Prólogo

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Os passos cálidos foram o suficiente para fazer corpo jogado no chão, quase desacordado, enrijecer. Robert estava com tanto medo que era quase possível Alice ouvir seus batimentos cardíacos desconexos e temerosos pelos minutos seguintes. A mulher de cabelos longos platinados se abaixou, sem hesitar, em frente ao homem e segurou seu queixo, fazendo-o olhar para si. Os lábios cortados, a face ensanguentada e todos os outros machucados registrados na face do homem eram resquícios da luta que ocorreu segundos atrás, com Alice saindo ilesa e o homem lutando para manter-se vivo, mesmo com a função de respirar sendo quase que impossível.

Com os lábios batendo um contra o outro, Robert, sorriu como um verdadeiro sádico e cuspiu o sangue que manchava e se acumulava em sua boca na face de Alice, que virou o rosto para o líquido vermelho escuro não adentrar em seus olhos. Ela deferiu um soco na face do homem, que gemeu de dor ao ter seu rosto colidido com o chão novamente e em seguida sorriu.

— Agora diga, quem é ele e onde está. — Ela disse autoritária, mas ainda sim com a voz calma, o que causava hisparmos no homem. Robert gargalhou e internamente fez Alice matá-lo de uma vez, pois já não aguentava mais a enrolação do homem, que parecia não temer a morte que estava próxima em lhe alcançar. Ela se levantou, passou a mão no rosto e caminhou apenas alguns centímetros para longe do homem.

— Já disse que não sei quem é ele e tampouco onde está. Recebia as mensagens e a grana pelo correio, sem contato físico. — Ele a respondeu com a voz entrecortada, apoiando a mão no chão para ter forças e se sentar, não deixando escapar gemidos sôfregos a cada mínimo movimento. Alice agitou a mão no ar, pois a mesma já se encontrava dolorida com os socos que deferiu em Robert.

— Não minta para mim Robert, sei das suas influências por aqui e acredito que não receberia ordens pelo correio, sem saber quem é o mandante para quem está trabalhando. — Alice jogou os longos cabelos para trás e cruzou os braços, fitando o homem de idade média se acomodar na parede e pestanejar até mirar sua face novamente. Ele colocou a mão na barriga, onde inúmeros chutes foram lhe atingidos, e suspirou, um suspiro mesclado com um gemido de dor.

— Acha que se eu soubesse estaria passando por isso? Não sou tolo menina, entregaria qualquer desgraçado para não passar por isso que está me fazendo passar. — Ele suspirou, desviando seu olhar para o espelho logo atrás de Alice, que refletia bem seu rosto muito machucado e a silhueta da jovem. — Sabe quanto custa cada mobília dessa? Sabe quanto gastarei para redecorar essa cobertura? — Robert suspirou frustrado, novamente, pensando na quantidade absurda de dinheiro que gastaria somente para redecorar seu tão valioso apartamento e não se estaria vivo para realizar tal, ou até mesmo se seu rosto precisaria de uma plástica, o que de fato iria.

— Eu já me cansei de você, sabia. — Alice revirou os olhos e agilmente tirou a pistola que estava escondida embaixo do vestido rodado, preso na cinta liga que usou justamente para tal, e apontou para Robert, que viu rapidamente um filme de toda a sua vida, que se resumia a roubos, tráfico, prostituição e outras coisas sujas que fez no decorrer da vida, passar por sua cabeça.

— N-não faça isso, eu posso te ajudar, e-eu..

— Você não me é mais útil. — Alice sorriu com o canto dos lábios e destravou a pistola, ato que fez Robert tremer. — Diga ao diabo que mandei lembranças e que nos vemos em breve. — Piscou e ela apertou o gatilho, sem hesitação ou remorso, acertando em cheio a testa do homem que logo caiu desfalecido no chão.

— Precisamos ir. — Ágata disse calma, descruzando os braços e se desencostando da parede em qual estava e observava tudo. — Alguém chamou a polícia. — Alice assentiu e guardou a pistola de onde a tirou. Antes de ir fazendo uma varredura com os olhos pelo apartamento, logo os mesmos repousando sobre o corpo desfalecido no chão e uma pontada de arrependimento indo em sua direção. — Vamos Alice! — Ágata disse mais alarmada, indo até a mais nova, segurando seu braço e puxando-a para longe dali, tirando-a de seu transe.

Alice assentiu e se retirou, pulando da janela e se agarrando ao fio grosso na cor preta que Ágata havia implantado ali enquanto ela terminava seu 'interrogatório' para poderem escapar caso as coisas ficassem mais sérias.

Já em solo, Ágata apertou em um botão que estava em seu pulso, imitando um relógio, que fazia o fio manter-se preso e fixo na estrutura envidraçada do prédio, o soltou e o enrolou envolta da cintura, alternando seu olhar entre o objeto e Alice, que não dizia mais palavra alguma e isso deixava Ágata incomodada, de certa forma.

— Você foi bem lá. — Ágata sorriu com o canto dos lábios e se aproximou de Alice. — Não hesitou como achei que faria, estou orgulhosa. — Riu mais abertamente e ergueu os braços até alcançar Alice. Ela acariciou o ombro da mais nova e percebeu o quão tensa ela estava, mas mesmo assim ignorou. Levou a mão até a face alva de Alice e acariciou ali, com um sorriso singelo, a contra gosto, pintando seus lábios. — Vamos? — Ela disse mirando os respingos de sangue que manchava a pele de Alice. A garota assentiu ainda que não estivesse com a cabeça naquele diálogo, mas sim em Robert e no que tinha feito, e foi.

× × ×

Hey, hey, hey amores meus.
Retornei com a fanfic, mas nesse perfil exclusivo para histórias originais, livros que quero em breve dar-lhes formas físicas.

Anteriormente eu tinha feito um elenco, bom, não terá mais.
Trabalhem a cabecinha de vocês pois sei que vocês são capazes de imaginar.
Como podem ver o estilo relatado mudou e o prólogo se estendeu.
Espero muito, de coração, que gostem da história e dêem todo amor.
Pois esse livro tem um valor bastante significativo para mim.

Votem e comentem, please!

Coração RoubadoOnde histórias criam vida. Descubra agora