Chapter 9 As premissas da mente, as razões do coração e as insânias da tez

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Chapter 9 As premissas da mente, as razões do coração e as insânias da tez

Não era como se já tivesse beijado outro alguém.

Faltava-lhe experiência de muitos modos, porque Mu Qing renunciara a uma série de prazeres e sentimentos em nome de seu cultivo.

O caso é que em seus sonhos havia beijado tanto Feng Xin, que sabia exatamente como queria sentir os lábios dele contra os seus.

Mesmo assim, um beijo real não era exatamente como os beijos dos sonhos.

Pois, a única verdade em seu ímpeto, era a vontade de beijar Feng Xin.

Nunca tinha parado para pensar em como ele poderia reagir.

Com suave assombro, mesclado a uma pequena e crescente sensação de prazer, no primeiro instante Feng Xin deixou-se beijar e não demorou nada a tornar o gesto recíproco. Com seus olhos fechados, suas mãos se apoiaram na nuca de Mu Qing com seus dedos adentrando o cabelo dele.

Seus lábios trocaram carícias, entre estalidos baixinhos.

E enquanto Mu Qing segurava com força em sua roupa, chegando mesmo a arranhar a sua pele, seus lábios se entreabriram tornando o beijo ainda mais íntimo.

O beijo era um ímã irresistível também para seus corpos que se tornavam mais próximos, com aquele calor latente recobrindo cada poro. Sentindo como as mãos de Feng Xin eram carinhosas e possessivas de um jeito que nem mesmo em sonho poderia supor.

Seu rosto tornava-se aquecido, totalmente ciente de suas línguas emaranhadas, de como um bebia a saliva do outro. Mu Qing sentiu aquele frio irritante na boca do estômago se intensificar e quase sem fôlego, massacrando com os dedos o tecido do hanfu que Feng Xin trajava, separou custosamente seus lábios... Cessando o beijo, mas não a vontade.

Feng Xin arqueou um sorriso assim que fitou o rosto corado de Mu Qing, o resquício de volúpia na expressão desconcertada de seu olhar.

— Mas que porra de sorriso é esse? Não ria assim de mim! — Mu Qing ralhou desviando o olhar.

— Não estou rindo de você, cabeça dura. Apenas pensei que fosse eu a tomar a iniciativa do beijo... Como não vou sorrir depois de me beijar tão impetuoso para depois desviar essa expressão repleta de timidez?

Mu Qing respirou fundo, tentando se refazer, ignorar a quentura que fazia a pele formigar.

— Espera aí... Você ia me beijar?

— E ainda duvida? — Feng Xin riu, revirando o olhar. — Minha mão já estava em seu rosto, o próximo passo era minha boca na sua.

Se os dois queriam o mesmo... Não deveria parar com os questionamentos?

Alguém naturalmente diria que estava tudo bem, o desejo, o beijo, o toque... Tudo.

Tudo era totalmente consensual.

Todavia, a mão que antes esgarçava o hanfu cor de terra de Feng Xin, agora se espalmava em seu peitoral e o repelia com um empurrão, enquanto o próprio Mu Qing também se afastava sem deixar a cama, virando-se de costas para ele.

— Isso parece errado. — Mu Qing sacudiu a cabeça, apertou os olhos, porque sua mente dizia que era errado, mas todo restante de seu corpo afirmava o contrário. — Você acha normal um espelho enfeitiçado alterar oitocentos anos como se não fosse nada? Pense direito!

Feng Xin bufou, quase socando a mesinha de cabeceira sumariamente irritado por Mu Qing lhe dar as costas como se o beijo entre os dois tivesse sido coisa pouca.

Mu Qing e  Feng Xin (Um amor renegado 800 vezes)Onde histórias criam vida. Descubra agora