Casa

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Aquele cheiro de flores de cerejeiras misturado com água corrente e terra molhada a faziam sentir-se em casa. Sakura havia adentrado os portões do distrito Uchiha há poucos segundos e já sentia o corpo inteiro relaxar. Viu as luzes acesas na casa principal e sorriu abertamente. Sora estava acompanhando Yumi até sua casa e enquanto ela corria para seu esposo e filhos.

— Sarada, não me faça ir até aí – ouviu a voz severa de seu marido assim que abriu a porta. Pela distância ele parecia estar na cozinha.

— ... Mas eles não me deixam em paz, eu vou fugir dessa casa, quem sabe assim eu tenho um pouco de descanso.

— Foge, pega suas coisas e vai o mais longe possível, quando ficar com fome eu já vou ter dado sua comida para os gatos do seu tio.

— Você é um insensível papai – ela disse ao topo da escada e eu sorri.

Os ânimos estavam tão aflorados que nem ao menos perceberam a presença da mulher.

— Podemos resolver a situação sem que algum membro da família tenha que recorrer a fuga? – disse a Uchiha chamando atenção de ambos.

Sasuke apareceu no corredor com uma espátula nas mãos e Sarada a encarou do topo da escada.

— Mamãe! – ela saiu correndo e abraçou a mais velha – Finalmente você chegou.

Sasuke bufou e a rosada sorriu.

— Querida, o papai estava se esforçando para cuidar de vocês e manter todos seguros enquanto a mamãe estava fora, não acha que foi um pouco dura com ele?

Ela respirou fundo e encarou o pai ainda cabisbaixa.

— Desculpe papai, eu jamais fugiria de casa.

— Hm – Sasuke cruzou os braços – Apenas ajude seus irmãos a terminar de tomar banho e colocar uma roupa, estou terminando o jantar.

— Está bem – ela subiu as escadas apressadamente.

Sakura colocou suas coisas no armário da entrada e sorriu, caminhou até o marido e deu-lhe um beijo cálido nos lábios.

— Eu estava com a situação sob controle – ele disse por fim.

— Eu não tenho dúvidas, só quis acelerar um pouco para podermos ficar sozinhos.

Ele sorriu de canto.

— Você demorou muito, irritante.

— Eu fui bem mais rápida do que o previsto – ela brincou – O que está fazendo? Está um cheiro tão bom.

— Ensopado, tome um banho e desça. Já estou quase acabando.

— Não quer ajuda?

— Só quando seus filhos descerem.

Sakura riu.

Obviamente as crianças tinham deixado seu marido de cabelo em pé, esse era o único motivo dele chamá-los unicamente de filhos de Sakura. Não falou mais nada, apenas pegou suas coisas e subiu para seu quarto. Ouviu os barulhos do banheiro principal e também resolveu não se meter. Encheu sua banheira com sais minerais e aromatizantes, precisava de um banho relaxante após tanto tempo andando. Estava ficando velha, detestava ter que fazer missões que a tirassem de casa. Entrou na banheira e fechou os olhos.

— Relaxando? – ouviu Sasuke abrir a porta lentamente.

— Só um pouco – sorriu e o encarou – Já desço para te ajudar.

— A Sarada está me ajudando com os gêmeos – deu de ombros – Podemos jantar só nós dois depois.

— Essa ideia muito me agrada, marido – sorriu – mas Sora pode chegar.

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