Á Espera de Uma Luz Que Nunca Chega

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Ela estava presa em um quarto. Correntes seguravam seus pulsos a impedindo de fazer qualquer movimento, a não ser o de levantar e sentar no chão gelado, sentada sobre as pernas na maior parte do tempo, este que ela não sabia qual era. Não tinha ideia de a quanto tempo estava ali, só sabia que era muito.

Vestia um vestido branco, bem surrado, rasgado e sujo devido as tentativas falidas de sair dali.


O quarto em que estava não tinha luz, não tinha móveis, não tinha janela. Só ela e as correntes.

Não tinha contato com ninguém, a não ser aquele que sempre lhe humilhava, lhe dizia palavras duras e a lembrava que nunca sairia dali.


Jogavam uma bandeja com comida e água por uma pequena janela da enorme porta de ferro.

"Eu realmente nunca vou sair daqui!", pensava ela.

Ela esperava a salvação, esperava uma luz, a luz que tanto ouvira quando era criança, que no fim do túnel existe uma luz, mas onde estava a tal luz que nunca chegava?

Ela já estava cansada de tentar sozinha, estava a cada dia mais fraca e convencida de que aquele era o seu fim, que não adiantava mais lutar, suas forças já haviam quase acabado.

Eu era um guerreiro e talvez fosse a luz que ela esperava.

Juntei algumas coisas e alguns outros guerreiros e seguimos para onde ela estava.

Foi muito difícil vê-la partir, ser levada sem poder fazer nada. Por isso lutei, cresci e aprendi a me defender para poder defender ela.

Eles me venceram uma vez, mas não iriam me vencer de novo.

Apesar da distância e do passar dos anos, ela sempre esteve em meu coração, em minha mente, eu sempre procurei saber dela, e me sinto orgulhoso que apesar de tudo, ela continua viva, apesar de não acreditar mais nisso.

No dia do ataque, eu estava nervoso, não sabia como seria o momento de estar frente a frente com ela, olhar em seus olhos e tentar trazer de volta a inocência que haviam tirado dela.

"Será que ela lembraria de mim?", esse era meu maior medo.



♡♡♡♡

O caminho foi muito difícil, passamos por florestas perigosas, pântanos assustadores, cidades amaldiçoadas mas, não íamos desistir.

Chegando lá, muitos de nós morreram, o lugar era muito bem guardado, mas eu ainda estava lá, firme, não muito forte, bastante machucado e ainda assim não ia desistir. Jamais!

Eu era a sua esperança, a sua luz, ela contava comigo, eu não podia decepcioná-la.

Com a ajuda dos outros guerreiros, consegui entrar no lugar, tirar ela era o meu único objetivo, mas o quarto dela era impenetrável:

- Oi... Você está aí? Eu vim te buscar. - Falei diante aquele portão de ferro, na esperança dela me escutar.

- Você veio mesmo?! Como prometeu! - Eu escutei sua voz distante, doce e fraca.

"Ela ainda lembra de mim!", sorri com alegria.

Como sou um egoísta por pensar isto em uma hora como essa:

- Eu vou te tirar daí.

Procurei alguma tranca, fechadura, mas nada, não havia nada.

Foi quando fui cercado por vários homens armados, tentei me defender, mas foi inútil, tomaram minhas armas e me seguraram.

Á Espera de Uma Luz Que Nunca ChegaOnde histórias criam vida. Descubra agora