Nossos Demônios Internos

I

Eis um pequeno fato: toda vez que perdoa uma pessoa, você está dando uma nova chance para que ela erre novamente.

Fato 2: Você nunca terá uma vida perfeita, porque a vida não tem capacidade de se fazer assim.

O chato de ser alguém, é justamente ser alguém. Por mais que você tenha uma boa estadia, estado de saúde bom, dinheiro, sempre haverá algo em você que te incomoda. Um trauma do passado, uma ferida que não pode ser tocada.

Quantas vezes escondeu de alguém que estava mal por vergonha de contar que os pais não te dão atenção e que brigam o tempo todo?

Quantas vezes fingiu que o término do namoro não te atingiu sendo que por dentro há um grande furacão de dor e choro?

Alguma vez, foi totalmente sincero com alguém quanto a sua dor? Cem porcento? Não? Por que?

Deixe que eu respondo.

Porque ela não pode ser curada. Porque você se envergonha. Porque tudo isso é uma grande merda que não pode ser reparada, é um ferimento aberto, um psicológico aos pedaços.

Num mundo tão grande, porque você? Porque logo você?

Entretanto...

Há um período na vida em que nos importamos infinitamente com coisas banais, como perder uma partida de um jogo, ou perder uma amizade de infância que certamente seria abalada em algum momento, e sofremos por isso, choramos por isso.

Ao passar do tempo, as coisas mudam, as estações passam, e começamos a retroceder, a parar de se importar tanto assim. Chega um momento em que você termina com o namorado e nem sente mais, porque aquela já era a sua quinta decepção amorosa da vida. Chega um momento em que você não difere mais quando seus pais estão brigando entre si ou com você, assim como tem vezes que você nem ao menos escuta mais. O monótono é o ápice da vida, o cume, o ponto alto. E eu, com meus 18 anos completos me encontro lá, lá no alto, no pico.

Com toda essa confusão de acontecimentos irregulares, despertamos o que há de pior em nós. Nossos demônios internos.

Pois bem, oi, sou Hanna Bedor, tenho 18 anos de merda, 3 irmãos e uma irmã mais velha, dois pais divorciados e um padrasto idiota, e meus melhores amigos são um livro de romance patético e um fone de ouvido via Bluetooth.

Conheçam a minha história, e tentem não se decepcionar comigo.

⊱⊰᪥⊱⊰⋆⊱⊰᪥⊱