Prólogo

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   A lua nunca havia brilhado tanto como brilha hoje. Ela ilumina todo o centro da pedra sagrada bruxa que sustenta um cálice enchido por água cristalina do lago lunar.

   Bruxos de luz e de trevas saem dentre as árvores e se aproximam do cálice, se ajoelhando em forma de devoção ao grande astro cósmico que esbanjava seu explandor no céu. Dentre a multidão um bruxo  de aparência cansada e desgastada pela velhice, vestido com uma túnica branca se aproxima da pedra e empunha um punhal  dourado para o céu.

   _Oh lua brilhante, permita que seus filhos possam desfrutar do nascimento do ser mais poderoso do mundo. Permita que essa água banhada pelo meu sangue nos mostre o nosso futuro. _ ele passa a lâmina pela sua pele branca e do seu braço um líquido grosso e avermelhado escorre até o cálice. _ O lunae et aquas revelatione futurorum.

   Após tal pronunciação, todos os bruxos repetem suas palavras e batem com seus cajados no chão. Do cálice é possível ver uma grande quantidade de fumaça vermelha subir e cobrir a luz prateada da lua. O bruxo levanta o cálice e seu sangue que ainda escorria pelo seu braço mancha sua roupa branca. Voz dos bruxos ecoam pela floresta e um vento forte abala as árvores enquanto uma gosma avermelhada sai vagarosamente do cálice tomando uma forma circular e se tornando sólida. Em seu interior ouve-se um choro agudo de um recém nascido e surge uma moça de pele negra e cabelos com lindos cachos castanhos. Nos seus braços um bebê de pele alva como a neve, boca vermelha como rubi e cabelos prateados como a lua chora a procura de seus seios fartos de leite. Uma surpresa percorre a multidão que se abre e um homem de cabelos negros pele levemente bronzeada e paletó preto que obviamente não era do seu tamanho já que suas mangas  cobriam seus dedos magrelos e alongados se destaca. Assim que ele se aproxima, o círculo avermelhado se torna líquido e cai novamente no cálice. Todos o encaram e a lua descontente, pois já sabia o que aquele bruxo queria, desaparece espalhando a escuridão pela floresta.

   _lucem ascende _ o senhor diz ainda segurando o cálice enquanto o jovem bruxo de cabelos escuros se aproxima. Velas aparecem e iluminam o local.

   _Humano? É sério isso? _ ele derruba o cálice da mão do ancião fazendo com que o liquido se espalhasse pelo chão. _ você está de brincadeira com a gente não é mesmo Magnus? Humanos não tem a capacidade nem de ver os imaginagos imagina de praticar magia. _ diz ele empurrando o outro bruxo até a pedra de forma ameaçadora.

   _Sr Andrews, eu entendo sua indignação. Eu não entendo também o propósito da lua mas..... Essa criança foi escolhida por ela, cabe a nós aceitar. _ o velhinho encara os olhos negros do Andrew

   _Voce está mentindo seu descarado _ele força ainda mais o barbudo contra a pedra que suspira já que compreendia o rapaz.

   _O que você acha que devemos fazer então Sr Andrew? _ o Magnus fala erguendo as sobrancelhas.

   _Acho que devíamos esquecer esse bebê, agir como se ele nunca existisse, afinal, ele vai morrer bem antes da gente e se ele nunca saber que é bruxo não teremos problemas. _ Edward Andrew sorri e solta o Magnus enquanto passeia entre a multidão tentando convencer os outros bruxos que aquilo era o certo. _ Se fazermos isso estaremos protegendo o nosso sangue e vamos combinar né, nenhum humano tem a capacidade de ser melhor que algum de nós aqui. _ todos em volta riem. _Voces concordam comigo senhores e senhoras? _ respostas a favor ecoam por todo o local e um sorriso enorme aparece no rosto do Edward

   __ Se é assim, nós iremos fingir que esse bebê nunca existiu. Ela não terá o direito de entrar na escola de magia perdendo também o direito de escolher entre a luz e as trevas, mas eu devo dizer uma coisa, se os astros se virarem contra nós você, Edward, não poderá nos salvar.

   _Amor...... Por favor.... Vamos embora, essa noite já teve o que tinha que dar e essa situação está assustando o nosso filho. _uma linda mulher de cabelos loiros e vestido preto que trazia um bebê de cabelos negros e pele pálida que não parava de chorar. Edward encara a mulher e e o idoso que endireita suas vestimentas, estanca o sangue do braço com a mão.

   _Claro Lira, nosso filho precisa de descanso. E... Sabe Magnus, talvez seja a hora da lua se aposentar._ Edward Andrew dá uma gargalhada.

    A linda moça segura na mão de seu marido e entra na multidão em direção as árvores e é seguido por um grande grupo de bruxos jovens e idosos vestidos de pretos. Uma bruxa se aproxima da pedra e se ajoelha sendo seguida pelos outros bruxos de túnicas brancas.

   Após alguns minutos de silêncio todos se encaram. Eles sabiam que aquela criança poderia trazer muita alegria, mas também, muita desgraça.

 

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