Este silêncio é feito de agonias
Mário Quintana
O escritório com artigos luxuosos nunca me pareceu tão pequeno. Acho que do corredor podia-se escutar os suspiros pesados que Taehyung soltava.Largado de qualquer jeito na cadeira, Taehyung mascava um chiclete, indiferente com minha presença, ora revirava os olhos ora bufava inquieto. Eu nervosa, mantinha-me atenta ao reitor Oh Yeon-Cheon, conhecido por todos pelo seu mal humor
O mais velho olhava-nos com desdém, bom, essa estava sendo a 4º visita no mês. A sala estava em silêncio por alguns minutos, mas a quietude não durou muito.
- Qual foi o motivo dessa vez? - ele pergunta impaciente se encostando na cadeira
⁃ Essa garota aqui ó - Taehyung aponta para mim - me bateu - reclama ajeitando sua postura, eu apenas rio irritada ao ouvir a voz grave carregada de vitimismo
- Você quer calar a sua boca podre, Taehyung? - falo quase sussurrando prestes a perder a paciência que não existe - Não foi bem isso que aconteceu reitor - volto a minha voz normal fitando o velho a minha frente
- Me diga o que aconteceu então Soo-Yun - há ironia em sua fala mas deixo passar para não levar outra punição
⁃ Estávamos na reunião do Grêmio, discutindo sobre a verba direcionada ao setor esportivo. Pacificamente falei que a universidade deveria investir mais no esporte feminino, visto que há tanto rendimento quanto no masculino, até aí tudo bem. Foi só esse retardado escutar e começar a gritar comigo - olho de soslaio para o de cabelos acizentados ao lado, este que me fitava descaradamente. Direciono-me novamente ao mais velho - Inclusive falou que só olhavam os nossos jogos por causa das roupas extremamente curtas - termino de falar e vejo que o calvo mantém sua expressão apática, como sempre.
Me sinto angustiada com sua reação, não fico surpresa pois não espero mais nada do velho, porque claramente Taehyung, capitão de basquete arrogante, sempre será o seu queridinho.
- Não devia ter botado essa
responsabilidade em cima de adolescentes imprudentes... - ele suspira baixo e repousa a mão na grande mesa de madeira- Você até teve um bom motivo para bater nele mas infelizmente não posso tolerar violência. Verei com os professores se há como tirar qualitativo de vocês dois. Não é a primeira vez que aprontam por aqui. Se continuarem, não haverá mais vaga no grêmio e nem posto de capitão do time de basquete e capitã do time de vôlei. Agora, se puderem se retirar - o velho fala de uma vez só e finaliza apontando a saída de sua sala.
Taehyung se levanta irritado pegando sua mochila de qualquer jeito e abre a porta de vidro com toda sua força, saindo o mais rápido dali.Ainda bem! Não aguentava mais olhar para sua cara de bunda mole! Ô pessoinha chata! Que vá e não volte mais. Quero me afastar de vez e parar de ter atritos com ele. Sem forças para discussões desnecessárias.
Faço o mesmo que o garoto mas sem antes curvar-me ao velho que já tinha relatórios em mãos. Ao me virar para a saída não hesito em revirar os olhos e mandar-lhe para o quinto dos infernos.
No corredor quase vazio, visualizo a silhueta do jogador. Era agora o momento de pedir trégua. Aperto os passos afim de alcançá-lo. Suas passadas são tão rápidas que quase me desequilibro ao tomar impulso para tocá-lo no braço. Ele se vira bruscamente, ficando cara a cara comigo. Se não fosse por uns dois centímetros, nossas testas iriam colidir e um galo apareceria no meu coco. Minha tentativa de pedir para que parássemos de brigar quase foi para o ralo com sua atitude infantil.
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SINGULARITY - KTH
Teen Fictionuni!au | kim taehyung | hétero "onde soo yun, líder do time feminino de vôlei, tem uma rixa com taehyung, capitão do estrelado time de basquete. até quando essa rivalidade irá durar?"