Capitulo 12

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Elena girou lentamente em frente ao espelho alto no quarto de tia Judith.
Margaret sentou-se no pé da grande cama de dossel, seus olhos azuis
arregalados e solenes com admiração.
“Eu queria ter um vestido como esse pra fazer gostosura-ou-travessura,”
ela disse.

“Eu acho que você fica melhor como uma gatinha branca,” disse Elena,
dando um beijo entre as orelhas brancas de veludo presas na tiara de
Margaret. Então ela se virou para sua tia, que estava de pé na porta com
agulha e linha prontas.

“É perfeito,” ela disse calorosamente.
“Nós não precisamos mudar nada.”

A garota no espelho podia ter saído de um dos livros de Elena sobre a
Renascença Italiana. Sua garganta e ombros estavam nus, e o espartilho
apertado do vestido azul-gelo mostrava sua pequenina cintura.

As mangas longas e cheias foram cortadas para que camisola de seda branca abaixo ficasse transparente, e a saia longa e vasta varesse o chão ao seu redor.

Era um lindo vestido, e o pálido e nítido azul parecia acentuar o azul mais escuro dos olhos de Elena.

Enquanto ela se virava, o olhar de Elena caiu no relógio de pêndulo
antiquado acima da cômoda. “Ah, não – são quase sete. Stefan vai chegar
a qualquer minuto.”

“Aquele é o carro dele,” disse tia Judith, espiando pela janela. “Eu vou
descer e deixá-lo entrar.”

“Não tem problema,” disse Elena brevemente. “Eu encontrarei com ele eu mesma. Tchau, divirtam-se fazendo gostosura-ou-travessura!”

Ela se apressou pelas escadas.

Aqui vai, ela pensou. Enquanto alcançava a maçaneta, ela se lembrou
daquele dia, há quase dois meses agora, quando ela entrou diretamente na vida de Stefan na aula de História da Europa.

Ela tinha dito essa mesma sensação de expectativa, de animação e tensão.

Eu só espero que isso funcione melhor do que aquele plano, ela pensou.

Durante aquela última semana e meia, ela tinha cultivado suas
esperanças para esse momento, para essa noite. Se ela e Stefan não se
juntassem essa noite, eles nunca iriam.

A porta se abriu, e ela saiu olhando para baixo, sentindo-se quase tímida,
medo de ver o rosto de Stefan.

Mas quando ela ouviu sua respiração
afiada, ela olhou para cima rapidamente – e sentiu seu coração gelar.

Ele a estava encarando com espanto, sim. Mas não era a espantosa alegria
que ela tinha visto em seus olhos naquela primeira noite em seu quarto.

Isso era algo mais próximo de choque.
“Você não gostou,” ela sussurrou, horrorizada com a ardência em seus
olhos.

Ele se recuperou ligeiramente, como sempre, piscando e balançando sua
cabeça. “Não, não, é lindo. Você é linda.”

Então por que você está parado aí parecendo como se tivesse visto um
fantasma? ela pensou. Por que você não me segura, me beija – ou algo
assim!

“Você está maravilhoso,” ela disse silenciosamente. E era verdade; ele
estava polido e lindo no smoking e capa que ele tinha feito para seu papel.

Ela ficou surpresa quando ele concordou com isso, mas quando ela
sugeriu ele pareceu mais divertido do que qualquer outra coisa.

Nesse momento, ele parecia elegante e confortável, como se tais roupas fossem tão naturais quanto seus jeans normais.

The Wakening -Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora