FAIRYGRAM

o orgulho é maior que a paixão

Erza on

Durante todo aquele tempo ali limpando o salão tentei não falar e nem mesmo olhar para Jellal, estava tão nervosa com ele. Quer dizer, depois de tanto tempo eu esperava que ele tomasse uma atitude, nós nos gostávamos a tanto tempo e todos da guilda já tinham se ligado nisso, então qual era o problema? Porque ele não fazia algo? Porque não podia simplismente demonstrar, me pedir em namoro e acabar logo com aquela tortura idiota. Eu nem sequer tinha certeza sobre seus sentimentos, e se ele nem gostasse de mim? Eu não queria ser mais uma garota iludida. Não mesmo, eu era Erza a garota qur sempre era segura de si. Ouço um pigarreio atrás de mim e saio de meus devaneios. Ao me virar me deparo com Jellal me encarando.

- Vai ficar me ignorando até quando? -ele pergunta curto e grosso. Reviro os olhos e cruzo os braços por cima dos peitos.

- Até quando você resolver tomar uma atitude sobre esse assunto. Não da mais pra continuar assim.

- Não entendo sobre oque você está falando. 

- Fala sério, Jellal se você gosta de mim como todos acham porque não fala, porque não toma uma atitude? Eu estou ficando cansada desse joguinho. Se realmente quer que sejamos algo a mais que amigos ou colegas de guilda você vai ter que provar.

Ele fica me encarando por um tempo e depois balança a cabeça soltando uma risada debochada.

- E você? Você tampouco demonstra seus sentimentos mesmo sabendo oque todos da guilda acham sobre nós. Porque não fala também? Porque tem que ser eu a dizer? - fico séria. Ele tinha razão. - Você é assim toda segura de si, tão forte então porque se assusta tanto quando se trata de sentimentos? Quando se trata de mim?

O encaro por um tempo, séria.

- E oque você que eu faça, droga? - faço uma pausa. -Quer que eu diga oque? Que você é a única pessoa que consegue me deixar desarmada? Que eu não sei como agir quando se trata de você? Que quando você está perto de mim eu fico perdida e completamente desesperada? É isso?

Jellal sorri e se aproxima de mim segurando meus dois ombros e me encarando de perto. Naquele momento sinto todas as paredes que ergui para não me machucar ruindo, e em seu lugar uma ponte que ligava a mim e ao garoto azulado que eu sempre amei.

- Sim, é exatamente isso que eu queria ouvir. - ele responde, erguendo meu rosto com um dedo e abaixando sua cabeça de encontro a minha depositando um pequeno selinho ali. Sem perceber abro um sorriso e o envolvo em um abraço. Jellal desliza as mãos fortes e grandes pelas minhas costas até a cintura e aperta me puxando para perto. Ele deixa uma mão ali na cintura e a outra acaricia meus cabelos vermelhos. Ele segura alguns fios em sua mão e olha pra mim.-São tão lindos. Me apaixonei por você, quando vi seus cabelos. Eles são maravilhosos. Assim como todo o resto de você. - ele faz uma pausa. E esconde o rosto na curva do meu pescoço. - Eu te amo Erza, sempre amei. Me desculpe por ter sido tão covarde e não ter dito nada, eu tive medo de não ser recíproco. - ele sussurrou e me afastei dele um pouco. Tomando seu rosto em minhas mãos.

- Como pôde achar que não seria correspondido? Estava estampado bem na minha cara os meus sentimentos. Você só precisava prestar um pouco mais de atenção. - dou outro sorriso e dessa vez todo uma atitude pulando em Jellal e prendendo minhas pernas ao redor de seu tronco enquanto minhas mãos seguravam seu pescoço. Sem pensar nem um segundo a mais, o beijei ferozmente, como se fosse a última vez. As mãos de Jellal seguraram minhas pernas descobertas pelo short curto e continuamos o beijo até que nossos pulmões imploraram por ar. Quando nos separamos sorrimos um para o outro. Ambos esperavam ansiosos por aquele momento.

- Eu nunca pensei que... - ele começou me sentando em uma das mesas e ficando de frente pra mim, ajeitou meus fios vermelhos para detrás da orelha e me olhou. - Nunca pensei que você tão linda, poderosa de si, com seu jeito dominante, mandão pudesse se sentir assim tão insegura com relação a mim. Você me conquistou desde o primeiro dia com seu jeito autêntico, seu cheiro doce, seu sorriso amplo e seus cabelos brilhantes. Depois disso, seria impossível não te amar. - Jellal me beijou novamente dessa vez mais devagar. O beijo foi se aprofundando e quando percebi Jellal já estava deitado sobre mim na mesa, sem camisa.

Caramba, como isso foi acontecer? Minha cabeça girou e senti meu peito queimar, não estava pronta para oque quer que estivesse acontecendo ali. Sem pensar duas vezes empurrei Jellal pra longe. Ao perceber sua feição de dúvida, balancei a cabeça tentando retomar o ar e ajeitando o short e a blusa me levantei olhando pra ele.

- Me desculpe, mas não posso. Acho melhor terminarmos logo de arrumar antes que façamos algo que possamos nos arrepender.

Vejo que nesse momento sua feição muda e ele fica sério.

- Caramba Erza, que droga. - ele balança a cabeça e bate a mão na mesa fazendo com que eu dê um salto pra trás. -Porque você teve que estragar isso? Estava tudo tão ótimo. Se não queria era só ter dito que não droga. Agora vêm me dizer que está arrependida?

- Eu não quis dizer que estou arrependida por ter dito que gosto de você. Isso é verdade. Só disse que não quero fazer sexo com você.

Os olhos de Jellal se iluminam com raiva e ele ri com desdem me olhando.

-Ótimo! Se quer saber eu posso muito bem conseguir outra pessoa que queira um relacionamento comigo, um relacionamento completo. Alguém que seja verdadeira e saiba o que sente de verdade e que não seja uma garotinha. - ao ouvir aquelas palavras engulo em seco e sinto a raiva crescer em mim, assim como os olhos queimarem e as lagrimas ameaçaram a sair.

- Puta que pariu Jellal, qual o seu problema? Você está sendo um idiota! Eu não estou pronta pra esse passo caramba. Respeite.

- Eu respeito Erza, esse não é o problema aqui. O problema é que você acabou de dizer da boca pra fora que gostava de mim e não deu nem um minuto pra dizer que estava arrependida disso. Parece que seu amor não era assim tão verdadeiro não é?

- Seu burro! Eu estou falando que poderia me arrepender de fazer sexo e não dos meus sentimentos! Mas quer saber? Com essas suas atitudes talvez eu realmente me arrependa de manter esse sentimento.

- A é? Então joga no lixo, assim como você fez com todas as chances que a existia de haver algo entre nós. Acabou, seja lá oque a gente tivesse.

Engulo o choro e ergo o queixo ajeitando o cabelo.

- Ótimo! Mas só te digo uma coisa Jellal, você vai se arrepender disso e um dia vai me pedir perdão e implorar pra que eu volte pra você. Mas pode ser tarde demais.

- Que seja, e espero que termine de arrumar isso aqui porque não vou ficar mais aqui com você. - e dizendo isso ele pegou a camisa no chão e saiu me deixando ali no meio da bagunça do salão e do meu coração. Me deixei cair no chão e comecei a chorar, eu odiava admitir que tinha uma fraqueza e odiava ainda mais o fato de que essa fraqueza era Jellal.