Everything Changes Between Us (CONCLUÍDA)

Capitulo 16| Hope.

Quando aquela faca afiada estava prestes a rasgar meu peito, um estrondo ensurdecedor ecoa no ar. Quando vejo que nada me feriu, me levanto rapidamente indo para o canto da sala, com o coração a mil.

É aí que eu vejo ele.

Peter estava com uma arma na mão. Suas mãos estavam tremendo e escorria muito suor pela sua testa. Já seu pai, estava no chão com a perna sangrando.

"Seu filho da puta!" Peter berra, se aproximando do pai. "Você a estuprou!"

"Fiz o que você não fazia, seu canalha!" O velho nojento fala em quase um gemido de dor.

"Você estuprou a Camila! Estuprou a minha Camila!" Ele enchia seu pai de chutes, enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto. Eu infelizmente estava paralisada, imóvel, sem conseguir fazer nada.

"Estuprei, Peter! Aceita! E sabe o que mais que eu fiz? Eu assassinei o pai dela com essa mesma arma que você está na mão. Eu matei aquele filho da puta que estragou na minha vida! Que roubou o meu lugar! Matei e mataria de novo! Mataria ela também!"

"Você não vai matar ninguém e vai pagar peleos seus erros. Você vai apodrecer na cadeia, seu velho imundo! E se não te matarem lá, quando você sair, eu mesmo te mato."

O velho solta uma risada alta e irônica, fazendo o Peter ficar mais irritado ainda.

"Então por que não me mata agora, hein? Seu covarde!"

"Por que a morte é muito rápida. Eu quero que você sofra!"

"Você não tem provas contra mim." Isso deixa o seu pai apreensivo e com medo, o deixando na defensiva.

"Você não tem provas contra mim! Não vai conseguir me prender!" Ele cospe as palavras, tentando se levantar, mas é nesse instante que a Lily entra na sala com o celular na mão.

"Está tudo gravado meu caro. E a polícia já está chegando." Ela sorri com o celular na mão.

O grisalho, desesperado, se levanta tentando fugir, mas é aí que o Peter dispara mais um tiro contra sua perna, fazendo-o cair na frente da porta.

Depois disso, eu sentei escorada na parede e fiquei em choque. Não ouvia mais nada além de ruídos, não via mais nada além de borrões. Estava completamente em choque. Sem conseguir chorar, gritar ou se quer me mover.

Não sei por quanto tempo eu fiquei assim, mas desabei em lágrimas quando senti seu abraço. Peter se sentou na minha frente e me abraçou com força, um abraço que me abrigou completamente e me deu forças pra chorar.

O abraço que eu gostaria de chamar de meu.

"Já acabou, Camila! Tudo acabou!" Eu não conseguia responder, só chorar. "Vai ficar tudo bem."

. . .

Naquela tarde, quando todos chegaram, ficaram horrorizados com a história.  Eu aos poucos fui me acalmando e tentando me convencer de que agora em diante, as coisas melhorariam. De noite, eu, o Peter e a Lily dormimos na sala. Ele disse que não seria bom eu passar essa noite sozinha, por conta dos pesadelos que poderia ter.

Eu concordei, mas a verdade é que passei a noite em claro, obsrvando os dois dormirem. Eles dormiram abraçados no sofá maior e eu sozinha no sofá menor. Todo o sangue já havia sido limpado e nem tinha rastros do que aconteceu aqui. A única coisa que eu conseguia pensar naquele momento era em como eu queria estar ali, no lugar dela, sendo ela.

Os dois estavam em profundo sono quando ouço passos na escada. Era o John. Ele se aproxima de mim cabisbaixo e se senta do meu lado.

"Eu devia ter percebido." Ele afirma.

"John, não tinha como perceber, você..." Sou interrompida.

"Você não queria que eu te tocasse, não queria chegar perto de mim e nem de ninguém. Claro que não! Ele abusou de você! Porra! Você estava traumatizada! Como não cogitei essa hipótese, como pude ser tão burro?" Lágrimas começam a escorrer de seu rosto, então eu o abraço forte. "Eu fiquei com muita raiva de você por ter me chutado daquela maneira... mas agora eu entendo tudo!" Ele encara meus olhos profundamente. "Me desculpa, Mila! Por tudo o que fiz e pelo o que deixei de fazer!"

"Você não me deve desculpas nenhuma, John! Você... Você é incrível! O problema nunca foi você! Fico feliz que agora você saiba disso. Não gosto que tenha raiva de mim."

"Estava sendo difícil ter raiva de você, Camila!" Soltamos uma leve risada simultânea e então nos olhamos novamente. "Amigos de novo?"

"Com certeza!" Sorrio.

"Conta comigo pra tudo, ok? E posso te dar uma dica? Recomeçe, Mila! Você é nova, inteligente, bonita, simpática... vai atrás dos seus sonhos que eu tenho certeza absoluta que você vai ser muito feliz!" Abro um largo sorriso.

"Sinto que agora... agora sim vou conseguir ser feliz. Eu percebi que é isso que eu quero. Eu quero viver, quero ser feliz!"

"Então o mundo que se prepare para receber você!"

"Obrigada, John! Por tudo!" Novamente o puxo para um abraço apertado, onde ficamos por longos segundos.

"Bom, eu vou dormir. Eu já estava deitado, mas tudo isso estava entalado em mim."

"Boa noite, seu bobão! Durma bem!"

"Você também, Mila!"

Depois de horas pensando em tudo o que havia acontecido, um pouco antes de pegar no sono... eu abri um sorriso, pois a esperança de ser feliz, havia renascido em mim.