capítulo único ;;

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Cha Eunwoo acordou cedo novamente e encarou o homem ao seu lado com carinho, lembrando-se da primeira vez que o viu, no jardim da faculdade.
Park Minhyuk cuidadosamente regava as flores violetas, cortava delicadamente as folhas secas e as observava durante um bom tempo, logo se levantando. Parecia cantar para as flores e plantas, e cuidava delas com tanto afinco que, pela primeira vez, Eunwoo não desejava ser um matemático, mas sim uma linda rosa no jardim do Park.

Em pouco tempo, Cha Eunwoo não desejava mais as festas que frequentava e nem os olhares libidinosos e ímpetos dos seus alunos. Não desejava mais nada além de Park Minhyuk. Queria apenas que suas mãos delicadas o envolvessem como ele tocava as pétalas das rosas e queria ouvir sua voz alegre e dedicada todos os dias, ao amanhecer.

Agora, Cha Eunwoo o tinha. Acariciou os cabelos do outro cuidadosamente, correndo os dedos de forma cautelosa pelos fios negros de Minhyuk, observando sua expressão tranquila ao dormir. Não tinha a vida luxuosa de antes, regadas à bebidas e jogos, mas tinha em seus braços o homem que sempre sonhou.
As pessoas olhavam e diziam que cuidar de um homem enfermo devia ser um grande fardo. Para Eunwoo, era uma honra cuidar do homem que amava. Ao lado de Park, tinha uma vida excepcionalmente tranquila, contrapondo as expectativas médicas dadas ao seu companheiro.

Observou Park Minhyuk abrir os olhos inchados por conta do sono. Um sorriso natural surgiu nos lábios de Eunwoo, que depositou um cuidadoso selar sobre a bochecha alheia. Rocky sorriu de forma desajeitada, buscando as mãos de Eunwoo. Entrelaçando seus dedos trêmulos aos do Cha, Minhyuk esforçou-se para deixar um singelo selar no dorso da mão de Eunwoo. Tal ato deixou o coração de Eunwoo quentinho, que sorriu e ajudou o mais novo a sentar-se na cama.
— Você dormiu bem? – Eunwoo perguntou, acariciando o rosto de Park, que meneou a cabeça positivamente. — Isso é muito bom. Você quer voltar a dormir?
— Não. – Minhyuk respondeu, estendendo os braços na direção do cônjuge, na tentativa de abraçar o mesmo. Eunwoo o fez com cuidado. — Eu quero ficar com você. E estou com fome.

O mais velho sorriu, levantando-se e buscando a cadeira de rodas, a deixando do lado da cama. Delicadamente, pegou o Park no colo e o colocou na cadeira, ajoelhando-se de frente para o rapaz.
— Tudo certo? – Eunwoo questionou, recebendo uma resposta afirmativa rápida. — Isso é ótimo! Podemos passear no parque mais tarde, o que você acha?
— Eu adoraria! – Minhyuk respondeu tentando se inclinar para dar um rápido beijo em Eunwoo. Este o segurou cuidadosamente, selando os lábios por alguns instantes.

Cha o guiou pelos corredores da aconchegante e espaçosa casa, indo até a cozinha. Deixou o parceiro próximo a mesa de refeições e começou a preparar o café da manhã.

Na mente de Cha Eunwoo, as imagens se repetiam como num filme. Quando descobriu que o noivo estava com aquela doença motora, seu mundo desabou por um instante. Minhyuk disse que gostaria de ir embora e que não queria mais casar-se com Eunwoo. Evocar tais lembranças era algo doloroso para o matemático, que havia se assustado com as possibilidades latentes de perder o homem de sua vida. Entretanto, bastava olhar para Minhyuk, que no momento se esforçava para abrir um de seus livros favoritos sobre um reino fantástico, para lembrar que todo esforço que fizeram para ficarem juntos não havia sido em vão.

— Ei, Woonie! – O mais novo o chamou alegremente. — Eu consegui! Eu abri o livro!
Exibiu o livro de brochura aberto na última página lida com orgulho. Secando as mãos molhadas, aproximou-se do cônjuge, envolvendo seus braços no tronco alheio, afagando com carinho as mãos trêmulas pelo esforço.
— Você melhora a cada dia! – Eunwoo exclamou, enchendo as maçãs do rosto alheias com delicados selares. — Eu amo você infinitamente, Minhyukie.
— Eu também amo você. – Park respondeu, sorrindo calorosamente. Cha correu os dedos pelos fios brilhantes de Minhyuk, o acariciando por alguns instantes. Eunwoo era fascinado por cada detalhe de seu amado e poderia ficar admirando-o por horas a fio.
— Certo, eu vou terminar nossa refeição. – O mais velho sorriu, deixando um último beijo nos lábios do mais velho. — Chá, Minhyukie? – Perguntou, organizando a bandeja com a refeição matinal. O rapaz respondeu positivamente com um meneio.

Eunwoo serviu o chá, arrumou as geleias e as torradas, levando a bandeja até a mesa e sentando-se ao lado de Minhyuk. Assoprou a xícara de chá para dissipar o calor levando a bebida até os lábios do Park, que sorveu um pequeno gole.
Definitivamente, Cha Eunwoo tinha tudo o que precisava bem na sua frente: Park Minhyuk.

...

As flores estavam espalhadas perfeitamente pelo jardim, como num milagre da primavera: aquele era o momento mais feliz do dia de Minhyuk. Passeando pelo parque tranquilamente, o casal se concentrava apenas em sentir a brisa tranquila e os raios de sol acariciarem o rosto de ambos.
Park Minhyuk admirava a flora do parque em toda a sua extensão. Vez ou outra, Eunwoo se permitiu afanar uma ou outra flor para colocá-la atrás da orelha de Minhyuk e entre algumas mechas dos brilhantes cabelos ébano do Park.

Após minutos de caminhada, os dois se sentaram próximos a um coreto com música suave e agradável. Deram-se as mãos, e enquanto observavam o entardecer, Eunwoo notou uma pequena barraca de sorvetes ao longe. Deixou Park sozinho por alguns instantes, indo até o sorveteiro para fazer seu pedido.
Instantes depois, retornou para perto do cônjuge, segurando o sorvete em uma de suas mãos para que o rapaz pudesse tomar a sobremesa. Minhyuk aconchegou a cabeça nos ombros do mais velho enquanto tomava o sorvete.

— Eunwoonie? – Minhyuk chamou-o.
— Sim?
— Eu amo você. – Sorriu, fazendo uma pausa para tomar o sorvete. — Obrigado por nunca ter desistido de mim.

Naquele momento, Cha Eunwoo compreendeu o que era o amor em sentimento e etimologia, na forma radical e intensa da palavra, e que o amor que Minhyuk lhe proporcionava havia o salvado de uma vida de ilusões.
— Eu também o você, Minhyukie. – Respondeu, sorrindo verdadeiramente. — Obrigado por estar dando um sentido a minha vida vazia e por ter me salvado com o seu amor.

E, tendo como testemunha ocular daquela revelação apenas o entardecer alaranjado, Eunwoo e Minhyuk selaram suas declarações de amor em um beijo desajeitado com gosto de sorvete.
Eunwoo limpou a bochecha do cônjuge suja com cuidado, prometendo silenciosamente a si mesmo que protegeria e cuidaria daquele homem, o amor de sua vida, pelo tempo que fosse necessário.

Para Eunwoo, cuidar de Minhyuk era apenas uma das coisas que podia fazer para retribuir ao marido o melhor presente que ele já havia lhe dado: a chance de conhecer o verdadeiro significado de amar.

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⏰ Cập nhật Lần cuối: Oct 22, 2019 ⏰

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