Capítulo 04

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G I U L I A

Depois que cheguei da escola não sai do quarto. Nesse meio tempo que estava aqui dentro, eu estudei, assisti, depois ainda mechi um pouco no celular, e agora estou aqui novamente estudando.

Depois de mais um tempo estudando, meu pai entrou no quarto sem nem ao menos bater na porta.

__ Oi filha.__ se sentou ao meu lado na cama.

__ Oi papai.__ respondi.

Tentei evitar ao máximo esconder minha raiva por ter sido atrapalhada dos meus estudos. Sei que meu pai não faz por mal.

__ Eu e sua mãe estamos indo viajar.__ falou ele.

__ De novo?!.__ falei, indignada.

__ É o nosso trabalho.

__ E eu? E a Dayse?

__ Vocês sempre se viram bem quando estão sozinhas.

__ Nós precisamos dos nossos pais. Não dá pra pensar um pouco em suas filhas antes do trabalho?

__ Filha, eu amo vocês duas e você sabe disso. Eu entendo que esteja com raiva, mas não iremos demorar.

__ Você já disse isso outras vezes.

__ Eu prometo.__ seu olhar sincero fez com que minha cara de raiva se desmanchasse pouco em pouco, e eu assentice.

Amo meu pai. Na verdade eu sempre me dei muito melhor com ele do que com a mamãe. Sei que ele só viaja assim porque ele quer dá tudo do bom e do melhor pra mim e minha irmã. Já minha mãe, acredito que seja apenas para se ver livre um pouco de nós e ter dinheiro o suficiente para comprar suas bolsas e roupas de grife.

__ Certo.__ ele abriu um sorriso sem mostrar os dentes e depositou um beijo em minha testa.

__ Quando precisarem de algo, sabe que podem ligar pra mim. Mas a Paola vai estar aqui pro que precisarem também.

__ Ok. Eu te amo papai.

__ Também te amo filha.__ me deu um abraço e em seguida saiu do quarto.

Bom... Não é a primeira vez que eu e minha irmã iremos ficar sozinha em casa, então sei que iremos nos virar bem, além de que a Paola sempre foi uma ótima amiga e "babá", além de ser uma ótima empregada também.

Coloquei meus fones de ouvido e voltei a estudar.

[...]

V I O L E T A

Passou-se um tempo, e finalmente resolvi ir até o endereço que a Sam havia me passado. Já era umas 11 horas da noite.

Eu não queria que meu pai acordasse, então fui pela sacada de meu quarto. Era alta até o chão, mas eu já tinha feito isso outras vezes então não era nada demais para mim.

A casa da Giu era um pouco longe, mas dava para ir andando. Ao chegar em frente à casa dela, procurei pela sacada de seu quarto, e finalmente encontrei. Escalei e consegui subir até a sacada e acabei tomando uma queda, a porta estava trancada. Como a porta da sacada era de vidro, eu pude vê-la deitada, talvez já estivesse dormindo. Mas, foda-se! Eu preciso falar com ela.

G I U L I A

Eu estava num ótimo sono, até acordar com uma zoada vindo da sacada. Me levantei com um pouco de medo, acendi a luz de meu abajur e fui ver o que era. Então pude ver a Violeta em pé na sacada.

Como a porta estava trancada, ela não havia entrado.

__ Abre.__ falou.

__ O que está fazendo aqui? Eu tomei um susto!.__ falei.

__ Abre logo, vai.__ falou novamente.

Cedi e acabei abrindo, mas antes que ela me agarrasse, eu me afastei. Ela fechou a porta da sacada novamente e se virou para mim.

__ Adorei essa camisa.__ ela falou me olhando dos pés a cabeça.

__ Você está louca? Não pode invadir meu quarto assim! Como sabe onde eu moro?

__ Eu tenho meus contatos.__ falou.

__ Foi a Sam, não foi?

__ É proibido eu revelar meus contatos, ruiva.__ se aproximou.

__ Vai embora antes que alguém te pegue aqui.

__ Eu tô ligada que tá todo mundo dormindo.

__ Até que teu quarto é legal. Achei que eu iria encontrar aquele tipo de quarto cor de rosa, cheio dos pôsteres de famosos bonitinhos que as mina adora. Mas o seu é bem dahora__ deu uma breve olhada em meu quarto e voltou seu olhar para mim.

__ Nós precisamos conversar.__ falou.

__ Não temos nada pra conversar.

__ Dá pra parar de ser assim? Já tá chato! Eu sei que tu tá louquinha por mim e não adianta negar.

__ Vai embora.__ falei.

__ Tô a fim não.

__ Eu não quero você aqui! É tão difícil sumir da minha vida?

__ É isso mesmo que você quer? Quer que eu suma da sua vida?.__ olhou nos meus olhos e se aproximou ainda mais. E, mais uma vez, aquele frio na barriga surgiu.

__ É... É isso... É isso que eu quero.__ gaguejei.

Logo ela baixou o olhar e se afastou. Pensei por um breve momento em impedi-la de ir embora e falar que tudo o que eu mais queria era ficar com ela, mas logo desisti. Essa é uma péssima idéia.

Ela abriu a porta da sacada e eu fiquei ali olhando ela ir embora. Assim que ela saiu, eu voltei para minha cama.

Foi o melhor a se fazer. Tenho que parar de pensar nela e pensar que agora finalmente ela irá me deixar em paz.

VOCÊ OUTRA VEZOnde histórias criam vida. Descubra agora