ZAYN JAWADD MALIK
Ela desapareceu. Não sei ao certo, mas estou quase com completa certeza de que ela está me evitando.
Ela nunca respondeu à uma sequer mensagem minha. Todas foram entregues e vistas, mas nunca respondidas. Ela não quer que ninguém saiba da ligação forte que descobrimos ter. A ligação forte que eu sei que sempre iremos ter. Mas se ela descobrir o porquê disso, jamais irá falar comigo novamente.
Nunca dei a ela uma chance de me conhecer melhor, sempre estive com um ar misterioso e de quem sempre aparece em horas certas, mas na verdade nada é por acaso.
Stella está chegando e eu estou parecendo um trapo velho. Desde que a Geórgia se desinteressou por mim, eu quis desistir dela também e foi aí que eu conheci a Stella. Uma dançarina de uma das boates aqui de Los Angeles. Se minha mãe soubesse que eu estou saindo com uma dançarina de boate, ela definitivamente me mataria.
A campainha toca e pelo olho mágico da porta consigo ver seu rosto sorridente. Destranco a porta e ela logo se aproxima para me abraçar. Saímos juntos a algumas semanas e ela já parece me conhecer a séculos.
"Boa noite, garotão. Como você está hoje?" Ela deixa sua bolsa sobre o sofá.
"Para dizer a verdade, eu nem estava pronto ainda. Mas é uma ótima justificativa para você tomar um banho comigo?" Fecho a porta e pisco para ela que cai na risada. Ela se aproxima e me puxa pela camisa até o banheiro. O que aconteceu depois, fica só entre nós dois.
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"Você parece estar meio estressado, Zayn. O que aconteceu?" Ela me questiona enquanto fecha o zíper de sua blusa.
"Não aconteceu nada. Esse ano eu termino meu curso de Advocacia e ainda não arrumei nenhum estágio." Enrolo uma toalha sobre a cintura e volto para o quarto, fico alguns minutos parado em frente a enorme janela do meu quarto e logo sinto suas mãos me abraçarem pelas costas.
"Ainda faltam mais de três meses até o fim da sua faculdade. Sabe o que você deveria fazer? Uma viagem. Se divertir, relaxar. Sabe... Se quiser até eu posso ir com você." Ela sussurra o final da frase próxima ao meu ouvido e eu não resisto em sorrir. Não discordo dela, minha vida desde o começo disso tudo só foi reviravolta por todos os lados e nenhum segundo de paz.
"E qual seria o nosso destino?" Pergunto com uma curiosidade imensa.
"Austin, no Texas. Eu nasci lá, posso dizer que é uma das mais bonitas que você irá conhecer!" Ela se anima e eu não consigo dizer que não.
"Então arrume suas malas e vamos para o Texas!" Pego seu corpo em meu colo e ela me abraça, em seguida me beija tão delicadamente que eu consigo esquecer todo esse caos.
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Foram precisos de apenas três dias para que Stella e eu pudéssemos nos organizar com a viagem. Vi bastante que o clima em Austin agora em fim de ano é bastante quente, então é hora de usar os calções que tenho guardado a anos. Stella está levando uma mala pequena cheia de biquínis e roupas de banho, segundo ela vamos ter que ir muito na enorme piscina da sua família.
Após aproximadamente 3 horas de voo finalmente chegamos em Austin. Eu só lembro de entrar no avião e dormir, e acordar quando cheguei. Mais meia hora de estrada até chegar na casa dos pais de Stella e pronto. Os pais dela são pessoas muito humildes e engraçadas, gostei deles. Para a primeira noite aqui ela sugere para que jantemos fora em um restaurante muito bom por aqui.
Eu, ela e seus pais sentados em uma mesa do restaurante, quem vê deve pensar que somos uma família. Os sogros e o genro, ou não, posso ser o filho também. Entre conversa vai e conversa vem ao fundo do restaurante não deixo de notar a presença de uma menininha que brinca e corre entre as mesas. Uma mulher grávida está para lá e para cá em volta da menina, estão felizes como eu deveria estar. De repente uma mulher loira se levanta da mesa em que a menina estava e vai com ela em direção ao banheiro. Não sei se estou vendo coisas ou o quê, mas para mim me pareceu ser ela. Preciso encontrar com ela.
"Acho que vou ao banheiro antes que a comida chegue." Brinco e todos acenam. Meus pés voam pelo restaurante e quando passo em frente a mesa em que ela estava, Jason me vê e como se me conhecesse fica me encarando.
O banheiro está ocupado que ótimo, mais uma desculpa para ficar aqui parado sem fazer nada. O banheiro feminino é ao lado do banheiro masculino, mas nenhuma mulher saiu de lá enquanto estou aqui. Até que finalmente ela sai...
"Bella, não corra tanto. Parece até movida por bateria..." Ela sai do banheiro arrumando os cabelos da menininha e quando seu olhar encontra o meu, é como um raio que está nos atingindo. Ela fica estática e eu também.
"Até aqui?" Ela finalmente diz alguma coisa.
"Olha, isso é muita coincidência. Eu juro!" Minhas palavras quase saem gaguejadas.
"Aposto que sim..." Ela estava pronta para ir embora dali, mas não posso deixar agora.
"Espera! Precisamos conversar." O homem que estava no banheiro havia acabado de sair e é quando eu entro ligeiro e a levo comigo.
"O quê?" Ela nega com a cabeça e solta seu braço da minha mão. "É assim que você quer conversar?"
"Não, me desculpa. Não posso correr o risco de alguém nos ver juntos." Digo a verdade e ela concorda. "Você sumiu..."
"Eu não sumi, Zayn. Só andei pensando mais em mim e no meu relacionamento do que nos nossos encontros sem querer. Você estava se tornando algo para mim, eu já esperava te encontrar todos os dias no mesmo horário, isso é doentio. Como eu poderia me apaixonar por alguém que troquei três palavras na vida?" Eu entendo o seu lado.
"Alguns dos nossos encontros foram planejados mesmo eu admito, mas muitas vezes também nem sonhei com isso assim como hoje. Eu pensei que estava sufocando você, ao te encontrar todos os dias. Pedi até seu número de telefone para aquela sua amiga e ela me deu, mas nem minhas mensagens você não respondia." Parece que agora estamos conversando mais que três palavras.
"Mensagens? Que piada é essa? Eu nunca recebi nenhuma mensagem sua."
"Como não? Eu tenho todas salvas no meu celular. Sempre foram entregues e vistas. Eu só achei que você não queria falar comigo." Isso está estranho.
"Não, Zayn. Isso muda tudo. Se você me mandava mensagens era porque se importava comigo e eu não dei bola... Quem sabe o que nós seríamos agora?"
"Com certeza não seríamos pessoas que se encontram em um banheiro masculino." Essa não é a hora para uma brincadeira.
"Definitivamente não." Ela ri. "Quem sabe se a gente recomeçar? Me ligue apenas pelo número da doceria, é mais discreto."
"Fechado. E você pode me ligar também a hora que quiser, o meu número você já tem." Ela sorri, seu sorriso é o mais lindo que já vi em toda minha vida. Me aproximo dela e ela não se afasta, minha mão acaricia os fios do seu cabelo e em um movimento rápido ela me beija. Essa sensação que nos consome, esse desejo, nunca mudou e não importa quanto tempo a gente demore para se ver, sempre será como a primeira vez.
Eu saio primeiro do banheiro para ter certeza de que ninguém irá vê-la sair em seguida e logo depois ela sai. Quando volto para a mesa, Stella não está lá e seus pais disseram que ela foi atender o celular. Vou atrás dela na rua e assim que saio na porta vejo ela se despedir de Jason que estava escorado em um poste no final do quarteirão.
Assim que me vê Stella parece levar um susto mas ela disfarça e vem até mim.
"Quem era ele?" Aponto pro homem encostado no poste e ela da uma última olhada para ele.
"Ninguém, eu vim para fora atender o celular e a gente acabou se esbarrando."
Ela pode ser uma ótima dançarina, mas é uma mentirosa horrível. Então aí está o motivo pelo qual Geórgia nunca recebeu as minhas mensagens.