Capítulo 2° 🦇

254 25 1
                                    

Acordei em uma cama que não era a minha, com lençóis brancos confortáveis demais, era um quarto escuro, iluminado apenas pela luz do luar. Já era noite, meu Deus! Me assustei ao levantar da cama e me encontrar nua, olhei em volta e não havia ninguém ali, pouca mobília, mas o mais impressionante era a quantidade de livros espalhados.

Agarrada em um lençol eu me vi de frente a um espelho de corpo inteiro e fiz menção de puxar o ar. Nada veio, e eu não senti falta disso, não era necessário. Minha pela era pálida e meus cabelos que antes eram totalmente crespos e opacos, estavam com fabulosos cachos caindo sob meus ombros. Deixando o lençol cair eu observei meu corpo com mais curvas do que um dia imaginei que pudesse ter, seios mais fartos, meus olhos possuíam um brilho diferente agora e meus lábios estavam mais carnudos.

O barulho da porta me fez pegar o lençol e ir para o canto do quarto numa velocidade surpreendente me chocando contra a parede.

— Por mais que não sinta dor, você ainda pode se machucar, Abby.

Aquela voz. Eu a reconheceria em qualquer lugar, ele saiu do escuro da porta e se aproximou, vestia apenas uma calça jeans baixa que deixava o V do quadril bem sexy, carregava uma garrafa do que parecia ser vinho na mão e me encarava.

— O que você fez comigo? Onde estou?

— Você está em minha casa. E precisa se alimentar. —  Ele disse estendendo a garrafa para mim mesmo que estivesse se aproximando, eu não tinha para onde ir encurralada. — Está tudo bem, Abby.

— Não, não está. Eu mal conheço você e não faço ideia de como vim parar aqui e porque estou nua.

— Porque nós transamos. — Ergui as sobrancelhas em choque e ele franziu a testa. — Faz parte da transição.

— O quê?

Ele já estava perto o bastante, mas eu não me movi, na verdade o que meu corpo ansiava era ele. Fechei os olhos balançando a cabeça querendo ignorar aquela sensação, mas uma enxurrada de lembranças veio a tona. Eu caindo em seus braços depois dele ter... Me matado?? Nós em um carro escuro enquanto eu acordava com Ezra pendurado em meu pescoço, quando se afastou, escorria sangue em seu queixo e seus olhos brilhavam mais que tudo, eu vomitei então ele me estendeu uma garrafa ao qual só de sentir o cheiro, eu devorei, fome e sede, cortando meus próprios lábios com minhas... Presas.

— Oh meu Deus. Você...

Balancei a cabeça novamente e outras lembranças vieram, Ezra me trouxe para esta casa, que na verdade era uma mansão e depois para esse quarto, o seu quarto. E como em nossa primeira noite, transamos e foi quente, sexy e selvagem. Eu não lembrava antes, mas agora tudo veio para mim, na primeira noite, Ezra cortando seu próprio pulso e me dando seu sangue assim como horas atrás, mas dessa vez eu sugava como se aquilo fosse a minha vida e era.

— Lembrou agora?

Abri os olhos e Ezra estava na minha frente destampando a garrafa, o cheiro que veio dela fez meu estômago dar um nó e minha boca secar na hora ansiando por aquele líquido. Sangue.

— Eu esperei muito tempo por você, Abby. Quase perdi a esperança de te encontrar, então você apareceu de boa vontade para mim naquela boate. Você nasceu para mim Abby, e tudo vai se esclarecer com o tempo, mas sua transição ainda não terminou. Beba.

Eu deveria ter negado. Aquilo tudo era uma loucura, mas minha... Sede e fome eram maior. Peguei a garrafa de sua mão com rapidez e bebi tudo em poucos segundos, fechando os olhos pelo prazer que me inundou, ao final senti as mãos de Ezra em mim, me abraçando e beijando meu ombro, todos os seus gestos com carinho.

Contos Clã Baldassare - Vamps&LycansOnde histórias criam vida. Descubra agora