Mudanças.
Após a drástica perda que Camila acabou de sofrer, sorrisos, a música e as cores não fazem mais parte de sua vida. Ela mudou, não é a mais a mesma garota que era antes, assim como sua vida mudou. De novo.
Depois de todos os segredos e ment...
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Eu consegui o emprego!
O dono da lanchonete amou minha voz! Ele chegou até a se emocionar. Disse que eu lembrava ele uma pessoa muito importante de sua vida, mas não quis entrar em detalhes. Não posso negar que vou amar trabalhar com a música.
Fazia tempo que eu não cantava, que eu não conseguia cantar. Mas agora parece que todo o meu dom e meu amor pela música voltou. Eu sentia como se eu estivesse perto dos meus pais novamente.
"Você conseguiu, Mila! Conseguiu!" John me abraça e me levanta animado.
"Sim! Eu consegui!" afirmo sorrindo.
"Hoje a noite vamos comemorar! O que acha de irmos naquele bar karaoke?"
"Aqui tá mais para uma balada do que para um bar karaoke!" Solto uma leve risada.
Esse bar que ele estava falando abriu a pouco tempo perto de casa. É uma loucura, aquilo está sempre cheio. Às vezes conseguimos ouvir o barulho da música alta de dentro de casa. Mas deve ser divertido lá dentro, as luzes coloridas iluminam até o lado de fora.
"E isso não é bom?" Ele sorri de lado.
Em qualquer outro momento da minha vida eu diria que não, mas nesse momento, sim. Eu preciso curtir. Eu consegui um emprego, preciso comemorar!
"É ótimo!"
...
Quando chegamos em casa, eu abro a porta e o meu sorriso some instantaneamente do rosto. Peter e Lily estavam abraçados no sofá, assistindo um filme. Eles nem perceberam que nós havíamos chegado.
"Eles são tão fofos." John comenta baixinho. Forço um sorriso, abaixando a cabeça.
"São."
Eu tinha como objetivo subir as escadas sem que eles me vissem, mas o fato de eu ser desastrada, impede que isso aconteça. Estava quase chegando na escada quando eu tropeço no meu cadarço desamarrado. Para impedir minha queda, eu me apoio na mesa e acabado derrubando o vaso que havia em cima.
O vaso preferido da Clara.
"Merda!" Falo alto e então o Peter corre até mim.
"Tá tudo bem?"
"Não. Não tá tudo bem! Eu quebrei o vaso da sua mãe!" Bufo com raiva, juntando os pedaços do chão.
"Não junte isso, você vai se cortar!" Ele fala se abaixando do meu lado.
Dito e feito. Meu dedo começa a sangrar e então eu o levo direto para a boca na intenção de parar o sangramento.
"Mila, calma!" Ele segura meus ombros e encara meus olhos. "É só um vaso, ok?"
A verdade é que eu não fiquei assim só por conta do vaso. Fiquei assim por conta dele. Ver ele com a Lily aperta o meu coração de um jeito inexplicável.
