Verão

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Daichi voltou para a Coréia do Sul cinco dias depois de conhecer Sugawara. Ele adorou a torta Lótus de Cristal e o confeiteiro prometeu fazer mais para ele quando retornasse a Tóquio. Eles também trocavam e-mails diariamente: conversavam sobre seu dia, música, cinema e etc. A amizade estava fluindo de forma agradável entre ambos.

Algumas vezes o moreno até mesmo ligou para Suga. Quando ele ia até a parte central da Ilha, sempre procurava ter contato com o novo amigo. Aproveitavam todos os minutos possíveis e já podia dizer que escutar a voz de Koushi era a melhor parte de seu dia.

***

15 de setembro de 2018

Alguns meses depois, Daichi preparou-se para ir ao Japão. Seu trabalho sobre dólmenes estava quase concluído, estando na fase final de estudo. Deveria ir até a Universidade de Tóquio para uma reunião com o diretor do programa de pesquisa.

Chegando no aeroporto enviou um novo e-mail para Suga, avisando que em algumas horas estaria em território japonês. Estava animado, admitia. Recebeu uma resposta quase imediata.

Estou ansioso para ver você. Faça uma boa viagem!

Ele faria uma boa viagem e, se tudo desse certo, faria até mais que isso.

***

Depois de se acomodar em seu pequeno apartamento, Daichi se arrumou para sair. Ele estava de certa forma cansado pela viagem, mas havia combinado com Asahi e Koushi de sair para comemorar seu pequeno retorno. O local escolhido era um restaurante de comida tailandesa que havia perto da confeitaria. Mal entrando no estabelecimento já era possível ouvir as risadas.

— Daichi-san! — Nishinoya pulou de seu assento o abraçando alegremente. — Faz tanto tempo que não te vejo! Venha! Senta aqui perto do Suga-san!

— Yuu, acalme-se — Asahi tentava controlar seu noivo.

— Está tudo bem, Asahi. — Daichi riu após retribuir o abraço de Noya. Virou e abraçou Asahi e por último Suga, demorando-se mais nesse. — Como vocês estão? Chegaram há muito tempo?

— Estamos bem! — o homem de cabelos prateados falou dessa vez. — Chegamos mais cedo porque Noya não parava de gritar no balcão da confeitaria — riu.

— Mas é claro! Eu nem lembro qual foi a última vez que te vi, meu capitão!

A noite seguiu animada. Eles riram e colocaram todo o papo em dia, Sawamura sentia que nada poderia abalar aquela alegria de quatro homens que não queriam pensar nas dificuldades da vida adulta.

Asahi e Daichi sempre tiveram uma boa resistência ao álcool, mas ao que parecia os outros dois homens não tinham. Inclusive atraiam olhares dos demais clientes, já que estavam falando cada vez mais alto. Asahi já sem saber o que fazer para conter o noivo, os convidou para irem até o karaokê do outro lado da rua.

— Suga-san! Essa é sua chance! — Noya acreditava estar sussurrando. — Faça uma performance para seduzir o Daichi-san.

Daichi corou fingindo não ouvir e o outro noivo se perguntava onde foi se meter.

— Você acha que daria certo?

— Claro que sim! Suga-san você tem muito sex appeal — piscou sorrindo malicioso. — Eu entendo muito disso, você sabe.

Ele realmente acreditou nas palavras de Yuu quando viu Suga balançando os quadris enquanto cantava Buttons do grupo The Pussycat Dolls. O homem de cabelos prateados, dançou de forma sensual, quase sentando-se no colo de Daichi enquanto se mexia. Noya batia palmas e o incentivava.

Suga fitou Daichi, sorrindo em lascívia. Moveu os ombros jogando a cabeça para o lado e o quadril para trás. Passando as mãos pela própria cintura, abaixou-se ao lado do homem para quem se mostrava, cantando o trecho da música em seu ouvido.

Típico
Dificilmente você é do tipo que me apaixono
Eu até estou gostando dos amassos
Não me deixe pedindo por mais
Sou uma garota sexy
Que sabe exatamente como conseguir o que quer
E o que quero é levar isso tudo até você
Garanto todas as coisas que eu te disse

Daichi ficou levemente desconcertado, todavia não poderia negar que gostou muito do que viu. Riu alisando as bochechas de Sugawara, esquecendo-se que haviam mais duas pessoas na cabine com eles. O momento foi interrompido pela voz de Asahi que dizia que era tarde, pedindo que Sawamura levasse o amigo em casa.

Eles cambalearam pelas ruas desertas, rindo e conversando. Entraram no prédio de Suga e foram até seu andar. Parando em frente sua porta, fitaram-se de forma intensa.

— Eu fui capaz de seduzir você? — Indagou de forma baixa.

— Não tenha dúvidas — sorriu — mesmo que você não precisasse de tudo aquilo para conseguir algo de mim.

— O que tenho que fazer para um arqueólogo me beijar? — Provocou.

Daichi não respondeu com palavras. Enlaçou a cintura do outro, colando seus corpos. O beijo começou lento e foi ganhando ardor conforme avançava. Não pode deixar de gemer quando Suga passou as unhas em sua nuca. Descendo sua outra mão pelas costas dele, o pressionou contra a porta, ganhando um grunhido em resposta.

— O que tenho que fazer para um mestre confeiteiro me convidar para seu apartamento? — Provocou.

Suga riu e destrancou sua porta. 

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