O Mistério do Mistério

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- Surpresa, filha da puta!

Dipper pronunciou tais palavras sem nenhuma emoção, como quem diz "bom dia". A diferença é que não era um bom dia, estava mais para uma ameaça.

Pacífica arregalou os olhos ao notar o estrago que Dipper havia feito em seu carro, estava completamente destruído! Havia pichações para todos os lados, amassados. Faróis, vidros e suportes completamente quebrados.

Dipper não fugiu de seu crime, como um bom artista, ficou para apreciar sua obra por um tempo. Ainda estava no carro, na verdade estava sentado no teto completamente amassado do veículo, servindo de descanso para seus braços, um taco de baseball residia ali, estava um pouco torto e amassado, haviam farpas expostas em toda a superfície que deveria ser lisa, a arma perfeita para o crime.

- Você é maluco, Dipper! Eu já disse que não estou com a porcaria do seu gato! - Parou para analisar a sucata que um dia fora o seu tão amado carrinho. - Eu comprei esse carro com o meu dinheiro! Eu não tenho mais a verba dos meus pais para ficar cobrindo qualquer merda que acontece, seu filho da puta! Eu vou processar você!

Dipper pareceu acordar de um transe quando a ameaça da loira jogou à seus ouvidos, levantou-se de onde estava sentado e pulou para o chão. Começou a se aproximar da mulher lentamente, alternando o taco entre uma mão e outra.

- É mesmo? Se você vai me processar por destruir sua humilde Lamborghini, por que você não aproveita e fala para eles que também invadiu minha casa? - Pacífica se afastava a medida que o homem se aproximava. Dipper era pequeno e magro mas naquele momento Mason se assemelhava a um psicopata. Suas expressões sarcásticas e debochadas como se estivesse rindo de alguma piada absurdamente engraçada na qual apenas ele achava graça. - Você invadiu o meu apartamento, mexeu nas minhas coisas, nas coisas do meu amigo e quando eu te coloquei para correr de lá na maior pacificidade possível, você voltou lá, destruiu meus equipamentos e ainda sequestrou meu gato!

Pacífica parou de andar ao se chocar bruscamente contra a parede imunda do estacionamento. Dipper continuou se aproximando até mesmo quando não havia mais nenhum espaço para preencher, a olhou de cima a baixo e fez uma careta, talvez de nojo ou de desgosto. Pacífica começou a suar frio.

- Vamos lá, sua puta, me processa e conta para eles sobre o que você anda aprontando, bora ver quem fica mais tempo na cadeia.

Três anos atrás

Dipper estava sentado em frente à enorme árvore de Natal completamente enfeitada na sala de estar de seu apartamento. Em suas coxas, superficialmente segurada pelo suporte metálico, estava um teclado. Dipper dedilhava as teclas pálidas com calma, tentando encontrar algum som novo. Vez ou outra se cansava e passava a tocar qualquer canção conhecida, como era o caso de agora em que tocava "Jingle Bells".

- Jingle bells, jingle bells, jingle all the way...

Desviou sua atenção das teclas do aparelho música para a porta, quando ouvir seu namorado cantar no ritmo da música que outrora tocava. Tyronne sorriu para ele, o jovem carregava diversas sacolas e caixas consigo, até pensou em oferecer ajuda mas desistiu no mesmo instante que notou que o homem dava conta de tudo sozinho.

Afinal, Tyller era tão forte...

Dipper se desfez do teclado em seu colo e o deixou de lado, sem se levantar, virou-se para o homem que se aproximava de si.

- Feliz Natal, amor. - Deu um selinho no namorado assim que este sentou-se junto a si no tapete felpudo.

- Oi... - Respondeu sorrindo, tomou as mãos de Dipper e beijou cada uma, iniciando um carinho fraco nelas.

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⏰ Última atualização: Oct 09, 2019 ⏰

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