O Amor Mora ao Lado - Mil Anos

Capítulo sem título 2

Era inverno, a estação favorita de Finn. Tudo se resumia a fogueira, chaleira, patinação, chocolate quente. O céu estava cinza e as nuvens ainda mais escuras ameaçando uma chuva. O menino dos cachos terminou o café da manhã e foi para a parte de trás da casa da pequena Millie e, com todo cuidado, subiu na arvore que dá bem de frente para o quarto da pequena Sparks. Pela janela que estava aberta dava para admirar a menina que lia um clássico e clichê chamado ''Romeu e Julieta''. Todos da classe teriam que ler, mas ninguém o fazia com tanta vontade como a Millie. Reparando aquilo, Finn sorriu e fez um negativo com a cabeça como um ''não acredito nisso'' e entrou com todo cuidado para não fazer barulho. Andou de fininho até a cama da menina e então pulou em seu lado, imitando o som de monstro que não obteve muito sucesso, mas fez a menina se assustar e gritar 

- Finn!!!! - gritou dando risada e largando o livro - Por que você faz isso? Entrou pela janela de novo? Sabe que não precisa disso, bobo! 

- Eu sei, mas acho mais romantico assim... além disso, é sempre bom te assustar - disse com um sorriso cínico  enquanto se ajeitava na pequena cama da namorada. 

A Millie deu risada e logo ficou vermelha ao ver o cacheado se ajeitando em sua cama e ficando tão próximo a ela, Finn reparou isso. Ele adorava aquilo, sua pele tão branca com as bochechas ficando ainda mais coradas que o normal. Sem querer, ele se perdia prestando atenção no tom de sua pele e em todos os traços, seus grandes olhos castanhos desviando o olhar por estar com vergonha. Nesses momentos, não tinha como não sentir o coração acelerar. Os dois estavam em silencio só admirando e apreciando a presença um do outro, então uma garoa forte começou. 

- Nossa! A janela! - disse o menino enquanto se levantou correndo para fechar a mesma. Ficou alguns segundos admirando a chuva la fora e depois olhou para a Millie que ainda estava deitada de lado na cama. Olhou para ela com um olhar apaixonado, mesmo sem saber se ela conseguia decifrar isso. 

- O que foi, Finn? - disse com a voz meiga. Nesse momento ela sentiu uma vontade enorme de esconder o rosto. 

- Nada - falou enquanto caminhava pra cama e se deitava - Deita aqui comigo? 

Sem dizer nada, ela se deitou a ele. Parece algo completamente simples, mas como no começo do namoro, Finn sabia que Millie não era como Amber. Millie nunca namorou, ele é o seu primeiro amor. Existem limites, doces limites, para aproximações. E não que ele ache isso errado, pelo contrario, é maravilhoso ir com calma. Isso só faz com que momentos assim tenham ainda mais importância e significado, ainda mais aceleração no coração e borboletas no corpo todo. A pequena deitou a cabeça no peitoral do Finn e nesse momento fechou os olhos. Ela podia ouvir seu coração bater cada vez mais forte. Enquanto isso, ele começou a cariciar o cabelo dela com toda calma do mundo. 

- Eu sempre gostei do barulho da chuva. Sempre foi meu som favorito, mas.. acho que isso acabou de mudar. Achei um som mais bonito. - disse Mills após alguns minutos de silencio. 

Ao ouvir aquela voz doce dizer essas palavras, Finn sorrio e sentiu um arrepio percorrer seu corpo. É como uma corrente de ar passando entre suas veias e dando a sensação de que seu coração está prestes a pular. 

- A chuva faz eu me sentir... - Finn começou a falar com uma voz calma e baixa - não sei... é como um acalanto, entende? Algo que me acalma, me traz uma lembrança boa. 

- Qual lembrança, Finn? 

- Da primeira vez que fomos caminhar. Eu estava indo te mostrar a escola, logo no segundo dia que se mudou pra cá, e aí começou a chover e você não parava de rir. Demorei um pouco pra perceber, mas foi naquele dia em que me apaixonei por você.