Capítulo 3

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Em seus aposentos, Beatrice memorizava o beijo, que recebera do conde Arthur. Levou os dedos aos lábios, tocando–os. Fechou os olhos, e sorriu. Em seguida, Ambar entrou correndo. Assustada, Beatrice voltou a si.

—Senhorita...Diga–me, tudo que disse–lhe o conde. —Proferiu, a criada.

—Não há nada extraordinário nisto, Ambar. E aprimore estes modos! Deseja matar–me de um susto? —Articulou a jovem, melancólica.

—Perdão, milady. —Retrucou a pobre Ambar, com a cabeça baixa. Vou recolher–me. Com sua licença.

Beatrice sentiu–se mal. Culpou–se por ter sido rude com Ambar.

—Espere! Vou confidenciar–lhe uma coisa. —Exprimiu, chamando a criada.

—Diga–me, milady! Almejo saber o ocorrido. —Proferiu, sentando–se no chão.

Beatrice iniciou o diálogo.

—Beijou–me. Pude sentir a doçura de um beijo. Não compreendo bem, o que se passa. —Exprimiu, confusa.

—O conde Osbourne, deu–lhe um beijo? —Ambar tapou a boca, incrédula. —Isto é correto, senhorita Ellingston? —Interrogou, curiosa.

—Bem...Creio que tenha sido uma atitude inapropriada. Estais a imaginar que sou uma leviana? —Retrucou, insatisfeita.

—De maneira alguma, milady. Vejo que a senhorita, não reprovou completamente, os modos do moço. —Proferiu a criada, camuflando um sorriso.

Beatrice sentia–se enfadada de tudo: O baile, os convidados, o beijo, o conde, tudo a entediara.

—Ambar, deixe–me só. Necessito de um repouso. —Acomodou–se em seu leito, espreguiçando–se.

Ambar assentiu. Não tinha intenção de contrariar sua doce menina. Retirou–se, deixando a jovem repousar. Beatrice virou para o lado, almejava sonhar com o conde, quando Elizabeth chegou, revoltada.

—Que modos foram aqueles, Beatrice? Poderia portar–se como uma dama comedida, da próxima vez? O que hão de imaginar de vossa família?

—Do que me acusas, mamãe? Acaso não procedi de forma honrada? —Achou que a mãe, descobrira o beijo que recebeu, no jardim.

—Imagino que estejas querendo livrar–se do vosso compromisso. —Exprimiu, sentando ao lado da filha.

—Mamãe, não o amo. Peça ao papai, para cancelar tudo. Querem ver–me infeliz? Quanta injustiça! Melhor seria, um raio despencar em minha cabeça. —Articulou a jovem, descontente.

—Que blasfêmia, meu Senhor! Beatrice, não voltes a proferir tamanha barbaridade! O casamento, há de realizar–se. Uma mulher, não precisa de amor. Necessitamos de um homem forte, valente, para proteger–nos e amparar–nos na vida. Amor, é uma tolice dispensável. —Expressou a mãe, alinhando o cabelo com as mãos.

—Pois então, jamais amou a papai? Vossa vida baseia–se em infelicidade? —Interrogou a filha, chorosa.

—Contenha o choro! A mulher vem a este mundo, unicamente para servir. Acostume–se! Durma bem! —Levantou–se, sentia–se exausta e necessitava descansar.

Beatrice chorou. Permaneceu deitada, imaginando que a mãe devia ter vivenciado a mesma situação. Era o destino de toda jovem. Seria o destino dela. Secou as lágrimas e tentou adormecer. Já não desejava mais, sonhar com o conde Osbourne.

¶¶¶¶

Os raios de sol, entraram nos aposentos da senhorita Ellingston, acordando–a. Ainda de olhos fechados, bocejou. Estava faminta, pois não comera praticamente nada, na noite anterior. Após sair da cama, pôs um vestido rosa, arrumou as madeixas, e desceu às escadas. Os pais tomavam o desjejum. Desejou um bom dia e sentou–se, para a primeira refeição diária.

—Vossa mãe e eu, ficamos insatisfeitos com o comportamento da noite passada. Que pretendias, Beatrice? —George exprimiu, descontente.

—Papai, não compreendo a razão de me casarem com um homem que não amo. —Insistiu a bela moça, infeliz.

George Ellingston sorriu. A atitude da filha, a seus olhos, era natural. Embora, não lhe comovera.

—Amor é tolice. —Retrucou, fitando–a.

—Esta é a razão, de tamanha cumplicidade. —Articulou a dama, referindo–se aos pais.

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Boa noite, amores! Este é o capítulo de hoje. Prometo que o próximo, farei maior.

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