Mais uma garrafa, por favor

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Duas e cinquenta e uma da madrugada
Lá estava a flor murcha
Caída no couro manchado de uma mesa qualquer do fundo
Chorando e sussurrando palavras que um dia eram boas de se ouvir
Agora
Tudo acabou

A madrugada quanto mais caía
Mas ela chorava
Ela se lembrará que teria que se levantar
Se manter acordada por doze horas
Vendo a vida dos outros passar na frente de seus olhos cansados
Isso a fez desabar mais ainda na mesa
A garrafa de gin que estava o seu lado
Caiu e a molhou
Ela deveria receber água
Algo puro
Algo limpo
Não várias doses de gin
Isso à fazia cair mais e mais

"Eu te amo"

"Também te amo"

"Eu amo mais"

"Não, EU amo mais"

"Ok, você ganhou"

Aquela lembrança
Aquela querida lembrança
Causará a queda de suas últimas pétalas
Aquilo à matou
Aquilo a pisoteou incontáveis vezes
Durante as cinco horas que se passaram
Ela foi morta pelo responsável de seu florescer
Sem pensar mais
A flor pegou uma garrafa de vodka
E entornou guela abaixo
Repetindo a frase que martelava em sua mente

"Não, EU perdi"

Rosa PisadaOnde histórias criam vida. Descubra agora