Aproximação Hedionda

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[''Os sufoque nas cinzas dos sonhos que eles queimaram. '']

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Norte de Londres, 1950

Os olhos de Eden arregalaram-se, sempre tendo em mente que aquele demônio já estava morto há um bom tempo e toda a sua família simplesmente corria atrás de nada. Porém, a confirmação de que ele estava vivo e que, além disso, era o responsável pelas suas alucinações e todo o caos dos soros, o desorientou. William então era o seu nome, o nome do maldito que iniciou toda essa perseguição de gato e rato. Era por causa dele que a sua vida tinha tomado esse rumo, que os seus pais morreram, que tudo ocorreu há um século. Ele era o culpado de tudo.

Deu um passo para trás em total desalento, desviando o olhar do rosto de René e sentindo as mãos de Lucius em suas costas, segurando-o como se as suas pernas fossem lhe falhar a qualquer momento. Contudo, antes mesmo de conseguir recuperar-se ou tampouco processar parcialmente essa informação na sua mente, a voz de Mahi tirou-lhe dos seus pensamentos.

— Não quero atrapalhar o vosso caminho, mas se já acabaram, recomendo-vos que vão. Ficar aqui é perigoso. Outro Conselheiro pode vir a qualquer momento e...

— É claro. — Kai respirou fundo. — Vamos embora. Eden terá outro momento para ter um colapso e, René... — Seu olhar dirigiu-se ao homem sério. — Bem, acho que você sabe.

— Agradecida. — Mahi sorriu-lhe. — Kai, tu devias vir mais vezes. Tenho saudades das nossas longas conversas. Não quero pensar que só me estás a usar para tua própria segurança; não iria acabar bem.

— Não, não, é claro que não. — Sorriu nervosamente, erguendo as mãos em defesa. — Apenas... no último mês eu estive ocupado com eles. — Suspirou. — Quando isso terminar, pode ter certeza que eu voltarei para conversarmos como fazíamos.

— Ótimo. — Assentiu. — Agora, por favor, saiam.

Eden, mesmo desconcertado com o que acabou de ouvir, foi retirado com a ajuda de Lucius da sala, enquanto os outros calmamente andaram atrás. No entanto, assim que Luca atravessaria a porta, a voz da mulher o impediu, pedindo que ficasse mais um pouco.

— Eu tenho que ficar com eles, Conselheira. — Virou-se para trás, fitando-a em confusão. — Meio que estou sendo mantido em...

— Eu não me importo. — Disse calmamente, aproximando-se. — Deve ser o sujeito do teste de William, certo? — Luca assentiu. — Creio que serei capaz de o ajudar mais eficazmente do que qualquer um deles.

— Me ajudar? — Encostou-se à porta. — Conselheira, o que pode fazer? — Olhou para trás, percebendo Kai no início do corredor, encarando-o fixamente.

— Estabilizar as consequências negativas. É notável que não se tenha mudado fisicamente. — Ela aproximou-se mais um pouco, mantendo a sua mão sobre a de Luca, logo na maçaneta. — Imagino que saiba bem como William ficou após os soros. Foi um dos melhores casos, os outros... bem... não restaram nada. — Sorriu.

— Conselheira... — Olhou novamente para trás. — Eu realmente preciso ir com eles. Eu não gosto de nenhum, mas... — Falou baixo, mantendo a mão ao lado da boca para Kai não ter a chance de ouvir algo. — Há um deles que também parece querer me ajudar.

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⏰ Última atualização: Feb 21, 2023 ⏰

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