The lost comet

♢ "Princesas não precisam de príncipes."

↬ 19 de março de 2002.

Isaac.

   Eu já era um hominho, e mamãe as vezes me levava para o trabalho dela. Ela me explicou que nem todos tinham a mamãe, e isso me deixava triste. Porque ter mamãe é tão bom... ninguém nunca deveria ficar sem família. Preocupado, eu seguia com minha mãe pelos corredores daquela casona. Até que vi uma princesa brincando sozinha, e meu coraçãozinho bateu forte. Ela era tão linda, tão pequenininha, e tinha os olhos como duas jabuticabas e eu queria abraçar ela e proteger ela e brincar com ela e...

- Mamãe! - chamei a atenção dela.

- Oi meu amor... - respondeu

- Eu posso? E-eu pposso? Por favor... - peço me referindo a ir brincar com a bebê.

    Mamãe sorriu largo, afirmando com a cabeça. Eu já ia correr empolgado com a permissão, quando ela me advertiu.

- Ela ainda é pequena, tome cuidado ok?

    Afirmo com a cabeça, recebendo um beijo forte na bochecha. Me aproximei da pequena, prendendo a respiração, eu tava nervoso. Ela me olha com atenção, com sua sobrancelha franzida e uma expressão seria. Mas então ela abre um sorriso, acabo sorrindo junto.

- Ta-ta... - fala me mostrando o papel todo colorido por alguns gizes.

   Passamos a tarde inteirinha pintando e fazendo colagens. Ela realmente gostava disso. Eu realmente gostei de brincar com ela, queria ficar pra sempre com ela. Mas a gente tinha que voltar, e meu coração sentiu tristeza. Vi os olhinhos da pequena se encher de lágrimas, e só a abracei.

- Eu volto... - sussurrei em segredo.

   Aperto ela forte em meus braços e faço carinho em seus cabelos.

    Estava no carro com a mamãe, me sentia triste por ter deixado a princesa lá. Ela devia ter chorado, e eu não queria que ela chorasse. Eu queria que ela sorrisse sempre. Mamãe me olhava pelo espelhinho do carro. Tinha um sorriso no rosto, eu gostava de ver a mamãe sorrir. Era tão linda.

- Mamãe... - chamo sua atenção - eu posso voltar?

- Você realmente gostou da Alika não foi filho? - ela  me perguntou, acabei sorrindo o mais largo que pude. 

- Eu amei ela mamãe, ela... ela é tão lindinha com aqueles olhinhos de jabuticaba, e é tão esperta, tão... tão incrivel... queria que ela fosse minha irmãzinha... - confessei de uma vez apertando meus lábios um contra o outro assim que percebi. Mamãe gargalhou alto. 

- E ela será, Alika será sua irmãzinha, vo- 

   Não dixei ela terminar de falar, pulei sendo impedido pelo cinto de segurança gritando um "YES!" totalmente animado. EU IA TER UMA IRMÃZINHA E ESSA IRMÃZINHA IA SER A ALIKA!!!!!

- Mamãe eu, eu vou cuidar dela, vou ser o melhor irmão que ela vai ter, vou dar comida a ela, vou proteger ela, vou contar historinhas pra ela dormir, vou ficar do lado dela caso algum monstro malvado resolva aparecer pra mexer com ela a noite, vou ser o melhor amigo dela, vou ensinar ela a escrever, escovar os dentes, e vou ensinar como conseguir biscoito do Tio Fernando, vou bater em todo mundo que tentar machucar ela, eu vou ser um irmão mais velho mamãe... dá pra acreditar? 

     Mamãe gargalhou ainda mais, eu fiquei com falta de ar após tantas palavras saídas em desperada. Mas eu não me importo, vou ter uma irmãzinha. 

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     Meu coração batia fortão, mal consegui dormir a noite, e lá estava eu, pulando na cama da mamãe para ir buscar logo a minha irmã. Eu estava ansioso, eu queria que o tempo passasse rápido mas tava tudo lento como uma tartaruga.