Há mais ou menos um ano e meio atrás eu estava no fim da graduação enfrentando o terrível trabalho de conclusão de curso, o TCC. No meu caso, o TCC se tratava de um documentário. E como diretor do projeto, eu precisava escolher uma música para inspirar os compositores que cuidaram da trilha sonora. Uma referência que apontaria o trabalho deles na direção certa.
Depois de muita pesquisa encontrei uma que não só parecia se encaixar perfeitamente com o início do filme, como também tinha o título da obra literária mais conhecida de Ernest Hemingway: O velho e o mar
O livro é de Hemingway. A música é do Rubel. E a história é mais ou menos assim:
Um velho pescador chamado Santiago está quase a 80 dias sem fisgar um único peixe. E naquela mesma manhã um garoto da Vila vem visitá-lo.
O menino era seu antigo parceiro de pesca, que o considerava um verdadeiro mestre no ofício. Ele já não acompanhava Santiago nas expedições pois seus pais o proibiram de auxiliar o velho, já que ele estava com dificuldades de conseguir peixes. Mas ainda assim eles eram bons amigos e conversaram sobre beisebol e os tempos difíceis.
No dia seguinte, o oceano chamava. Com a ajuda do menino, o velho começa os preparativos para mais um dia de trabalho. Eles se despedem e Santiago parte navegando rumo ao mar aberto.
Após algumas horas, ele finalmente sente um tranco.
Um espadarte quase tão grande quanto o barco foi fisgado e Santiago tem que usar todas as suas forças para pegá-lo...
E como é difícil contar essa história sem se deixar levar pelo impacto das cenas!
Meu coração se agarrou em uma em especial: Antes do velho fisgar o peixe, ele se vê sozinho no meio do oceano. Os murmúrios do mar e o canto das gaivotas lá no alto começam a despertar sua consciência e, de repente, ele não está mais sozinho.
Percebe que é só parte de uma enorme orquestra regida por forças muito maiores que ele. A melodia do conjunto está em todas as partes, em todos os seres vivos o canto ressoa. E quando ele entra na derradeira batalha contra o peixe espada, numa luta árdua de praticamente três dias e três noites, ele o enxerga como um adversário nobre.
O respeito é mútuo e a exaustão compartilhada. Homem e natureza parecem lutar de igual para igual.
O final é triste. Mas não vou dedurar o que acontece.
Este livro foi o último publicado por Hemingway em vida. Apresenta o autor em toda sua habilidade decantada e destilada pela constante prática do ofício. Aqui seu estilo enxuto brilha, e o que temos é uma pérola repleta de sentidos e interpretações que todo mundo deveria ler.
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4# Poemas e Resenhas: O velho e o Mar
कथेतर साहित्यResenha sobre o livro O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway (1952)