Capítulo 9 - Passeio pelas ruas

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【09 - Passeio pelas ruas】

Depois de amaldiçoar Lukas incontáveis vezes, Kyle sentiu-se subitamente cansado por causa dos acontecimentos recentes e deitou-se do sofá, adormecendo rapidamente.

Dormir num local desconhecido e com um louco por perto não era uma decisão sábia, mas sua mente estava esgotada e pelo menos ele tinha a garantia da proteção de suas correntes que não o deixariam morrer.

Mas mesmo que Lukas o quisesse morto, aquilo seria um favor para alguém viciado em suicídio como Kyle tornou-se após a morte da mãe.

Vendo-o dormir pelo monitor, Lukas bebeu uma xícara de café e jogou os cabelos pretos sedosos para trás, revelando sua testa lisa que estava completamente curada de sua ferida.

"Desculpe querido, vou trabalhar agora." Lukas sussurrou para o monitor e foi para o outro lado da mesa, começando a revisar alguns papéis com uma expressão séria.

Seus movimentos de esticar e retrair o braço rebelaram músculos que um adolescente de dezessete anos não costumava ter, além da tatuagem de um Sol em seu antebraço esquerdo.

As horas passaram e deu o horário do almoço. Lukas guardou os papéis e olhou Kyle dormindo pelo monitor. Ele estava encolhido de forma insegura e parecia pequeno e magro.

Indo até ele em seu quarto, Lukas afagou-lhe os cabelos claros cor de marfim e seus cílios curvados. O menino parecia muito cansado, pois não acordou com seu toque.

"Bebê, hora de acordar!" Chamou-o sacudindo seus ombros.

Kyle abriu os olhos lentamente e se espreguiçou atordoado, esticando os delicados dedos rosados e redondos de seus pés de jade, fazendo o coração de Lukas palpitar loucamente. Era como ver um filhotinho de gato leitoso.

"Acorda, pequeno. Vamos sair para almoçar." Ele ajudou Kyle a se levantar e gentilmente esfregou seus pulsos tenros que estavam com alguns hematomas das algemas que usou para arrastá-lo.

"Não me toque." Kyle disse friamente ao despertar de seu torpor.

"Você está com fome? O que gostaria de comer?" Lukas o ignorou e se aproximou um pouco mais, encarando-o com intensidade.

"Que horas são?" Kyle perguntou desconfortável.

"São doze horas. Vou levá-lo para comer num delicioso restaurante! O cordeiro de lá é muito macio e bem temperado." Falou empolgado.

"Tenho que ir trabalhar." Kyle se levantou rapidamente para se afastar dos toques e evitou olhar para Lukas.

"Você não vai mais trabalhar. Já disse, você é minha posse agora, então cuidarei de você. Não precisa mais se preocupar com nada. Você terá um cartão novo para gastar o tanto que quiser e comprar roupas novas, sapatos novos e comer qualquer coisa. Só nunca, em hipótese alguma, poderá se afastar do meu alcance."

Lukas falou com uma expressão resoluta, enquanto estendia um celular para Kyle.

"Quando planejei te sequestrar, deixei tudo pronto. Aqui, este celular será seu agora. Você poderá acompanhar toda a mídia e redes sociais, mas ele está bloqueado para o caso de você tentar se comunicar com alguém. A única pessoa para quem você pode mandar mensagem sou eu." Seu sorriso com belos traços faciais era desconcertante, mas suas palavras trouxeram ânsia de vômito em Kyle que o olhou com repúdio.

"Não quero depender de você e não quero esse maldito celular! Porra! Eu quero voltar para a casa onde vivi os últimos momentos da minha mãe, onde eu sei que minhas coisas estão lá, onde minhas memórias boas e ruins estão, e até o gato que sempre aparece lá para comer! Quero correr desesperadamente para o meu trabalho de meio período e chegar em casa cansado para estudar. Eu... eu quero me esquecer!" Socou o peito de Lukas com lágrimas nos olhos.

Fatal Love (Pt-Br)Onde histórias criam vida. Descubra agora