Kobaiaz: Episódio Zero - Parte II

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As explosões acionavam sempre a seguinte. Com as explosões rápidas atrapalhando a formação, fui forçado a usar uma técnica que aprendi durante a minha graduação, na monitoria de Fisiologia, e que trazia alguns riscos para mim.

Inflammare! Proteger! – cruzei os braços em forma de defesa e balbuciei as palavras e deixei a energia se dispersar pelo meu corpo e envolver a mim e a todos. Não sei se tive sucesso ao tentar cobrir Tales e Allegra na minha técnica de proteção.

O calor e as explosões aumentavam, até que a série de 47 explosões parou. Apesar de já ter treinado tal técnica várias vezes, a técnica de inflamação fisiológica, o Inflammare me trazia riscos de danos ao meu próprio organismo se usado em excesso. Como a energia que gastei foi usada para proteger os demais, acabei fazendo o próprio processo de inflamação queimar um pouco meus braços, que estavam bem vermelhos agora e ardiam bastante. Pelo menos todos estavam bem.

Joane veio compartilhar um pouco de sua energia de cura em meus braços ao ver que eles estavam inflamados e um edema estava tomando conta deles, se o edema aumentasse dentro dos compartimentos musculares, teria uma síndrome compartimental em breve.

Ainda bem que temos uma capacidade de cura própria, que permite que graves lesões sejam sanadas em momentos de repouso. Com a ajuda de Joane, seria mais rápido.

Os outros quatro observavam os buracos feitos pelas explosões, e como eram maiores que o tamanho dos corpos das quimeras.

- Não há mais resquício de quimera. – comentou Luke. – Elas simplesmente se autodestruíram. Pelo visto, atacá-las diretamente ativou esse mecanismo. Ainda precisamos descobrir o ponto fraco delas no caso de outros desses aparecerem.

Joane terminara de me curar quando emiti a ordem.

- Vamos continuar. Estão de acordo?

Todos concordaram e começamos a analisar bem ao redor, o que tinha acontecido, o que havia na estrutura do lugar. Luke tirava fotos dos locais das explosões, do cenário, dos prédios com janelas quebradas, com pedaços de vidros estilhaçados no chão, ruas empoeiradas e de repente fomos andando mais e mais à frente.

E nesse caminhar, chegamos a um lugar onde um prédio parecia intacto comparado a todos os outros. Uma luz fraca de vela iluminava a parte de dentro, a qual era visível através do vidro.

A atmosfera parecia típica do fim de tarde. Cenário alaranjado e com a poeira típica de barro, ficava em um tom de laranja escuro enquanto o céu ficava vermelho sangue não-oxigenado.

Andamos em direção até essa casa e abrimos a porta cautelosamente. Havia algo, ou alguém, sentado em uma cadeira. Parecia um dos espectros, mas não sentia ameaça de perigo vindo de tal. A cabeça estava coberta por um capuz negro, mas podia ver alguns cabelos grisalhos caindo pela parte de frente do capuz.

- Quem vem ver a esta velha senhora? – pergunta uma voz trêmula e baixa. Ela ergue as mãos, envelhecidas e enrugadas, e tira aos poucos o capuz até que podemos ver seu rosto.

Uma senhora cujos olhos azuis estavam marcados pelo halo senil na íris, cheia de rugas, o cabelo grisalho, completamente liso e grande, se mostrou. Ainda estávamos surpresos demais com sua presença para poder ter qualquer tipo de reação.

- Perdão por não ir cumprimentá-los, eu não consigo sequer enxergá-los. – pedia perdão e ria.

O que uma senhora fazia em um mundo tão caótico? Era o que ia perguntar, até novamente sentir um calafrio percorrer pela espinha e já ir armando a minha espada dessa vez.

- Perdão... Acho que eles descobriram vocês. Nunca me deixam receber visitas. – acrescentava a velhinha. – Que tristeza. Não deixem ele matar vocês!

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⏰ Última atualização: Nov 03, 2014 ⏰

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