sᴇɴ̃ᴏʀɪᴛᴀ • ʙᴇᴀᴜᴀɴʏ

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any gabrielly point of view

Me sento na cama com certa dificuldade após observar o relógio digital da cômoda e me tocar que consegui dormir mais do que o meu normal. O quarto silencioso me faz enrrugar a testa em busca do outro corpo cuja cama dividiu comigo na madrugada passada.

Meu cérebro desperta ao ouvir frases desconexas vindas do lado de fora do quarto daquele hotel. Josh parecia irritado como da última vez e mesmo que me deixe cada vez mais curiosa eu prefiro fazer caminho em direção ao banheiro para minha ducha do dia, ou da tarde.

Não estava trabalhando hoje. Por algum motivo o chefe decidiu tirar folga e liberou todos da mesma forma. Acredito que seja consequência de sua nova namorada, elas sempre deixavam ele contente.

— Achei que fosse dormir mais. Pensei até em trazer o almoço na cama, já que passa das duas. — O loiro me observa sair do banheiro com uma toalha enrolada no cabelo. A enorme blusa branca dele me cobria apenas até a metade das coxas.

— Perdi o sono. — Sorrio.

Não demoramos para sair daquele lugar. Josh me leva de moto até um restaurante no centro e me obriga a comer alguma coisa mesmo que eu diga estar sem o menor apetite. Ele é muito insistente e me faz admirar suas feições engraçadas enquanto eu tento usar argumentos plausíveis, mas totalmente sem sentido, em busca de convence-lo.

Por fim, me rendo a pedir fritas onduladas que fazem uma careta se formar em sua face.

— Você parece uma criança. — Ele estala a língua no céu da boca negando com a cabeça ao dar um gole em sua bebida.

— Você que é chato demais.

— Mas você gosta.

Não podia negar. Eu realmente gostava.

— Hoje é o dia da apresentação da Sina, certo? — Josh da uma garfada em seu macarrão.

— Sim, acredito que sim.

— E você vai? — Ele ergue os olhos.

— Com certeza. É a grande chance da vida dela. Tenho que dar suporte.

Sina finalmente teria chance de se apresentar em frente à Max Peterson na boate Cameo em Miami Beach. Ela estava a todos os nervosos com medo de seus pais voltarem antes do esperado e acabarem por arruinar suas chances.

— Quer carona? — Josh pergunta um pouco baixo.

— Pode ser...

Não era para ser estranho dessa forma. Não deveria ser.

Estávamos dormindo juntos, sexo casual como qualquer adulto na nossa idade poderia ter. Nossos amigos se juntaram e formaram um grande grupos de idiotas que nos rotulagem como amigos próximos mesmo que nos deixassem sem jeito.

Mas sair com Josh em público, juntos, é totalmente diferente de uma transa casual.

Minha mente borbulha enquanto Josh permanece em silêncio na minha frente. Parecia estar perdido em pensamentos tanto quanto eu. Vejo quando ele sussurra um pedido de licença para ir pagar nossos pedidos, não me incomodo, apenas puxo o celular do bolso da minha calça em busca de retirar os pensamentos fumegantes da minha mente.