01. O início de um (re)começo

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Bonnie Ross

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Bonnie Ross

Fechei a porta do apartamento após receber toda a correspondência. Contas, contas e mais contas. Estes últimos tempos não tem sido nada fáceis principalmente no trabalho, o dinheiro tem andado muito apertado para tudo e voltar para a casa dos meus pais era a última coisa que eu pretendia mas que me parecia cada vez o mais certo a se fazer.

Parei assim que notei um envelope diferente dos demais. Era trabalhado e de cor pérola, o que me faz soltar um suspiro. Mais um convite.

Estamos no mês de junho e isso significa que o verão está mesmo a chegar. Sol, férias, pele bronzeada, sunsets na praia... Isso é bom, certo? Realmente seria se este ano praticamente todos os meus amigos não tivessem sido atingidos pela febre dos casamentos. Ao todo, este já era o sexto convite que recebia e esperava que fosse o último. Não é que não gostasse ir, de ver a felicidade dos noivos ao darem o nó e fazer parte do início da nova etapa deles. Mas ficar na mesa dos solteiros, onde sempre era alvo das cantadas sem graça dos primos pré-adolescentes do noivo ou até mesmo dos cochichos e das perguntas indecentes das tias velhas da noiva, não era algo que eu apreciava, definitivamente.   

Além disso, sempre me perdia em pensamentos em algum momento da celebração pois algo dentro de mim resolvia se manifestar. Algo como um aperto no peito. Era inevitável pois a minha mente sempre fazia questão recuar no tempo e insistia em reproduzir uma cena do meu suposto casamento que nem chegou a acontecer.

Já fazia algum tempo desde o meu último relacionamento mas, apesar de não ter terminado da melhor forma, acho que lidei com isso muito melhor do que esperava. Contudo, é algo que sempre me ficará marcado, até porque foram 5 anos junto de uma pessoa, dois pedidos de casamento e um breve noivado.

Aos 31 anos, começo a sentir ainda mais a pressão na vida que é imposta pela sociedade relativamente este tema. Já não lembro da primeira vez, mas quando dei conta já estava recusando convites para ir tomar um café ou então para ir numa balada com minhas amigas. Comecei a deixar de me sentir confortável pois sempre chegava um momento em que eu me via ali perdida pois todos estavam acompanhados. Atualmente, a vida faz questão de me jogar na cara mais esta etapa que toda a gente parece estar seguindo.  Como se já não bastasse minha família sempre me questionando se "há alguém em vista" ou então quando irei "apresentar o dito cujo à família". Não, não há "alguém" e também não sei se irá haver nos próximos tempos. Não estou preocupada com isso mas toda essa "pressão" vinda por parte da família não me faz sentir muito bem, admito. Eles deveriam perceber que a minha vida não deve girar em volta de alguém mas sim em torno de mim mesma. 

"Você já tem 31 anos e ainda está solteira"

"Impossível você não conseguir arranjar um namorado"

"Claro que há por aí alguém que te queira, você não vai ficar sozinha no resto da sua vida"

Reviro os olhos. Estou bem assim e daí se quiser ficar somente para titia?

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⏰ Última atualização: Oct 06, 2019 ⏰

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