Piloto

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   A alguns anos - cinco especificamente - venho procurando a metade da minha laranja, o queijo da minha goiabada, a lenha da minha fogueira, enfim, uma namorada. Esse processo é um tanto complicado para mim como um ser desprovido de beleza, mas não vou desistir tão fácil. Levei tantos foras que seria impossível conta-los nos dedos, a quantidade de garotas que se interessaram por mim em toda a minha vida foram um total de zero. Só ladeira a baixo meu amigo, só ladeira a baixo.
  
   Não me rendi a solteirice ainda pelo apoio emocional que meus amigos me oferecem diariamente, principalmente o Gabriel, meu melhor amigo, tenta me animar quando acabo de levar um bolo - sempre consegue. Nos conhecemos na escola quando tínhamos 11 anos, ele é muito extrovertido, tanto que chega a ser irritante as vezes, mas isso a gente supera não é mesmo? Estou disposto a lutar por esse fodido até o final da minha vida, assim como está disposto a lutar por mim. Ele nunca se interessou por ninguém nesse tempo que vivemos juntos, nem antes, acho isso estranho, mas vida que segue.

   Hoje é uma "linda" segunda feira, estou a caminho na escola, a esse horário já deveria estar lá na verdade, mas perder a primeira aula já virou rotina, e nem faço questão de tentar mudar. Se a aula não tivesse começado meu celular não pararia de vibrar, por quê? Gabriel estaria me dando um sermão denovo, "Eu já te disse milhares de vezes pra parar de chegar atrasado, você vive perdendo matéria e ainda tem coragem de reclamar das suas notas!", pra variar. Ele diz isso porque o filho da puta tem notas ótimas, mas nunca cala a boca durante a explicação, diferente de mim, que viro um santo, bom, mais ou menos.

  Me sento no chão em frente a porta da sala esperando que o primeiro sinal tocasse, quando vejo o professor sair me levanto levando junto comigo minha mochila não muito pesada, pois esqueci metade dos materiais. E sou recebido com um belo soco no ombro.

- DENOVO ARTHUR? DENOVO?

- Gabriel caralho, isso doeu seu bosta!

- Eu avisei da última vez - dá de ombros como se não tivesse acabado de quase arrancar meu braço.

- E eu já disse que não vou perder tempo de sono pra vir pra esse inferno - jogo a mochila em cima da mesa - Então o senhor poderia por gentileza PARAR de me agredir????????

- Não - me dá tapa na nuca.

- Puta que pariu - ameaço de ir pra cima com a mão fechada, mas sou impedido por alguém segurando meu pulso.

- Opa.

- Pô França - era o Matheus, meu outro melhor amigo.

- Já disse, se forem resolver alguma coisa que seja fora da escola, sem envolver a coordenação no final - abaixo o braço, me dando por vencido.

- Se safou dessa vez - Gabriel ri debochando da minha cara.

   O próximo professor entra, mandando todos para seus devidos lugares. Me sento na primeira carteira, longe dos dois garotos citados anteriormente. Depois de uma aula longa e entediante de português o sinal bate novamente. Não demora muito tempo para que a aula de geografia se inicie, era a apresentação de um trabalho, em um círculo mal formado de carteiras envolta do centro da sala, me acomodo em uma cadeira ao lado de Gabriel, nosso grupo foi o primeiro a apresentar, então pudemos ficar de boas por mais tempo. Passei meu braço por cima de seus ombros, ficando mais confortável, notei uma mudança repentina de humor no menor, mas ignorei.

✎ೃ

É só o primeiro capítulo, então ficou curto mesmo, deem suas opiniões aí e pákkkkkkkk

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⏰ Última atualização: Oct 24, 2019 ⏰

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