Capítulo 2

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Alícia

Os dias foram passando e minha rotina era sempre a mesma. A cada dia eu me afundava um pouco mais, Lynn então nem se fala, as drogas ainda vão o matar. Mesmo assim agradeço a Deus todos os dias por ele realmente cumprir o que prometeu aquele dia que me encontrou na rua.

Medo naninha.Alice chora enquanto aperta minha mão.

— Não precisa meu docinho, nada vai acontecer e aqui é melhor do que a rua, não é? — Ela concorda com os olhos tristes.

Sinto saudade da mamãe.

— Eu também meu amor. Mas eu juro, sempre vou estar com você.

— Eu te amo naninha. — Me abraça forte e eu beijo sua testa.

— Eu te amo mais.

Ajeito as duas na cama, pelo menos aqui elas estão quentinhas, olho para Aline e suspiro. Meu Deus, por que tudo teve que ser assim?

— Agora dorme, eu vou conversar com o tio e volto para dormir com vocês.

Deixo somente a luz do abajur acessa, saio do quarto e encontro José com um sorriso nos lábios.

— Então loirinha, vamos fazer nosso acordo agora? — Respiro fundo e concordo.

— Sabia que você não iria me decepcionar, mas antes vem aqui.

Uma lágrima escorre, nunca vou saber se fiz a escolha certa. Naquele momento parecia ser, pelas minhas irmãs. Nunca vou saber se Deus vai me perdoar, mas espero que ele me perdoe.

Olho as duas sentadas no tapete brincando, o sorriso delas que me dá força. Hoje não apareceu nada e isso deixou Lynn irritado. Ele saiu cedo, e quando voltar, eu preciso estar disponível. É sempre assim, quando não tenho programa, eu sou obrigada a ir para a cama o satisfazer, a porta abre com tudo assustando minhas irmãs.

— Loirinha? — O infeliz entra e pela voz eu sei que bebeu.

— Vão para o quarto. — Digo para as duas.

Elas me obedecem e eu olho para Lynn, o sorriso nojento está nos lábios.

— Nosso dia de sorte! — Ele diz observando as meninas.

— Não entendi? — Ele caminha até a geladeira, pega uma cerveja e volta com seu maço de cigarro.

— Um amigo conseguiu um programa de três dias para você. — Oferece a cerveja e eu nego. — Você embarca para Las Vegas amanhã à noite.

— O quê? — Grito. — Ficou louco? Eu não posso e as meninas?

— Vão ficar e você vai.

— Não! Nosso combinado era eu estar toda noite em casa.

— O combinado fica de lado quando estamos falando de trinta mil euros. — Passo a mão pelos cabelos, minhas lágrimas começam a cair de forma involuntária.

— Eu não vou deixá-las aqui, não posso fazer isso. — Ele levanta rápido e aperta meu braço com força. — Está me machucando.

Lynn me arrasta até o quarto onde estão as meninas, a porta está encostada.

— Alice está ficando linda, não é?

— Você prometeu não encostar nelas. — Sussurro enquanto olho minhas princesas brincando.

— Eu sou um homem de palavra Alícia. Não encosto e não deixo ninguém encostar desde que você cumpra a sua palavra não rejeitar nenhum programa, eu ficar com 70% de tudo e ainda quando eu quiser você deita na minha cama.

Quando o Amor Acontece (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora