Quando criança eu e meu melhor amigo sempre tocavamos as campainhas das casas dos vizinhos e corriamos para longe, para que não fôssemos pegos pelos donos das casas. Mas, certo dia, toda a emoção e diversão desaparecera quando algo terrível aconteceu com o meu melhor amigo.
1982
Estavamos voltando da escola, tocando as campainhas das casas e correndo.
Chegando ao final da rua nos deparamos com uma casa completamente sinistra. Suas paredes externas estavam cobertas por folhas rameiras que desciam do telhado e encostavam no chão. A campainha da casa era velha porém reluzia com o banhado de tinta dourada. Sua cerca estava quebrada então dava para entrar.
Eu não me importaria em tocá-la, pelo estado da casa era provável que ninguém habitaria nela. Mas meu amigo, com medo, desistiu e então viramos na outra rua e andamos na direção de nossas casas.
No dia seguinte passamos novamente em frente a casa sinistra, mas, desta vez consegui convencer o meu amigo a tocarmos a campainha dela.
Entramos pela cerca quebrada da casa, atravessamos o jardim cujo estava repleto de entulhos e embalagens de velas.
Deveria ser a vez do meu amigo de toca-la. Mas eu sabia que ele jamais faria isso, então eu a toquei. Imediatamente após tocar a campainha da casa sinistra a porta se abriu, com se já houvesse alguém nos esperando. Corremos o mais rápido possível. O meu amigo tropeçou numa lata de tinta cuja sua tinta já havia secado. Tentei levanta-lo, mas uma silhueta com corpo alto e apenas olhos amarelos que brilhavam em meio a escuridão do seu rosto surgira de dentro das sombras da casa sinistra e puxou o meu amigo pelos pés arrastando-o para dentro da casa, ele gritava de uma forma deseperadora.Quando a porta se fechou houve silêncio, então corri para casa e nunca falei sobre o que aconteceu. Nunca o encontraram e eu nunca mais me atrevi a passar em frente a casa sinistra novamente.