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Acordei novamente, agora já não havia mais todas aquelas pessoas, apenas o gostosão moreno que me encarava com curiosidade.

-Se sente melhor? Trouxe algo para que você possa se alimentar.- Esticou a mão com uma tigela feita de barro, mas nela havia um tipo de tinta que aparentemente fazia com que o barro não se desfazesse na comida.

Apenas concordei com a cabeça e peguei a tigela levando até meus lábios, dentro dela tinha um líquido temperado, era perceptível alguns pedaços de cenoura, couve, beterraba e algumas batatas. Era uma sopa que estava realmente muito boa, nem sei se deveria ter aceitado, mas aquele garoto me trazia certa confiança... Bem... espero que eu esteja certo e que ele não queira me matar.

Ele ficou ali, ao meu lado o tempo todo enquanto eu me deliciava com a comida, estava com uma fome da peste, quando terminei limpei minha boca nas costas da mão, outras pessoas talvez achariam nojento mas ele apenas deu um sorrisinho.

-Qual o seu nome? Poderia me esclarecer algumas coisas? Por que tem folhas sobre meu corp... calma, eu estou pelado?

Sua feição agora era assustada mas logo ele começou a rir.

- Você pergunta muito! Meu nome é...

Formos interrompidos por um homem que entrou no local aonde estávamos, ele era muito bonito, tinha lábios grossos, era magro e alto, ele veio até nós e botou a mão cuidadosamente em minha testa.

- Nada de febre, vejo que ele está melhorando rápido... vamos dá uma olhada nos ferimentos sobre o corpo.- e assim ele retirou algumas folhas que estavam espalhadas por meu corpo.- Por aqui está tudo bem também, acho que hoje mesmo já podemos tirar tudo.

Eu estava confuso, era impossível não estar, eu simplesmente acordo em um lugar que eu desconheço, tem um monte de índios ao meu redor, um garoto quase enfia sua mão em minha garganta, tem um cara super gostoso na minha frente e agora chegou a espécie de um doutor índio para averiguar meus ferimentos.

Okay... eu estava sendo ignorante , sabia muito bem que aquele era o pajé da tribo e estava me ajudando. Aquilo de certa forma me deixou feliz, era uma sensação boa saber que ali tinha pessoas que estavam se preocupando comigo e cuidando do meus machucados. Dei um pequeno sorriso para ele.

-Hey Jurecê, acha que ele estará pronto para tomar um banho e retirar os resíduos que ficaram quando?

-Amanhã mesmo, não seja tão apressado, conte para ele o que aconteceu.

Apenas disse isso e seguiu seu rumo, gravei seu nome já que poderia me servir para algo mais tarde. Uma coisa que foi impossível não se passar por minha cabeça era o fato do garoto sorridente, o Deus grego e o curandeiro terem traços asiáticos, assim como eu, suas peles mesmo sendo bronzeadas eram bem mais claras do que as dos outros. Mas isso não me interessa agora, olhei para o moreno e acho que ele entendeu que eu queria que ele me contasse o que aconteceu.

-Yakecan te achou no rio, você estava bem machucado. Ele disse que você estava escalando algumas pedras perto da cachoeira e acabou escorregando em uma pedra, assim desabando lá de cima. Por sorte o lugar que você estava não era tão alto, se fosse no topo provavelmente você não estaria vivo agora.

Certo, ele dizia tudo muito calmo e meu coração estava batendo em um ritmo desregulado, céus... Eu poderia estar todo quebradinho agora. Fiquei um tempo calado digerindo tudo que ele me disse até que suspirei, era um suspiro de alívio e também de dor por ter prendido o ar por um tempo.

-Eu quero vê-lo depois, agradecer por ter me salvado, se eu ficasse lá meus ferimentos iriam se inflamar e eu provavelmente iria virar petisco de jacaré...

Eu estava cansado, mesmo que eu tenha acabado de acordar, eu estava sem a mínima noção de dia e horário. Pelo menos eu não tinha ninguém para se preocupar com a minha falta em casa.

- Eu estou aqui tem quanto tempo? - olhei para o único presente ali além de mim.

- Quatro duas, pelo jeito você é um aventureiro, é perigoso se aventurar em uma floresta desse porte sozinho. Poderia ter acontecido algo pior, sabe disso, certo?

A voz doce tinha sido abandonada e agora ele falava de modo mais firme, como se um pai dando bronca no filho.

- Sei sim dos perigos, mas sempre faço isso e nunca tinha acontecido algo... Eu me sinto cansado e com sono, que horas são?

Ele se levantou e ficou de costas, e nossa... que visão meus senhores, que visão! Seus glúteos eram musculosos assim como suas costas, elas eram largas e logo senti vontade arranhar elas, desviei meus pensamentos assim ele colocou algo em minha frente, era um relógio de pilhas, estava bem conservado.

- Achei, estava guardado, aqui nós não costumamos usar... acho que ainda consigo olhar. - ele demorou um pouquinho, provavelmente não olhava as horas daquela forma a um bom tempo, mas me intrigava o fato dele saber ao menos olhar.- Hm... quase meia noite, isso deve justificar seu sono, à essa hora estão todos dormindo, vamos fazer isso também.

Após dizer isso ele colocou sua esteira de palha ao lado da que eu estava, pegou um forro fino e cobriu meu corpo, após isso se deitou e desejou boa noite. Fiquei um tempo admirando seu lindo rosto até pegar no sono e sonhar em um país de doces aonde até as pessoas eram comestíveis.

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Olha eu aqui surgindo do nada! KKKKKKK

Gente esse capítulo tá um pouco chatinho de ler pois tem bastante falas, mas enfim, espero que vocês gostem!

Clica naquela famosa estrelinha e comentem bastante pra me motivar.

Até depois!

NÃO SE ESQUEÇAM, NÃO SEJAM LEITORES FANTASMAS!!

Lost in the Amazon [pjm×jjk]Onde histórias criam vida. Descubra agora