em punho.

- Isabelly eu já te expliquei mil vezes, você NÃO PODE viajar comigo, eu estou indo à trabalho não vou poder ficar fazendo tour pela cidade e muito menos te dar atenção! – ela falou entre dentes. Só podia ser aquela surtada sem noção. – Quer saber? Me deixa em paz! Eu tenho um dia inteiro repleto de coisas pra fazer, não vou perder meu tempo discutindo com você!

Tirou o celular do ouvido assim que terminou de falar e respirou fundo tentando se acalmar. Eu não sabia oque fazer, então continuei em silêncio enquanto observava ela se encaminhar até sua cadeira e se sentar.

- Brunna me desculpe por isso, não queria que presenciasse essas coisas. – pediu e pôs os cotovelos na mesa, cobriu o rosto com as mãos por um tempo, para descobrir logo depois. – Eu só não aguento mais essa situação toda, eu realmente não sei porque me permito estar nisso ainda, eu... Espera, oque eu estou fazendo? Você não tem que ouvir minhas reclamações sobre meu relacionamento frustrado, me desculpe mais uma vez.

- Não, srta. Oliveira, se você quiser desabafar ou pedir algum conselho, não sei, algo do tipo, se eu puder ajudar eu o farei, sem problema algum. - tranquilizei-a. Ludmilla me encarou por um tempo e depois sorriu de lado, abaixou a cabeça e negou levemente.

- Então vamos deixar isso para o almoço. – ela falou e se encostou na cadeira. – Aceita almoçar comigo?

Não soube responder de imediato. Aquela pergunta realmente me pegou de surpresa. Minha chefe, a dona desse império, estava me chamando para almoçar com ela. Era isso mesmo?

- Ahm... Claro, eu aceito sim, srta. Oliveira. – respondi um pouco receosa e chocada ainda.

- Ótimo. – ela sorriu abertamente. Parecia mais calma agora. – Vamos ao que eu iria falar com você. Eu queria que você me ajudasse com esses relatórios e contratos. – apontou para o enorme pilha de papéis ao lado do seu computador.

Eram realmente muitos. Além dos que eu havia imprimido, tinha também outros que chegaram depois que ela foi para a reunião.

- Claro. Vamos lá então. – aproximei mais minha cadeira de sua mesa e ela sorriu para mim, foi inevitável não devolver. Ela tinha um sorriso encantador, não parecia aquela mesma mulher que exalava poder enquanto caminhava pela sua empresa.

Iniciamos nosso trabalho e passamos todo o resto de manhã ali naquela sala. Trocávamos informações sobre oque havia em cada papel e eu tirava algumas dúvidas com ela que me explicava pacientemente. Ela levantou para encher o copo com uma pequena dose de uísque, o que eu não achei bom ela fazer já que estava próximo do almoço e ela estava de estômago vazio, mas quem sou eu para dizer alguma coisa, não é mesmo? Apenas neguei quando ela me ofereceu um pouco.

Quando nos demos conta já havia dado o horário do almoço e nos organizamos rapidamente para irmos. Estavam faltando poucos relatórios, ela já havia terminado a maioria dos contratos, então faltaria pouca coisa para nós terminarmos quando voltar.

- Você gosta de massas? Tem alguma preferência para almoçar? – ela perguntou enquanto caminhavamos em direção ao elevador.

- Gosto muito. Não tenho preferência alguma, como qualquer coisa. – falei e ela riu.

Entramos no elevador e ela apertou o botão para o térreo.

- Perfeito, você é das minhas. Eu conheço um restaurante de massas ótimo que tem aqui perto, não sei você já foi nele, mas a comida é maravilhosa. – ela falava empolgada e eu ri levemente a encarando.

- É bem capaz de eu não conhecer, não frequento muito os estabelecimentos no lado de cá. – falei e ela sorriu de lado me encarando.

- Vai ser bom mostrar a você então.


[...]

No restaurante, não me surpreendi quando vi que era um lugar muito refinado. Estava até um pouco cheio por causa do horário, então Ludmilla preferiu ficar na parte de cima por estar mais vazio.

Quando nos sentamos em uma mesa, o garçom se aproximou para anotar nossos pedidos.

- Oque vai querer? – Ludmilla me perguntou e eu analisei o cardápio, mas tive uma ideia melhor e preferi arriscar.

- Vou deixar para você escolher. – falei e coloquei o cardápio sobre a mesa. Ela me encarou surpresa. – Já que conhece bem a comida daqui, vou deixar que você me surpreenda. E se errar eu nunca mais venho almoçar com você.

Brinquei e ela riu daquilo, concordando em seguida. Nós estávamos muito mais à vontade, uma com a outra, eu principalmente. Ludmilla tem um jeito muito leve e brincalhão, nós viemos o caminho todo da empresa até o restaurante conversando e brincando, pois a partir do momento que eu lhe dei espaço ela se mostrou uma pessoa ainda mais incrível do que parecia ser. Foi necessário apenas alguns minutos sozinhas e fora da empresa para que nós nos soltássemos mais e agora nós conversávamos como se fôssemos amigas intimas de longa data e não duas mulheres que se conheceram a apenas um dia. Fora que também não  parecíamos “chefe e empregada”, pelo contrário.

Logo após anotar o pedido de Ludmilla, o garçom se retirou e nos deixou à sós naquele canto do restaurante.

- Quer falar agora sobre aquilo que você não conseguiu terminar mais cedo? – perguntei e ela me olhou um pouco confusa, pareceu não lembrar, mas logo se tocou do que era e sua expressão mudou para um pouco mais séria.

- Sabe, Brunna, meu relacionamento com a Isabelly é algo que eu não sei descrever direito, só sei que ele não é nada saudável... – ela começou.

Ouvi atentamente ela se abrir, falando como se sentia realmente em relação a aquele relacionamento. Ela se sentia presa de alguma forma a Isabelly, por isso não conseguia colocar um ponto final naquilo, e mesmo que elas se reconciliassem depois das brigas, elas eram muito frequentes e insuportáveis.

Ludmilla claramente vivia um relacionamento abusivo, ela apenas não conseguia colocar isso como definição ainda, pois a noção ela já parecia ter um pouco. Eu irei tentar abrir a mente dela caso ela permita, e tentar ajudá-la da forma que eu puder.

- Então é isso... Eu estou tentando terminar faz tempo, mas estar difícil, ela sempre consegue me convencer a voltar atrás. Eu não aguento mais essa situação, eu não tenho paz quando estou com ela, e longe é ainda pior, porque ela sempre dá um jeito de descobrir onde eu estou, ou então me enche de mensagens. – ela falou e negou com a cabeça, seu semblante era de puro cansaço e talvez um pouco de vergonha em seus olhos.

- Olha, Ludmilla... posso te chamar assim, não é? – ela assentiu rapidamente. – Esse relacionamento está num nível abusivo tão alto que a única coisa que falta é ela te bater, pois o controle de sua mente ela já tem. Ela colocou em sua cabeça que você precisa dela de alguma forma, mesmo que seja por algo simples, isso acabou te tornando uma dependente inconscientemente.

Falei e ela me ouvia atentamente.

- Você pode sim colocar um fim nisso tudo. Você não tem que passar por nada disso, não tem que aguentar uma mulher querendo controlar você e suas vontades, você pode e deve fazer isso. – falei séria e objetiva. – Não importa oque ela tente fazer para retardar essa sua vontade, é o que você quer e oque você vai fazer, certo?

Eu mesma estava surpresa com a forma dura que estava falando com a minha chefe, assim como ela também parecia, mas eu não podia permitir que ela se deixasse se tornar a marionete daquela mulher. Ela não merecia passar por aquelas coisas e se Ludmilla permitisse eu iria repetir quantas vezes fossem necessárias, até deixar claro para ela isso.

No momento seguinte o garçom chegou com os nossos pedidos  e mais uma pequena jarra de suco que foi servido após os pratos serem postos em nossa frente. Nós agradecemos e o garçom se retirou.

Começamos a comer em silêncio, e eu me apaixonei pelo que Ludmilla havia pedido para mim, realmente era um dos melhores nhoques que eu já havia experimentado. Ela acabou dizendo que por ter feito uma ótima escolha eu deveria almoçar com ela mais vezes. Eu concordei, mas disse que escolheria o lugar da próxima vez.

Ficamos em silêncio por um tempo enquanto comíamos e logo ela já havia terminado de comer, agora bebia entre pequenos goles seu suco de manga.

- Eu lembro de o Renato ter dito que você tem um ensino superior incompleto, trancou a faculdade faltando 1 ano para acabar. – ela falou um pouco receosa e eu coloquei a última garfada do meu almoço na boca. – Ahm... se não for invasivo demais ou inadequado, você... poderia me dizer porque... trancou a faculdade?

Ri fraco da forma nervosa que ela fez a pergunta e dei um gole me meu suco.

- Não tem problema, Lud. – falei  e pus minha taça de volta a mesa. – Eu tive que trancar a faculdade porque eu engravidei.

Ela pareceu bastante surpresa com minha explicação.

- Mm... Você tem um filho, então? – ela falou e percebi que ela tentava achar as palavras certas para não ser indelicada.

- Sim, ele se chama Calleb, tem 4 anos. – digo e sorrio automaticamente ao lembrar do meu pequeno homenzinho.

- Gostaria de conhecê-lo um dia. – franzi minha testa em confusão com aquela confissão. Ela queria conhecer meu filho?

- Você?

- Sim, eu. Algum problema? – perguntou receosa e eu neguei rapidamente. – Acredito que ele seja um menino bem inteligente e esperto.

- Ah ele é sim, muito esperto, e bem elétrico as vezes, mas é só coloca-lo assistindo Dragon Ball Z que ele fica bem quietinho.

- Ele gosta desse anime? Eu era muito fã quando mais nova.

- Muito, é seu desenho preferido, desde que meu irmão o mostrou quando tinha uns 2 anos. Meu pai comprou pra ele um abajur com o formato do dragão verde que tem no desenho e com uma bola enorme em cima. Ele enlouqueceu quando viu, só queria dormir com o abajur ligado. – digo e rio.

- Eu com certeza gostaria de conhecer ele um dia. Se você permitisse, é claro. – ela disse sorrindo e eu assenti.

- Claro, porque não? – digo e ela sorri largo.

- Você tem um irmão? – ela perguntou curiosa, mudando o assunto.

- Sim, mais velho que eu, mas ele não mora aqui no Brasil, está atualmente em Londres, nos visita todo final de ano.

- Já visitei Londres, amo essa cidade, é um dos lugares mais lindos que já visitei, um dos meus favoritos na verdade.

- Você já conheceu muitos países?

Nossa conversa começou a desenrolar por um tempo, até, na verdade, notarmos que o horário de almoço já havia acabado. Estávamos tão entretidas e aprofundadas no assunto que nem nos demos conta do tempo.

Quando chegamos em seu andar, eu fui direto para sala de reuniões arrumar para tudo para reunião que ocorreria em uma hora, enquanto Ludmilla foi para sua sala terminar ao relatórios e os contratos.

Pelo resto da tarde passamos separadas, ela passou a maior parte do tempo dentro da sala, ainda mais depois que Renato entrou na sua sala acompanhado de Marcos. Fiquei pensando na nossa conversa durante o almoço, em como ficamos confortáveis para conversar sobre diversos assuntos e conhecer um pouco mais uma da outra, realmente estava sendo incrível conhecer mais dela e perceber que ela não era tudo aquilo que a maioria dos ricaços parecem ser, ela era muito humilde. Amei sua forma aberta e relaxada de conversar, isso me mostrava que ela também queria que eu me permitisse ser da mesma forma com ela.

Mas isso tudo era tão estranho, pense que você consegue trabalho em um dia e no dia seguinte você já está bem próxima da sua chefe? Isso é completamente estranho e muito (muito mesmo) improvável de acontecer na grande maioria das vezes.

No final do meu expediente, estava arrumando minha bolsa e desligando o computador quando os três saíram da sala conversando bem animados. Ludmilla foi a última a sair fechando a porta de sua sala.

Peguei minha bolsa de cima da mesa após ver que o computador já havia desligado e me preparei para caminhar em direção a saída. Ludmilla parecia bem entretida com a conversa com seus amigos e eu não queria atrapalhar nada.

Quando estava um pouco de distante, ouvi a voz de minha chefe me chamar.

- Ei! Não nem me dar um “boa noite"? – ri de seu tom indignado e me virei, observando ela caminhar até mim entre seus amigos.

- Tenha uma boa noite, Srta. Oliveira. – digo de propósito e vejo em sua expressão se formar uma carranca. Eu não aguentei e ri.

Seus amigos nos olhavam meio que sem entender, um pouco mais atrás de nós, e Ludmilla mais próxima de mim, não tanto para invadir meu espaço pessoal.
Reparei que sua grava estava mais afrouxada, mas não tanto para que seja muito perceptível, seu paletó estava em seu antebraço novamente cobrindo sua bolsa. Eu não consegui não reparar novamente no quão linda ela ficou com aquela blusa social vermelho vinho e a gravata preta.

- Não precisamos dessa formalidade toda agora, seu expediente já acabou.

- Mas eu ainda estou dentro do prédio, srta. Oliveira, ainda é meu local de trabalho. – continuei só para provoca-la mais um pouco e ela bufou revirando os olhos.

Ela havia falado em uma das nossas conversas no almoço que eu não precisaria ficar chamando-a com formalidade fora do nosso horário de trabalho.

- Brunna... – ela falou um pouco ameaçadora, ou tentou ser por que minha vontade foi de rir de sua cara brava.

- Okay, sem formalidades. Boa noite, Ludmilla.

Ela sorriu satisfeita e eu quase desfaleci mais uma vez, senti minhas pernas bambas. Inferno de sorriso lindo!

- Muito bem. Boa noite, Brunna. – ela disse com a aquele sorriso que me tirava o ar e eu só pude retribuir como uma boa idiota que eu sou.

Ela passou por mim deixando o rastro no vento de seu perfume, me fazendo suspirar para senti-lo. Era maravilhoso.
Logo seguida pelos seus dois amigos, que me sorriram e se despediram educadamente.

Eu fiquei ali parada no meio do corredor, pensando no que estava acontecendo comigo. Apenas uma conversa já estava me deixando daquele jeito, imagina com mais tempo.

Oque você está fazendo, Brunna Gonçalves?! – pensei um pouco preocupada comigo mesma.





Oioi!!

E aí, oque acharam??

Gente eu sei que to demorando pra postar, mas ta difícil real pra mim, tenham paciência comigo ;[

Cometem e votem meus amores! Beijos e até a próxima!

All For You - BrumillaOnde histórias criam vida. Descubra agora