Quando finalmente chegamos a secundária ficamos os dois na mesma turma novamente. Nos primeiros dias nem nos falávamos, mas com o passar do tempo, fomos recuperando a nossa amizade, começamos a lembrar os nossos momentos de infância, mas ele continuava a ser o "popular" com a sua namorada também "popular", eue eu continuei a ser apenas eu.
Estávamos no 12 ano, ele tinha acabado com a namora durante as férias, pois ela o tinha traído. Ele estava diferente, o fim da relação o tinha abalado bastante, ele já não era o rapaz feliz que era.
Certo dia, eu estava dar voltas a escola, como é habitual, com a Filipa e Luísa e vimos o Mateus, é o nome dele, completamente sozinha, eu fui ter com ele, pois desde pequeno quando se passa a alguma coisa com ele, ele afasta-se de todos e fica sozinho.
Sentei-me ao pé dele sem lhe dizer nada é abraçou -me. Nesse momento voltei a sentir as mesmas borboletas que tinha sentido á 13 anos atrás, mas ao mesmo tempo, um abraço doloroso, pois sabia que ele estava a sofrer. Ficamos durante vários minutos abraçados.
Tocou para dentro e ainda ficamos abraçados durante mais 5 minutos, quando reparamos que tinha tocado, fomos o mais rapidamente para a sala, pois era Historia e a professora era a nossa diretora de turma, ela era muito exigente, era e continua a ser no que toca a atrasos. Chegamos a sala a professora começou logo a resmungar e bastava a mínima coisa que nos expulsava da aula.
Sentamos-nós sem fazer barulho, eu passei a aula toda completamente distraída, preocupada com o Mateus, pois não sabia como ajudar, ele estava a sofrer bastante com aquela situação toda. Dava para reparar na cara dele, estava mesmo triste, mesmo embaixo, não estava atento a nada, as suas notas tinham descido completamente, como era possível um rapaz de média 16 estar atirar 1o ou até mesmo 9 valores nos testes. Ele já não queria saber de nada, de nada mesmo, pouco comia, só queria estar a dormir, debaixo dos cobertores sem ninguém o chatear, dava perfeitamente para ver que ele chorava todas as noites, devido aos seu olhos estarem vermelhos de manhã, era isso ou estava metido em drogas, mas não estava, era mesmo de chorar a noite toda.
Nisto, reparo que a Filipa estava a dar-me cotoveladas, a professora tinha me feito uma pergunta qualquer sobre a arte, a qual eu não sabia, pois estava completamente distraída a pensar no Mateus. Tive sorte, quando a professora voltou a perguntar, tocou e tivemos que sair todos da sala.