29 de julho de 1944
Eu era uma donzela(virgem), cabelos ondolados e cumpridos morenos, pele branca como a neve, olhos azuis do ceu e lábios rosa.
via sempre aquelas senhoritas de chapéuzinhos, com leques nas suas mãos cobertas por luvas e com seus vestidos formato balão passeando pela cidades como verdadeiras damas.
-Aposto que as cinturas delas doem de tanta cinta modeladora- dizia eu a mim mesma quase num sussuro.
sentei-me num degrau da escada de casa e pensei como seria minha vida se realmente eu fosse a outra província, a província onde mocinhas se tornavam escravas das etiquetas.
Eu sabia que minha vida iria mudar bastante. Minha mãe presava bastante pela minha reputação, eu nao podia nem sequer falar um nome de um rapaz e ela já se exaltava.
- Mas não é possível- minha mae disse ao me ver num tom quase irónico.- Que fazes tu aí ainda sentada?
Eu nem sequer olhei para ela.
-Despacha-te, e vem arrumar suas malas, a carruagem vai passar daqui a nada.-ela disse impaciente
levantei e fiz oque ele me ordenara mesmo sendo contra minha vontade.
O tempo parecia ter parado para mim.- Diana! a carruagem chegou- o entusiasmo da minha mãe era tão grande que ela se pôs aos pulos. -vem querida.
Meus passos eram lentos e leves. A cada passo que dava via meus sonhos de simples camponesa se tornando pó.
Me lembro ter recebido dois beijos de minha mãe antes de entrar na carruagem. Me lembro tambem de ter a ouvido falar mas nao percebi nada pois minha mente parecia ter congelado no tempo. era como se os lábios dela apenas movendo mas a voz tivesse sido silenciada.Ao longo da viagem eu olhava pela janelas as paisagens linda da minha cidade e ao mesmo tempo as deixando só. repousei minha cabeça na porta da carruagem e fechando os meus olhos imaginando como seria minha vida se minha mãe não tivesse me entregado de bandeija na casa da etiqueta da sra Holden a chamada "madrinha"
era de noite quando chegamos a nova província. Tudo bem requintado, belo e chique. senhoras e senhores bem vestidos, casas que pareciam mais palácios, e claro como não poderia faltar, camponeses servindo de empregados.
Quando desci da carruagem esbarei com um rapaz.
- Me desculpe- ele pediu descontroladamente( e segurou-me para que eu nao caísse)
wauu... ele era lindo, cabelos pretos quase que cacheados a pele bronzeada e do traje que trazia deduzi que era um camponês.
-Não... nao... tem problemas. isso acontece comigo quase sempre- tentei tranquiloza-lo( ja me desfazendo de suas mãos)
-senhorita tenho de a levar de imediato a madrinha- o sr da carruagem alertou.
-madrinha!??( surpreendido) irás ser uma menina de etiquetas?! o rapaz ousado perguntou( olhando directamente para mim).
respirei fundo, olhei para cara dele querendo guardar cada detalhe que havia nele e respondi- Uma dama, e não uma menina de etiquetas( disse séria)
riu-se!( um riso nada empolgante)
-Então boa sorte futura dama!- ironizou.confesso que toda aquela impressão que tinha dele estava indo por agua baixo.
Apenas me virei e fui andando com o sr da carruagem. Ele tinha postura, um senhor de idade e bem educado.
-melhor que não te metas com simples camponêses senhorita. ( o sr me alertou)- A madrinha não iria gostar disso.
Nossa! !! eu já estava temendo conhecer essa tal de madrinha.
(olhei sen entender)
Quando chegamos meus olhos arregalaram por ver o tamanho da casa de etiquetas. Era enorme, parecia uma mansão.
ela era toda rústica.caminhamos até o interior da casa e eu nao parava de olhar e admirar cada detalhe daquele lugar. Tudo chique, luxuoso e tão pouco eu! Não conseguia me enxergar alí. Era demasiado para uma simples filha de camponeses.
Entramos em uma sala onde estavam outras mocinhas, suponho que da mesma idade que a minha. todas elas bem vestidas diferentemente de mim que parecia ter vestido estrapos ou panos velhos.
Todas olhavam para mim de baixo para cima. Deviam estar se perguntando de que boraco eu havia saído.
- procure uma poltrana para se sentar, a Madrinha já deve estar a vir! ( o sr falou-me)
( acenei com a cabeça positivamente)
Achu que trinta minutos se passaram e nada da tal madrinha, eu ja estava a ficar ansiosa demais!
Meus pés batiam o chão, eu mexia as mãos segundos pós segundos e meu coração estava a mil.Foi quando ví uma senhora, de um vestido balão lilás escuro vindo, morena e com uma pinta bem grossa perto do nariz acompanhada por duas senhoritas elas nao passavam dos 25anos.
Sem dúvida, era a madrinha!- levantam-se ( Ordenou com voz de autoridade)
Todas levantamos imediatamente. Eramos num total de 8 raparigas.
-Fiquem em fileira! ( seu tom de voz continuava firme)
Assim fizemos.
Ela olhou-nos com precisão, e lançou um sorriso de canto.
começou e entao a passear por nós, hora da última rapariga até a primeira em vice -versa falando;-Pois bem, eu sou a vossa madrinha a partir de hoje. Serei eu a vos moldar para serem grandes damas no futuro tão perto que a vós espera.
( abriu o leque dela lilás o qual ela começou a usar)
- aqui tem regras, as quais devem ser levadas a risca!- ( olhou para mim)
Meu estômago contráiu! A aquela mulher metia-me um medo enorme!
Limitei-me a olhar para o chão como sinal de obediência e respeito.
Estava tão nervosa que mal conseguia ficar com uma postura decente. Tentei! e muito.- Não quero confusões e entrigas! Não estou criando encrequeiras muito menos malucas! -( desta vez ela olhava a loira que havíamos nos pegado à poucos minutos.)
- ESPERO TER SIDO MUITO CLARO ( suas palavras soaram altas olhado de frente para todas nós)
Eu já sabia que já tinha sido marcado pela madrinha e então quando ela deu-nos as costas eu respirei fundo sabendo que teria que ser muito forte para aguentar tudo que alí teria!
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A menina da etiqueta
RomanceDiana, uma mocinha na flor da idade prestes a completar 18 anos é praticamente Obrigada a ir viver em outra província para se tornar uma verdadeira dama. mas com seu espírito livre e coração indomável ela conhece um rapaz Leonel, que por sua vez nã...