Nosso coração pertence a você, Hikari.

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Oii, espero que gostem dessa one e perdoem os erros.

Hikari balançava suas pernas infantis enquanto esperava impacientemente seu papai Shoto chegar à escola, tinha quase oito anos e 1 milhão de pensamentos rondando sua cabeça. Hikari estava preocupado, muito preocupado, e sentia muito medo de falar com os seus pais sobre as coisas que pensava.

Papai Shoto e Papai Izuku iriam brigar com ele? Bem, ele não começou a briga com o coleguinha de propósito, mas isso não fazia dele menos culpado, Kai Bakugou havia começado a briga. Desde que se conheceram Kai sempre implicava com ele, Hikari realmente não sabia como alguém como Kai poderia ser filho da gentil tia Uraraka.

Tudo havia começado quando a professora Lisa pediu para os alunos desenharem as pessoas que eles mais amavam, Hikari decidiu desenhar os seus papais. Já havia superado o fato de que não tinha mamãe, mas sim dois papais e ele nem chegava a se importar com isso, passou seis anos no orfanato, todos eles sozinhos, ter dois papais era a coisa mais perfeita do mundo na visão de Hikari. Mas é claro que nem todos viam dessa forma, a titia Uraraka e o tio Katsuki eram amigos íntimos dos seus pais e sempre foram muito gentis com ele, davam brinquedos e sempre chamavam pra ir ao cinema ou ao parque para que os seus papais pudessem ir a encontros, então Hikari e Kai sempre se encontravam, e embora as inúmeras tentativas dos adultos e do próprio Hikari, Kai sempre ficava emburrado quando o via.

Bem, ele nunca desistiu, papai Izuku disse que o tio Katsuki também fazia birra e que bastava ter paciência, mas Kai havia sido muito cruel. Extremamente cruel, agora ele estava esperando o seu pai Shoto e os pais do Kai que tinham sido chamados para terem uma conversa sobre o que tinha acontecido. Começou a relembrar o motivo de estar ali e sentiu vontade de chorar, não queria decepcionar seus papais.

Estava pintando o desenho quando Kai chegou ao seu lado.

- Ei, o que você está fazendo aí? - o pequeno loirinho perguntou com aquele tom agressivo enquanto tomava o desenho da mão do pequeno Hikari.

Kai passou os olhos pelo desenho de forma atenta. - Você já acabou de desenhar as suas pessoas? - perguntou em um tom rude demais para o seu corpinho pequeno.

- Sim, desenhei meus papais, e você, Kai-chan? - perguntou animado com a esperança de finalmente ter domado a personalidade do colega e talvez finalmente conseguir um amiguinho.

- Eu desenhei...- Kai parou por um segundo ainda analisando o desenho.

- Kai-chan?- o loirinho rangeu os dentes quando acabou sua análise e rasgou a folha bem no meio.

- Chama aquilo de desenho, fantasma? Aquilo parecia mais vômito, tio Izuku e tio Shoto não são tão feios assim, eles deveriam ter escolhido alguém com um pouquinho mais de talento naquele lugarzinho de onde..."

E então pulou em Kai e começou a puxar o cabelo do colega e ainda deu um soco na testa do mesmo.

Hikari estava arrependido, mas ele não tinha conseguido se controlar, aquilo tinha sido a gota d'água, Hikari havia tentado bastante ser amigo de Kai, ele sabia que o loiro era malvado com as palavras e se dizia o rei do parquinho, mas aquilo era demais. Passou seis anos esperando para ter uma família e agora ele estava escutando que deveria ter ficado lá!? Sozinho? Sem jamais ter conhecido seus papais? Ou ter uma festa de aniversário? Roupas novas? Escola? Livros para ler antes de dormir? Sem nunca saber o que era carinho? Ou amor?

As memórias inundaram a mente de Hikari.

"Fantasma, pare de chorar, você sabia que não seria adotado" disse um garoto do orfanato.

HikariOnde histórias criam vida. Descubra agora