Chapter 18 A muralha em torno do coração do arqueiro é dizimada

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Chapter 18 A muralha em torno do coração do arqueiro é dizimada

Era um cenário silencioso.

Amplo e repleto de caminhos esculpidos em pedra, calcário, rochas translúcidas.

Às vezes, caminhando pelo local, os passos das botas ecoavam como um ruído breve e oco, junto com o som da água gotejando em alguns lugares do teto.

Mu Qing chegou através de uma matriz de encurtamento em precisos quinze minutos, mas assim que adentrou a Caverna do Imortal não viu Feng Xin.

Imaginou que talvez a matriz aberta por Feng Xin o tivesse colocado em outro ponto daquele lugar, os dois deviam estar desencontrados.

Isso não representava um problema, bastava Feng Xin chama-lo com sua senha de matriz. Estava pensando justo nisso, quando foi surpreendido por uma flecha vindo em sua direção!

Havia sido um disparo preciso do arco, Mu Qing arregalou o olhar sabendo que seria quase impossível desviar, mas descobriu que a flecha não tinha sido projetada estritamente como se ele fosse o alvo.

A fecha cortou o ar com destreza, passou raspando por seu ombro como um raio e penetrou incisivamente parte da parede rochosa.

Ele engoliu a seco, previamente bravo e calculando da onde ela tinha sido disparada, Mu Qing olhou para cima.

O ângulo de disparo indicava que o arqueiro estava na parte superior daquela caverna.

Seu olhar a se estreitar, tendo a mandíbula trancada de raiva, avistou Feng Xin justo onde imaginou!

As palavras ruins e desdenhosas fazendo sua língua formigar, mas ao colocar os olhos em Feng Xin que segurava o arco, tendo a aljava pendurada em suas costas enquanto o olhava tão sério, Mu Qing deixou todas as blasfêmias trancadas.

Feng Xin pendurou o arco em seu ombro e sem mais delongas saltou da parte superior da formação rochosa, caindo de pé feito um felino enquanto flexionava levemente os joelhos. O som de suas botas batendo ruidosas contra o chão ecoou pela galeria de túneis e Mu Qing recuou um passo para trás, levando a mão destemida ao sabre.

Os dois se olharam, percebendo que vestiam roupas parecidas em tom de negro e cinza, ainda que tivessem passado três dias distantes, sem se quer se falar.

Mu Qing deixara o cabelo solto tal como Feng Xin havia pedido e num gesto lento, sem desviar seu olhar da silhueta de Mu Qing, tirou o arco do ombro e o deixou cair no chão.

Somente assim, com a respiração em suspenso, Mu Qing tornou a deslizar para o lugar o sabre que tinha ameaçado puxar bravio da bainha.

Foi nesse momento, ouvindo o breve estalar do metal contra a bainha, que Feng Xin viu as marcas estranhas no tecido, a mancha de sangue derramada e seca na altura do ombro das vestes escuras de Mu Qing, a mancha discreta cobrindo parte do ombro até metade do peitoral, revelando que aquela não se tratava de uma pequena ferida.

— Que inferno! Mas, você está ferido? — Feng Xin se aproximou ainda mais, tocando-lhe a lateral dos ombros num gesto apreensivo.— O que foi que aconteceu em Sichuan?

— Para com isso, até parece... Foi só um fantasma faminto, a ferida está quase fechada. É a porra de sempre, ossos do ofício.

Embora Mu Qing tenha respondido com sua irritação sarcástica comum, Feng Xin estava incomodado com o fato de que mais uma vez ele estivesse evitando seu olhar.

— Só um fantasma faminto? — Foi a vez de Feng Xin destilar alguma ironia feroz. — Não sou especialista nisso, mas sei muito bem que eles não soltam as presas até chegar aos ossos, alguns nem os ossos deixam!

Mu Qing e  Feng Xin (Um amor renegado 800 vezes)Onde histórias criam vida. Descubra agora