As Lágrimas de um Tigre // Yoonseok

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Março — Território Køwy, 1486.

O tempo estava estável ainda que estivesse coberto com nuvens roxas e densas, árvores corriam pela encostas da estrada de barro mantendo a carruagem em um balançar lento sendo seguida pelos demais cavaleiros de couraça preta, o comando Real de Yong, que suspirou aliviado com o cessar da chuva. O Rei Mingyu Ⅱ se encontrava impaciente dentro do veículo ao lado da sua esposa e Rainha, Kim Sook, junto ao seu braço direito, seu único filho, transparecia um leve quase inexistente sorriso retangular durante a viagem.

— Mamãe, será que o Hoseok poderá brincar comigo? — Perguntou mirando os olhos azuis até o rosto de feições marcantes e únicas de Sook — Me preocupo que ele esteja ocupado com seus deveres e não disponha de tempo.

O jovem herdeiro de cabelos pretos como a escuridão dos vales não escondia sua excitação em reencontrar o melhor amigos após oito meses longe — algo comum, a culpa era da vida de realeza que ambos tinham — Taehyung dependia das viagens diplomatas que seus pais e Reis faziam para vê-lo.

— Claro que sim meu filho — Sook respondeu sem desprender os olhos das páginas do livro que lia — Nossa chegada foi avisada a semanas, o jovem Jung com certeza deve saber dela e possivelmente programou seu tempo para lhe receber de braços abertos — Ergueu a cabeça por cima do livro, seu filho suspirou em deleite ainda que seu pequeno corpo tivesse tenso. Taehyung girou o rosto passando a focar na bela vista pela janela, o passar das árvores formavam um ar de proteção pela rua vazia.

A viagem permaneceu silenciosa, a chuva havia retornando rapidamente deixando que o som de metal sendo apedrejado pelas gotas ecoasse — bufas de ar quente saiam formando uma névoa dentro da carruagem — o clima era tão diferente entre os dois reinos que assustava.

No horizonte a família Kim já poderia vislumbrar os grandes portões escuros em ferro retorcidos que transpassam as grades formando o brasão real, a muralhas se erguia como um gigante a partir das rochas cobrindo o redor da elegante propriedade do palácio do restante da cidade, guardas armados cobertos com suas armaduras polidas se distribuem na entrada, um pouco a frente na entrada debaixo da cobertura homens e mulheres trajando vestes azuis escuros com detalhes em dourado nos botões e mangas se curvaram em respeito.

A carruagem parou e os portões se fecharam cobrindo a entrada do povo que olhava curioso com a comitiva.

Soldados leoninos permaneceram alinhados com as cabeças baixas, eram estátuas de lealdade e Taehyung teve que conter um riso.

— Sook. Tenho assuntos a tratar com o Kwan, não me espera para se deitar, voltarei tarde — Mingyu ditou rápido de maneira curta e grosseira, coisa que Sook estava acostumada a lidar, concordou e a porta se abre por um servo. O Rei tratou de sair sendo acompanhado de seu conselheiro que o esperava nos degraus cinzas da entrada, sumindo da visão da esposa e do filho.

Um homem de fios cobre divididos no meio de forma lambida surgiu trajando uma manta semelhante a usada na corte Real, alto nível, contudo a manta estava aberta deixando que a camisa branca fina aparecesse dobrada por dentro da calça escura, novo demais para ser da corte, 24 anos.

— Boa tarde Vossa Majestade Sook e Milorde Taehyung — Curvou o corpo novamente segurando um caderno com o brasão da família Jung contra o peito, sorria gentil tentando esconder o nervosismo ao se dirigir com decoro a um membro real — É uma imensa honra conhecê-los, me chamo Pietro Young, fui designado para cuidar da sua estadia — Informou e Sook concordou com a cabeça. Sua fama era verdadeira, uma Rainha de poucas palavras.

— Venha Taehyung — Chamou a atenção do garoto que continuava sentado dentro da carruagem.

— Desculpe mamãe — Se apressou a se juntar ao lado dela, arrumando a própria roupa e alinhando os fios negros que insistiam em cair sobre a sua testa— Podemos ir