capítulo único.

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Sana tinha plena certeza de que choveria naquela tarde. Era inverno e não parava de trovejar. O vento forte balançava as folhas das árvores com tanta força, que parecia querer levá-las embora a todo custo.

Soltou um suspiro triste e mesmo assim saiu de sua casa, pegou seu guarda-chuva — que ficava ao lado de sua porta, encostado no batente — e caminhou para fora do portão.

Certificou-se de trancar o objeto e finalmente foi para a rua, andando como se estivesse sem rumo, mas tinha um. Iria dar entrada nos papéis de seu divórcio com Dahyun, era doloroso falar aquilo, porém, era seu único desejo no momento.

A japonesa e a coreana viveram uma história de amor linda, daquelas de tirar o fôlego. As duas tinham uma filha adotiva que chamava-se Sakura, segundo ambas, a garotinha era a bebê mais linda do mundo.

Perdida entre pensamentos ruins e boas memórias, Sana havia chegado ao seu destino, acompanhada de uma chuva forte, que certamente faria estragos.

×××

Alguns minutos passaram e a chuva piorou. Era quase uma tempestade. Minatozaki estava com medo. As ruas estavam desertas e a única companhia da garota era seu guarda-chuva azul de bolinhas, esse que sua ex esposa adorava caçoar.

— Dahyun?! — Exclamou, assim que viu a coreana, encolhida com um casaco por cima do corpo, tremendo dos pés a cabeça. — Puta merda, garota, onde você estava com a cabeça? — Perguntou após ficar ao lado dela e a proteger de certa forma com o guarda-chuva.

— Em você. Eu só penso em você, Minatozaki Sana. Dia e noite, sem parar. — Disse com voz de choro, fazendo a ex segurar a respiração por poucos segundos.

— Você me traiu. — Acusou a mais velha.

— Você que acreditou na Momo e não em mim. — Retrucou com voz baixa.

E mais uma vez as duas discutiram, choraram, quase saíram no tapa e ficaram em silêncio. Aquilo era cansativo e machucava as duas.

— Eu estou cansada, Dahyun. Eu não aguento mais brigar, não aguento mais fazer você sofrer, me fazer sofrer e fazer a Sakura sofrer também. Eu só quero paz para nós três.

— E eu só consigo encontrar essa paz em você, Sana.

Mais uma vez estavam em silêncio. O silêncio matava a Kim por dentro, ela queria apenas sumir dali. Pensou em simplesmente correr para longe da ex esposa, o problema foi que a Minatozaki a beijou, do nada.

Era um beijo que valia por mil palavras, o sentimento das duas era transmitido pelo ato e era como se tudo estivesse bem novamente.

Assim que Sana abriu os olhos, olhar para Dahyun tornou-se impossível, já que a garota estranhamente tinha uma luz clara em seu rosto, como a luz da manhã.

— Acorda, Minatozaki.

Após escutar a voz da coreana, Sana acordou assustada. Olhou para o relógio e ele marcava duas e meia da madrugada. Respirou fundo e franziu o cenho.

— Quem é Dahyun? Eu nem tenho filha. — Perguntou-se e deu de ombros, voltando a fechar os olhos para dormir novamente, agora tendo em mente o rosto doce de sua esposa inventada.

Até que havia gostado do sonho, pelo menos nele alguém parecia lhe amar.

×××

obrigada por ter lido até aqui. 💕

umbrella • saidaOnde histórias criam vida. Descubra agora