Bem... finalmente estou aqui, finalmente decidi tirar isso de minha mente e colocar esse peso no papel, afinal apesar dos horrores não poderia deixar escapar tudo o que vi, minha memória está falhando comigo aos poucos, talvez como um mecanismo de defesa para me fazer voltar a realidade e acordar, trabalhar, socializar,dormir e depois tudo de novo.
isso é mesmo o que eu sempre quis?
Afinal quando finalmente algo novo e surpreendente surgiu diante de mim tudo o que fiz foi implorar para estar aqui novamente, não sei o que estou fazendo, não sou um escritor, mas isso precisa ser contado pra quem quer que esteja lendo.Onde começou?...
Sabe quando você é a unica pessoa a se questionar ?
como aos 6 anos quando você é criança e pergunta para um adulto sobre o que é um certo objeto sem saber, e ele diz: é uma "pedra", então você pergunta: por que é uma "pedra"?
E então ele entra em uma linha de raciocínio totalmente ligada a influências e referências, mas você é apenas uma criança essas referências e influências estão sendo imputadas em sua mente ainda, então pela facilidade você aceita que aquele objeto específico é uma "pedra" sem nunca mais se questionar... Pois eu não.Eu cresci, me adaptei e guardei comigo meus questionamentos, talvez por consequência disso veio a solidão mas vivi até ter uma experiencia totalmente fora dos padrões, prometo que vou dar o meu máximo para descrever como é tudo isso, porém é imensurável detalhar algo desse tipo, tentarei começar pela melhor parte.
Tente se lembrar de como é uma boa noite de sono sua, esforce-se ao máximo para reviver um sonho ou algum momento de excitação no qual você acordou ofegante e ansioso no meio da noite, provavelmente você não conseguirá.
Até hoje a ciência só conseguiu explicar sobre reações químicas que a nossa mente passa ao entrarmos nesse estado.
Porém eu me lembro e vou te contar:Ao mesmo tempo que dormi eu acordei e quando acordei me encontrava em um gramado macio, o vento assoviava em meus ouvidos, olhei ao redor e tudo era negro, era como se eu estivesse em um único pedaço de terra em meio ao vácuo, eu caminhei até a borda com receio de cair, mas nesse momento não sentia medo pois eu ouvia de mim mesmo: "não é real". Dei um passo a frente e o gramado clareou sob a sola dos meus pés descalços eu estava nu, mas não me sentia envergonhado então decidi correr, e por um breve momento pensei novamente: "Sinto que estou correndo há horas", porém não me cansava, até que parei e o caminho continuou surgindo à minha frente, então em alguns metros parou em uma arvore gigantesca, ao seu fundo eu vi a sombra de uma silhueta disforme refletida no chão, com um certo medo me aproximei, até que um cheiro de enxofre tomava meu olfato, pus as mãos sobre o nariz e continuei, então sonoridades agoniantes ecoaram pelo lugar, olhei para trás e o caminho que percorri havia se desfeito, decidi então encorajado pela voz da possível "razão" de que "não era real" tomar a frente até que vi... logo ali embaixo de mim, um bebê seus olhos eram azuis ele chorava em desespero, e não sei como explicar mas seu choro não ecoava como "berros" mas sim como uma voz feminina que me dizia para segurá-lo, somente quando o peguei em meus braços vi em minha frente... não sei dizer o que era aquilo, imagine um "homem" sem a cabeça, seus seis olhos saiam do peito, seus "braços" eram como tentáculos, suas pernas eram ao contrário e seus pés eram mãos. "mas que porra é essa!" Exclamei em horror, fechei meus olhos e implorei por qualquer coisa que pudesse me ajudar para acordar daquilo, abri novamente e ele vinha em minha direção, o bebê então abria novamente sua boca e em minha mente palavras e frases penetravam como agulhas na carne, "fique,fique!" eu ouvia mas só conseguia fechar os olhos e implorar para acordar daquele "transe", porém ao abrir ele se aproximava mais, ao ponto de eu conseguir enxergar queimaduras pelo tórax da coisa, e tesouras cravadas na pele por todo seu corpo, tentei correr mas me encontrava paralisado, "fique, fique aqui!" era o que martelava minha mente em meio aos grunhidos daquele "ser", ele chegou mais perto eu sentia o ar quente e pútrido até que ele ergueu seus braços, eu fraquejei caí sob meus joelhos fechei meus olhos e aceitei o que viesse a seguir.
Quando reabri os olhos puxando o ar como alguém que acabou de ficar duas horas embaixo d'água, vi meu laptop com a ultima frase que havia escrito "onde começou?" e neste exato momento, me encontro aqui, questionando minha sanidade, meus princípios, e minha coragem.
Em mais algumas linhas você me entenderá, pois essa não é minha primeira "jornada" como assim eu decidi chamar, nem todas elas são ruins, inclusive um dos momentos mais felizes em toda minha vida, foi lá, onde quer que lá seja, porém todas tem uma razão ou uma consequência por cada ato tomado ou não.Estou escrevendo este parágrafo no dia seguinte, mais precisamente pelo meio dia, dormi bem, sem sonhos, sem nada, só vazio e paz, porém esqueci minha televisão ligada ao dormir, e no exato momento em que despertei e vi o que estava noticiando lágrimas escorreram por meu rosto, um nó se travou em minha gartante, e meu coração acelerou, corri até aqui para escrever por que o que ouço é uma reportagem, sobre um homem ou melhor um monstro, que entrou em uma casa em Ena, na Itália, e assassinou brutalmente uma família, ele usou uma tesoura e cortou todos os tendões... e... não sei se consigo... droga! Queimou a casa com o pequeno bebê ainda dormindo.
Por incrível que pareça ainda sinto aquele cheiro, isso não pode ser realidade, um ato de brutalidade ou de horror paralisa qualquer um, você faria diferente? ou só me acha um louco varrido? tente reler essa "jornada" imaginando as minhas descrições com toda a seriedade possível, como um daqueles sonhos super realistas que pessoas comuns tem e talvez um dia me entenda.
mas por que eu? O que eu poderia ter feito? isso mudaria o destino daquela pobre menininha? eu sei que sim, eu sinto que sim, e por isso decidi escrever, pois a partir de agora quero ter total certeza que sim.
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journey
Mystery / Thrilleruma jornada envolta em trevas e luz onde o descrente encontra-se diante de suas lamentações, e seus medos, qual o caminho correto para se percorrer? o que é o bem? o que são as trevas? quem realmente está do lado certo?